Na Áustria, ex-SP quer voltar ao Brasil: “Sinto falta de estádio lotado”

Paulo Miranda deixou o São Paulo em 2015 e foi para Áustria, mas sonha em voltar ao Brasil. Titular em boa parte da campanha do Red Bull Salzburg na atual temporada, o zagueiro e lateral direito diz sentir saudade do país e do ambiente no futebol brasileiro. Nem o contrato longo é visto como grande problema no plano de regressar.

“Eu quero jogar no Brasil. Quero voltar, eu sinto falta do futebol brasileiro”, disse Paulo Miranda ao UOL Esporte. “Quando surgir uma oportunidade, eu e meu empresário (Vinicius Prates) vamos estar abertos para conversar”, completou.

Destaque do Bahia em 2011, Paulo Miranda passou pelo Palmeiras e chegou ao São Paulo antes de migrar para outro continente.

O contrato com o Red Bull Salzburg vai até 2019, mas a saída pode ser argumentada pela vontade e família do jogador. “Meu contrato vai até 2019, não conversei com o clube, mas conversando tudo pode. Isso eu só posso responder depois de sentar e conversar. Se for desejo do jogador, difícil imaginar que possam me prender lá”, comentou.

Confira abaixo a entrevista completa:

Você já conseguiu se adaptar ao país, a cultura e ao time?

Paulo Miranda: Estou adaptado, no começo é bem difícil mesmo. Sair de um país onde você vive para um local bem diferente exige bastante. A língua, a formação do time em si, mas eu superei isso e estou bem adaptado. Faço aula de alemão duas vezes por semana para me virar lá, é preciso. A cidade é bem bacana, não tenho do que reclamar.

Aulas de alemão?

Sim, sim… Aqui o idioma forte é o alemão. Quem fala inglês consegue se comunicar bem, mas a língua que se usa na cidade e no clube é o alemão. Eles até preferem que a comunicação seja assim. Eles pedem para os jogadores fazerem curso e tudo, estou fazendo e agora entendo.
Então os primeiros dias devem ter sido duros. Do Brasil para Áustria e com todo mundo falando alemão na volta. Como foi?
Rapaz, quando eu cheguei fiquei duas semanas em um hotel. Aí era difícil até para pedir comida. Meu inglês é fraco e meu alemão não existia. Eu descia para tomar café, não sabia o que tava escrito e nem café eu tomava. Não sabia se podia pegar. No almoço era só frango e salada, porque sabia como era inglês. Fiquei duas semanas só nisso. (risos) Depois, eu consegui aprender mais. Tinha um cara que entendia um pouquinho de português. Eu não ia nem a restaurante, eu entrava no quarto e ficava lá. Sem contato mesmo. A saída era fazer gesto, imitar frango. Ir ao mercado era difícil demais.

Você pensa em voltar ao Brasil?

Penso, penso sim em voltar ao Brasil. Já conversei com a família sobre isso. Quando surgir uma oportunidade, algo que seja bom, vou estar aberto para conversar.

Qual parâmetro para voltar? Ficar em uma cidade específica, um clube específico…

Eu quero jogar aqui. Quero voltar, eu sinto falta do futebol brasileiro. Lá é diferente, os jogos contra os times grandes é estádio lotado e torcida cantando. Mas no resto, se sente falta. Ficar longe da família também pesa.

E existe a chance de sair agora, nesta janela?

Meu contrato vai até 2019, não conversei com o clube lá e não sei. Mas conversando, tudo pode. Isso eu só posso responder depois de sentar e conversar. Se for desejo do jogador, difícil imaginar que possam me prender lá.

E a parte financeira, topa se adequar ao padrão brasileiro para voltar?

Lá é algo totalmente diferente… Mas sentando e conversando, tudo pode. Se for um acordo bom, em um clube bom, é possível. A gente tem que conversar e procurar uma saída. A família junto pesa, tenho dois filhos e um deles tem nove meses. Esse lado sem dúvida pesa.

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