Muricy fala em nervosismo de Jardine na Argentina, mas crê em remontada

Muricy Ramalho, comentarista do Grupo Globo e ídolo do São Paulo, abriu o jogo sobre a má fase do Tricolor em participação ao vivo no GloboEsporte.com nesta terça-feira.

Respondendo perguntas dos internautas, o ex-técnico disse que André Jardine terá de mudar completamente a equipe para ir adiante na Libertadores da América, negou que tenha vontade de voltar a ser treinador (mas gostaria de ser um coordenador) e falou que a diretoria são-paulino nunca o chamou para um café.

– Eu não recebi convite nem para tomar café, a verdade é essa. Acho que minha opinião é muito ruim para eles – falou o comentarista.

Sobre Jardine, Muricy foi firme sobre a postura do treinador no jogo contra o Talleres, em Córdoba.

– Nesse último jogo na Argentina, o Jardine se perdeu um pouco, Aquilo é coisa de treinador que está apavorado. Não é crítica, não, mas ele precisa passar por isso – acrescentou Muricy.

Nesta quarta-feira, às 21h30, no Morumbi, o São Paulo recebe o Talleres, da Argentina. Depois de perder por 2 a 0 na partida de ida, em Córdoba, o Tricolor precisa conseguir vencer por três gols de diferença para avançar. Se ganhar de 2 a 0, a decisão será nos pênaltis.

Decisão contra o Talleres
– Tem que mudar o estilo de jogo e as peças. Não está respondendo. O São Paulo não está ganhando e não está jogando bem. Esses últimos dois jogos foi duro de ver o São Paulo jogar. O discurso é muito legal, mas quando vai para a prática o que a gente ouve a gente não vê. O São Paulo tem que mudar completamente porque precisa ganhar o jogo.

Torcida e Morumbi
– O Morumbi, a Libertadores, é um outro campeonato. A torcida do São Paulo é totalmente diferente, vai empurrar, não tem como os jogadores não sentirem isso. E outra: jogar em time grande tem que ser pressionado mesmo, para o cara se reinventar, não se acomodar.

Futuro de Jardine e o chá da tarde
– Ela é difícil (a situação do Jardine). Não adianta aqui dizer que não, que está tudo certo. Ele sabe mais do que nós. E eu sei como funciona lá dentro. Tem o chá da tarde que é duríssimo, que derruba treinador. O Jardine sabe disso. O que acho é que a diretoria, lá no começo, tinha que ter mais convicção. O São Paulo está perdendo um grande formador de jogador. Se ele sair, vai perder. Tinha que ter um pouco mais tempo lá.

Nervosismo do Jardine
– Nesse último jogo na Argentina, o Jardine se perdeu um pouco. Aquilo é coisa de treinador que está apavorado. Não é crítica, não, mas ele precisa passar por isso. Quando ele muda e tira a profundidade e coloca o Everton para o lado direito, traz o Pablo para a ponta esquerda, ele acabou com o Pablo. Ali era nervoso, ele se perdeu um pouco. Não é falta de conhecimento. É que ele sentiu a pressão e ficou nervoso.

Muricy de treinador? Não. Mas de coordenador…
– Depois que parei com o futebol fui a Barcelona, queria saber o sucesso, ver a parte administrativa e me animei um pouco. Só que passou o tempo e tive o convite do SporTV, de uma novidade para mim. Mas os caras me deixaram tão à vontade que estou gostando. Eu gosto das pessoas, para me sentir bem, eu tenho de gostar das pessoas. Estou feliz aqui agora. Não sei (sobre retorno ao São Paulo). Eu não recebi convite nem para tomar café, a verdade é essa. Acho que minha opinião é muito ruim para eles. Nesse momento não vejo uma situação de voltar agora porque não tive nenhum sinal de nada, de um abraço, ninguém fala nada. Só nos resta torcer para melhorar. Treinador não quero mais, já fiz minha parte. Agora eu posso ajudar perto do técnico, não perto da diretoria, perto do campo.

Só no papel…
– O Jardine tem um pensamento, mas esse pensamento não vai pra campo. Ele gosta de um time rápido, mas o São Paulo é um time lento. Ele gosta de posse de bola, mas o São Paulo é um time que passa mal. Ele gosta de time compactado, mas o São Paulo está muito espaçado. O discurso não está indo para a prática. Ele tem de resolver isso. Tem de resolver como vai jogar. Se quer ser um time rápido, tem de colocar os meninos, o Helinho, o Antony. Eu sinto que ele não está satisfeito, ele está incomodado. A pior coisa para o treinador é quando ele é mandado embora e sai com a sensação de que saiu sem fazer as coisas que gostaria. O treinador fica ensandecido. Por isso eu falo para ele, “faça o que você tem que fazer”.

Sobre Hernanes
– Hernanes não está no auge, dá pra perceber. No jogo na Argentina, ele jogou de meia, e ficou muito de costas. Daí ele não se sente bem. Nesses últimos jogos ele não pisou na área. Se for jogar de meia, tem de entrar na área, pro Pablo não ficar sozinho, isolado. Se o time está precisando de velocidade, de profundidade, a bola tem de começar com Hernanes. O São Paulo está jogando com dois volantes de passe curto, aquele passe para o lado. O passe tem de ser do Hernanes. A bola não chega nele. Tem que ter uma conversa com o Hernanes, ele é um cara mentalmente perfeito, fisicamente muito forte, pode jogar em qualquer lugar.

O São Paulo vai se classificar?
– Eu acredito. Primeiro porque o jogo é no Morumbi. A torcida adora a competição. E o adversário não é nada disso. Mas é um time argentino que está com 2 a 0 na frente. Basquete quando você está 20 pontos atrás, não dá para tirar numa cesta. Tem que fazer um gol de cara, depois outro. Se não, começa a se apressar e pode ter uma surpresa. O São Paulo vai ter que se arriscar, mas não desorganizado. Não é pressa. É organizado, mas intenso.

Como seria a sua preleção?
– Seguinte, moçada, se a gente não ganhar, eu vou cair e vocês vão ser mandado embora daqui a pouco. Então temos de ganhar o jogo. Essa é a realidade. Põe a bunda no chão, tem que ser forte, tem que ganhar tudo, eles não podem jogar mais que o São Paulo no Morumbi. Aqui para ganhar da gente, tem que fazer história. Eu vou estar lá, vou comentar, vou estar torcendo, mas tem que dar um pouco a mais.

Cuca seria bom nome?
– Já trouxeram o Carlinhos Neves (preparador físico), que trabalha com ele, né. Claro que precisa saber como está o coração dele. Mas é um treinador acostumado com esse tipo de trabalho e que está acostumado com time que não está bem emocionalmente. Ele arruma time. Então é um nome interessante, mas precisa ver como está a saúde dele.

Fonte: Globo Esporte

7 comentários em “Muricy fala em nervosismo de Jardine na Argentina, mas crê em remontada

  1. Se Muricy quer ser coordenador do São Paulo, seria bom seguir o conselho que deu pro Rogério: começar de baixo. Coordenar um Oeste, um Bangu, primeiro e só depois pensar em uma equipe de maior estatura. Chega de estagiários.

  2. Muricy deveria sair do Bem Amigos e arranjar um lugar na Praça É Nossa.

    É um piadista. Ontem, dizia que o futebol está muito chato, pouco ofensivo, que todos só se preocupam em marcar. Rolei de rir, quando Renato Gaúcho mencionou os times que “jogam por uma bola.” O Muricibol foi uma das retrancas mais ferrenhas da história do futebol brasileiro. Eficiente nos pontos corridos, uma catástrofe nos mata-matas.

  3. Para termos uma noção do quanto o São Paulo está no fundo do poço, de cabeça para baixo.

    Muricy, que só fez bem ao clube, hoje não pode ajudar, e o Leco, que só atrapalha, tem manda no clube.

  4. Eu assisti ao vídeo mais cedo, que tapa o Muriçoca deu no Jardine, e com absoluta razão. Depois dessa entrevista acaba de vez a confiança no Jardine até nos mais otimistas, acho que nem a esposa dele acredita mais no trabalho.

    Coitado, entrou numa barca furada e não faz mais ideia do que fazer com esse time. Tomara que mantenham ele na comissão técnica, é o mínimo que podem fazer por ele, se demitirem estarão enterrando a carreira do rapaz.

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