Novas diretrizes de base do São Paulo têm salários menores e fim das “luvas”

Três títulos, jogadores promovidos ao profissional e a perspectiva de que mais atletas se destaquem na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior, com estreia neste domingo, às 14h, contra o Paulista de Jundiaí, na Arena Barueri.

Se o time principal não deu alegrias à torcida do São Paulo em 2015, a base brilhou – fruto de uma nova filosofia na captação, remuneração e formação dos jogadores, na avaliação da diretoria.

As cobranças por melhores resultados em função da estrutura proporcionada aos garotos no CT de Cotia surtiram efeito.

O local recebe mais de 150 atletas e tem instalações consideradas melhores do que as do CT da Barra Funda. Na visão do diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira, alguns fatores contribuíram para esse sucesso.

CAPTAÇÃO

Lyanco, zagueiro do São Paulo, posa para foto no CT da Barra Funda (Foto: Tossiro Neto)Lyanco, zagueiro do São Paulo, foi contratado após sair do Botafogo (Foto: Tossiro Neto)

As categorias de base são comandadas pelo executivo Rodolfo Canavesi, mas tiveram mudanças de conceitos em 2014. À época, José Geraldo de Oliveira foi substituído por Junior Chávare, momento em que Gustavo Vieira passou a ter mais atuação no departamento. O clube, então, mudou a forma de captar jogadores. O principal caminho era a formação desde os 14 ou 15 anos até a profissionalização.

O Tricolor manteve esse conceito, mas agregou a busca por jogadores mais velhos, principalmente de 16 a 19 anos, com a intenção de preencher carências e encorpar o elenco. Dessa forma, a diretoria contratou o zagueiro Lyanco (à época com 17 anos), ex-Botafogo, que recebeu por empréstimo a dupla Carleto e Luis Ricardo, e o volante Banguelê, que tinha 18 anos e fez tratamento para se recuperar de uma lesão. À época livre no mercado, ele agora é volante e capitão da equipe sub-20.

– Foi uma complementação de estratégia. Mantivemos a nossa expertise na formação e implementamos a busca por atletas, com investimento baixíssimo, quase zero – disse Gustavo.

REMUNERAÇÃO

Gustavo Vieira São Paulo (Foto: Marcelo Braga)Diretor-executivo Gustavo Vieira mexeu na remuneração da base (Foto: Marcelo Braga)

Outra mudança foi na estrutura de salários. O São Paulo percebeu que seus jogadores eram talentosos, mas com baixo espírito de competição, o que incomoda dirigentes e torcedores.

Antes, os jogadores assinavam contratos com luvas (prêmio por assinatura) entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, por cinco anos e recebendo salários em uma média entre R$ 25 mil e R$ 30 mil. Na gíria da bola, estavam de “barriga cheia”.

Alguns continuavam recebendo mesmo acima dos 20 anos, idade limite para atuar nas principais competições de base, e viravam apenas custo, sem retorno ao clube.

O São Paulo, então, passou a pagar salários entre R$ 9 mil e R$ 10 mil, sem luvas e comissões para empresários. A premiação de aproximadamente R$ 100 mil agora é condicionada a dois fatores: promoção ao elenco profissional e ao menos dez partidas na equipe, quando o atleta também recebe um aumento nos vencimentos.

– Invertemos a lógica. Em vez de criar satisfação no começo, quando o atleta passava a sustentar familiares, eles passaram a competir para chegar ao time profissional e jogar. Reduzimos aproximadamente R$ 1 milhão de custo e aumentamos o espírito de competitividade, com gatilhos e objetivos – afirmou Gustavo.

INTEGRAÇÃO E COBRANÇA

André Jardine, técnico do São Paulo Sub-20 (Foto: Marcelo Hazan)André Jardine, técnico do sub-20 (Foto: Marcelo Hazan)

A distância física entre Cotia e Barra Funda sempre foi um dos obstáculos para a integração da base com o profissional. Por isso, ao menos uma vez por semana os garotos do sub-20 treinam em horários compatíveis com os do profissional.

Outro conceito é o de treinar jovens com o time principal, mas seguir utilizando os atletas nas partidas da base. Com Juan Carlos Osorio, por exemplo, o atacante Murilo seguia esse cronograma.

A ideia é ter três ou quatro atletas com essa rotina e, aos poucos, rodar o elenco sub-20 para a comissão técnica poder observá-los.

Ainda no sentido de aumentar a competitividade, o Tricolor contratou profissionais com perfil mais exigente. O técnico André Jardine, responsável por comandar a equipe nos títulos recentes e na Copinha, é um exemplo disso. O estilo do gaúcho de 35 anos é aprovado pela diretoria. Os treinamentos também são mais curtos e intensos.

Além disso, o clube atualizou os protocolos de preparação física estabelecidos em Cotia. O São Paulo tem uma espécie de cartilha com requisitos mínimos para aprovar garotos nos testes. Essa atualização mudou a carga de força e aumentou o porte físico dos atletas, mantendo a prioridade na parte técnica.

Fonte: Globo Esporte

3 comentários em “Novas diretrizes de base do São Paulo têm salários menores e fim das “luvas”

  1. Se não tivermos um técnico competente no elenco principal, e vejo que Bauza pode ser este profissional, corre-se o risco de “queimar” toda a base, jogando a responsabilidade em cima dos garotos. É o equilíbrio do time principal que vai proporcionar a tranquilidade para os garotos poderem mostrar seu futebol.

  2. POR QUE ENVEZ DE TRAZER UM TECNICO GRINGO TRAZESSEM UM TECNICO Q SAIBA MEXER COM A BASE COM DORIVAL.JR JA Q A GRANA TA CURTA E NAO CONTRATAR AS PEC,AS Q O TECNICO PRECISA ESSE MARKENG NAO VAMOS A LUGAR NEN UM …SO COVERSA P/ BOI DORMIR… DESSA FORMA NAO PASSA NEM DESSA FASE …

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