Maicon quer ser o homem de confiança de Ceni dentro de campo em 2017

Dentro de campo, Rogério Ceni já conta com um candidato para assumir o posto de líder do São Paulo. O zagueiro Maicon, de 28 anos, está disposto a ser o capitão da equipe e espera transmitir um pouco da sua experiência para os mais jovens.

“É claro que quero ser o capitão. Esse é um dos meus objetivos. Todo mundo sabe que sou um cara que tem bastante liderança, mas isso não cabe a mim. Quem vai decidir é o professor Rogério”, disse o defensor em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Durante esta temporada, o jogador já exerceu a função. Aliás, ele surpreendeu a todos neste ano ao chegar do Porto. Contratado em fevereiro de 2016, ele desbancou Lugano e logo conquistou espaço no time.

“Acho que fiz um bom trabalho como capitão e líder. Tentei direcionar a equipe da melhor maneira possível. Mas, independentemente, de quem seja o capitão, quero jogar, ser feliz e ajudar o São Paulo a trazer de novo os títulos”, completou o zagueiro.

No trabalho com Rogério Ceni, Maicon pretende aperfeiçoar as cobranças de falta. No ano passado, ele treinou bastante, mas conseguiu fazer um gol desta maneira apenas na penúltima rodada do Brasileiro, contra o Atlético-MG.

“Ele foi um grande cobrador de falta. Eu vou treinar mais para aprimorar. Infelizmente, só saiu no finalzinho esse gol de falta que eu tanto esperava. Se ele puder me dar dicas e conselhos, serão bem-vindos”, disse o beque.

Apesar de ter se tornado um dos ídolos da torcida, Maicon passou por momentos conturbados em sua primeira temporada no clube. Na semifinal da Libertadores, contra o Atlético Nacional da Colômbia, por exemplo, ele foi expulso após dar um tapa em Borja.

“A partir do momento que você prejudica a sua equipe, como prejudiquei, é chato. Estava no meu melhor momento no São Paulo e todas as expectativas estavam voltadas para mim, Ganso e Calleri. Mas acho que principalmente a atenção estava voltada a mim por causa da minha contratação. E você é expulso por uma infantilidade como a que eu cometi. Mas acho, na minha opinião, que o árbitro foi um pouco rigoroso, não precisava da expulsão. Mas eu também não precisava ter agido daquela maneira. Eu me arrependo plenamente da atitude que tive. Passei algumas noites bem chatas de sono em que ficava difícil pela lembrança do que fiz. Eu me arrependi, já disse algumas vezes, mas não posso voltar atrás, infelizmente”, lamentou Maicon.

Confira abaixo os principais tópicos da entrevista exclusiva com o zagueiro Maicon.

Balanço de 2016

“A gente sabe que a equipe deixou muito a desejar. Fizemos um ano que, a meu ver, não é bom de ser lembrado. Teve a semifinal da Copa Libertadores, que foi o máximo a ser atingido por uma equipe tão grande como o São Paulo. Isso é muito inferior aos objetivos que a gente tinha traçado no começo das competições. É claro que no nível individual a gente também sempre quer algo a mais, principalmente, títulos. Por outro lado, individualmente, pela carência que o São Paulo tinha no setor defensivo, tanto para mim quanto para os meus companheiros de defesa, foi positivo, porque tivemos uma das melhores defesas do Campeonato Brasileiro.”

Responsabilidade

“É claro que passados dois meses [no São Paulo], a expectativa e a cobrança ficaram um pouco maiores. Com três meses, já era capitão da equipe. E quando você é capitão a cobrança é muito maior. Gosto de ser cobrado. Jogador que não gosta é melhor ficar em casa, sentado no sofá. É claro que a expectativa e a cobrança são maiores pela influência que tenho no grupo, como capitão, por ser um dos jogadores mais experientes, por idade e rodagem, por ter jogado na Europa, assim como Lugano. Acredito que isso influenciou bastante. Mas a torcida cobrou e me apoiou muito também, o que é fundamental.”

Preleções com Rogério Ceni

“Vou procurar dar o meu melhor, orientar da melhor maneira possível, assim como ele [Rogério Ceni] fará. Claro que tenho de escutá-lo, porque quem manda é o treinador e não o jogador. Então, vou procurar fazer o que ele pedir. E, a partir do momento que a gente começar a ter liberdade, vamos conquistando espaço. Espero ganhar a confiança dele o mais rápido possível.”

Invasão da organizada ao CT

“Acho chato e constrangedor a maneira como aconteceu o protesto. Eu estou de acordo com o protesto, desde que seja uma coisa amigável, saudável. A torcida e a diretoria têm de cobrar, mesmo. A gente está ciente disso. Mas a partir do momento que tem violência, há vândalos, fica um pouco fora do futebol. É claro que jogador tem de ser cobrado, mas não com violência. Acho que foi exagero da torcida. É claro que eles fizeram pensando em melhorar a equipe, mas não é dessa maneira que o futebol deve ser tratado. Eu tenho certeza de que eles se arrependeram. Mas o mais importante é que a gente pôs uma borracha nisso e já passou.”

Por que você e Lugano foram falar com os invasores?

“Não digo que fomos para acalmar, mas para mostrar a nossa insatisfação com o que eles fizeram. Foi um ato, vamos dizer, bastante ruim [da torcida]. Todos os jogadores têm família. Eles viram esses atos e se preocuparam. Às vezes é um jogador ou outro que é mais ofendido pelos torcedores e quando um filho, um pai e uma mãe sabem de uma notícia dessa é muito chato. Mas isso já passou e não podemos ficar lembrando dessas coisas ruins. É bola para frente.”

É possível ser campeão em 2017

“Sem dúvida nenhuma o São Paulo pode ser campeão. O principal objetivo do São Paulo quando entra em qualquer competição é ser campeão. Quando disputa as competições, o São Paulo é um dos favoritos e não vejo motivo para não almejar títulos. Tenho certeza de que no começo do ano o São Paulo vai estar no caminho certo e espero que a gente consiga trazer títulos.”

Rogério Ceni vai ter tranquilidade como técnico

“Não acho que vai ser mais tranquilo porque o futebol é feito de resultados. A partir do momento em que não vem o resultado que esperamos, a torcida vai cobrar do mesmo jeito. Vai ser igual, a equipe, a diretoria e a torcida vão esperar resultado.”

Falta de comprometimento

“Quando não tem resultado positivo alguma coisa está errada. É um que não corre ou um que é displicente ao finalizar, outro que é displicente em tirar uma bola que é simples e deu de letra… Acho que isso o Rodrigo Caio quis dizer [quando falou de falta de comprometimento]. Acho que, às vezes, em algum momento, um ou outro pode ter deixado se acomodar um pouco, mas não digo que era falta de compromisso.”

Férias 

“Pelo ano que tivemos, o pessoal está cansado. Por ter feito campeonatos péssimos, um Paulista muito inferior ao que a gente esperava, um Brasileiro bastante abaixo do esperado também, com risco de rebaixamento e invasão ao CT… Várias coisas que nos atrapalhavam. A equipe precisava refrescar a cabeça para no dia 4 de janeiro vir com a mente tranquila e dar um resultado positivo no início da temporada.”

 

Fonte: Uol

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