Plano de reforma reduz poder de presidente e transforma SP em empresa

O plano de reforma de gestão que está em discussão no São Paulo e sobre o qual o empresário Abilio Diniz discursou no conselho deliberativo do clube na última terça-feira transforma o São Paulo em uma empresa, com um conselho de administração e executivos remunerados em cada departamento. Neste momento a ideia que prevalece é de que o presidente do clube, atualmente Carlos Miguel Aidar, passaria a presidir o conselho de administração, órgão que delegaria a execução do dia a dia do clube aos profissionais remunerados.

O plano é de governança corporativa. Neste modelo, presidente, vice-presidentes e diretores estatutários se afastam da execução das tarefas. O conselho de administração toma as decisões estratégicas do clube – de orçamento a diretrizes – e repassa a execução ao CEO, cargo criado em junho e ocupado por Alexandre Bourgeois, executivo contratado por indicação do próprio Abilio Diniz. O CEO, então distribui o trabalho de rotina aos profissionais remunerados de cada área – o plano inicial fala em ter quatro executivos em cada departamento.

A ideia original do conselho de administração era que fosse formado por nove pessoas: seis conselheiros do clube, dois são-paulinos ilustres e o presidente do conselho deliberativo, cargo hoje ocupado pelo ex-vice-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. O presidente do clube presidiria este conselho de administração dividindo discussões e decisões com seus pares, mas ainda com o poder da caneta.

O plano de profissionalização teve aceitação praticamente unânime no conselho deliberativo do São Paulo quando explicado por Abilio Diniz, a convite de Aidar e de Leco. Para que seja colocado em prática, primeiro ainda teria de passar pelo conselho deliberativo mais uma vez porque será necessário modificar o estatuto do clube para alterar as atribuições dos cargos estatutários como os de vice-presidentes de departamentos, que deixarão de participar das funções executivas.

A implementação de governança corporativa no São Paulo é vista como fundamental por membros da diretoria e pelo próprio Abilio Diniz para que o São Paulo consiga superar a crise financeira que vive e especificamente para que possa criar um fundo de investimento cujo objetivo é liquidar a dívida bancária do clube. Uma vez que implemente a governança corporativa, o São Paulo ganha um certificado de credibilidade e abre caminho para negociar com bancos e captar recursos em curto prazo, além de transparecer segurança para investidores.

O São Paulo passa por momento financeiro delicado, com uma dívida total avaliada em R$ 277 milhões entre empréstimos bancários, débitos trabalhistas, passivo fiscal e pagamentos atrasados a fornecedores e prestadores de serviço.

Os obstáculos neste momento para a implementação da governança corporativa estão na resistência dos dirigentes estatutários, não-remunerados, que perderão poder de execução e decisão em seus departamentos após a contratação de profissionais. É nesta frente que o presidente Carlos Miguel Aidar terá de trabalhar para que consiga fazer o São Paulo passar a funcionar como uma empresa.

 

Fonte: Uol

6 comentários em “Plano de reforma reduz poder de presidente e transforma SP em empresa

  1. Ronaldo, acho o assunto muito interessante para o São Paulo, tem muita gente que faz parte do conselho e que não esta nem ai para o Clube, só estão lá para ter cargos na diretoria para poderem ir ao jogos de graça e fazer médias com os amiguinhos, sem contar o monte que vive do SPFC, não largam o osso nunca, tem diretor que esta lá há mais de 10 anos largando o negocio dele fora do São Paulo, como será que eles sobrevivem?
    Este novo modelo vai acabar com estes diretores que se acham donos do clube.
    São Profissionais sérios e que conhecem do assunto administração de empresas e financeiro, vai seu muito bom para o Clube.

    • Pedro Paulo, a história do São Paulo futebol clube que envolve algumas coisas como, estádio Morumbi, torcedores ilustres, jogadores que usaram o manto colado ao corpo e à alma, nosso ilustre Mestre Telê, R.Ceni goleiro com mais gols no mundo, 3 titulos mundiais, REFFIS que ainda é referência no mundo, etc…. Enfim, como tudo isso hoje não é mais referência??? Como você mesmo disse:
      (tem muita gente que faz parte do conselho e que não esta nem ai para o Clube, só estão lá para ter cargos na diretoria para poderem ir ao jogos de graça e fazer médias com os amiguinhos, sem contar o monte que vive do SPFC, não largam o osso nunca, tem diretor que esta lá há mais de 10 anos largando o negocio dele fora do São Paulo, como será que eles sobrevivem?)
      Será mesmo que esses profissionais sério que você citou, serão sérios mesmo?
      Trabalharão com interesses de recolocar nosso tricolor nos trilhos do sucesso?
      Ou virão só por salários?
      Ou serão apenas mais um (parasita) como os citados por você que estão no conselho?
      Essa é minha preocupação; conhece o lema ” Brasil, país de todos”, sim, claro, país de todos o ladrões, corruptos, mercenários, negligentes….é tanto adjetivo para esses tipos, que é melhor encerrar.
      Abraço a todos, e que Paulo Pontes continue investigando por nós.

  2. Que esta mudança faça com com que os sócios torcedores tenham maior participação, através do voto, se forem mexer no estatuto que o façam de forma mais abrangente.
    Não podemos mais ficar na mão de 45% de sócios não são paulinos e meia dúzia de donos da situação.
    Que venha a governança corporativa, com profissionais para a administração e um conselho eleito por verdadeiros são paulinos.
    Saudações aos verdadeiros são paulinos.

  3. A idéia é ótima, tem que ser implementada. O fla e o sccp vão receber ainda mais $ da tv e se não formos perfeitos na nossa gestão pra compensar essa diferença, vamos ficar pra trás.

  4. Bom dia Paulo, e vc o que acha disso tudo??? Estamos preparados para essa “metamorfose” ???? Mesmo sabendo que uma mudança é necessária, me preocupa o fato de que, é uma tremenda novidade, por se tratar de SPFC. Nunca na historia do sampa, (pelo menos é o que sei no momento), acredito que nosso clube nunca esteve tão exposto nas mãos de outros, que nunca fizeram ” sequer “parte do conselho. Essa é minha preocupação.

    • Ronaldo, à primeira vista me parece algo revolucionário e muito bom. Temo pelas pessoas que estão tratando do assunto por ter perdido completamente a confiança nelas. Mas vou estudar mais o assunto, ver se não tem nenhuma “pegadinha” pelo caminho e escrever um editorial, explicando e dando minha posição. Abraços

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