Leco entrega cargo social a antigo adversário político no São Paulo

O São Paulo nomeou no início de fevereiro Antônio Donizeti Gonçalves, o “Dedé”, para assumir o departamento de esportes sociais (DES) do clube. O conselheiro é crítico do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. A informação foi publicada pelo Tricolornaweb na última sexta-feira, no Cantinho da Política, e reverberada hoje pelos portais.

Embora Dedé tenha exercido essa função no passado, sua escolha também faz parte de uma aproximação política costurada há alguns meses no São Paulo.

Justamente por essa aproximação, oposicionistas como Douglas Schwartzmann, antigo adversário político, José Eduardo Mesquita Pimenta, candidato derrotado por Leco na última eleição, e Dorival Decoussau estavam entre os cerca de 25 conselheiros que viajaram com a delegação do São Paulo para Córdoba, para o jogo com o Talleres, pela Copa Libertadores. Dedé, no entanto, não estava entre eles.

Dedé era vice-presidente social e de esportes amadores na gestão do presidente Carlos Miguel Aidar, cuja renúncia por denúncias de corrupção ocorreu em outubro de 2015. Em novembro daquele mesmo ano, Leco destituiu Dedé desse cargo. Agora ele volta para a atual gestão, mas com menos poder do que naquele momento no qual foi vice-presidente, cargo extinto no novo estatuto.

– Essa nomeação não tem nada a ver com posição política. Não aceitei politicamente. Fazia tempo que o Leco vinha falando comigo e o social todo queria que eu voltasse. Fiquei quase 19 anos sem sair. Como sou sócio desde os dois anos e hoje tenho 63 anos, sei o que o sócio quer e o que precisa ser feito. Nunca fui situação nem oposição. Sou pelo São Paulo – disse Dedé.

– O que acharmos bom para o grupo, vamos deliberar e votar a favor. O que não for bom, vamos votar contra. Vou continuar sendo crítico (ao Leco) no que achar que não é bom para o São Paulo. Agora, tenho a oportunidade de falar pessoalmente com o Leco. Não adianta gritar e não poder ajudar o clube que você ama. Só gritar não vai resolver nada. Não tem nada a ver com futebol. Vou cuidar do social – completou o conselheiro.

Uma das justificativas para a escolha de Dedé é que ele havia participado ativamente no passado do departamento de esportes amadores e, portanto, tem condições de exercer o cargo. Além disso, ele não terá contato no dia a dia com o presidente e nem terá uma função executiva. O cargo não é remunerado.

A argumentação ligada ao presidente é de que ele apenas trata de forma respeitosa quem retribui essa cordialidade. Assim como Dedé, a justificativa na oposição é de que a postura seguirá crítica a Leco, mas haverá apoio em ideias consideradas boas em nome de uma pacificação.

#ForaLeco

13 comentários em “Leco entrega cargo social a antigo adversário político no São Paulo

  1. Qual a novidade? Voltamos a 2014, 2015 quando se escancarou a roubalheira no SPFC: jack (tenho quase certeza que frequenta a sauna e mora nas cercanias do clube), Portão 7, “pequenos pedágios” e mais um monte de “sangramentos”. Por essas e outras o bonde do Aidar (inclusive o Donizete e seus lambe-bolas) caiu mas a cultura da má gestão e da moral duvidosa está impregnada dentro do SPFC. Não adiantou nada.

    As vezes penso que enfrentar uma série B não seria má ideia. Começar do zero. Cortar o mal pela raiz. Passar alguns vexames também faz parte do processo de amadurecimento. Bom, passamos isso diariamente e não tá adiantando.

    Com menos dinheiro, a corrupção ou as negociatas ficam mais difíceis e a gestão necessariamente teria que ser competente. Assim, quem sabe, as ratazanas arrogantes e as barbies mimadas talvez corram daqui.

    A primeira condição para se levantar é ter caído.

    Moral e administrativamente já passamos do fundo do poço

    Sei lá onde isso vai parar.

  2. GRANDE FESTIVAL DE BENESSES… atualmente, as pessoas fazem escambo. Permutam sua consciência pela carteirinha de diretor. Lutam pelo direito de acesso aos sandubas e refrigerantes gratuitos. Pobre tricolor… que nos tempos de antanho era servido por pessoas que “doavam” o seu tempo e, muitas vezes, até o seu dinheiro para construir a grandeza desse clube. Faço parte dessa época… felizmente pude conviver com outro tipo de dirigentes. Homero Belintani, Paulo Elysio de Andrade, Arnaldo Ruic e outros, devem estar blasfemando do além quando presenciam essas verdadeiras aves de rapina se locupletando da Instituição. O atual cenário do nosso departamento de futebol por si só explica. Nada mais a acrescentar. Os meus pêsames a “profissionalização” que foi instituída para beneficiar algumas dessas aves de rapina.

  3. Lecú apreendeu bem com seu mentor safado o Juvenal cachaceiro como fazer política suja pra se perpetuar no poder.
    O pilantra do Juvenal quando via um grupo descontente se aproximava e os comprava com benesses, como está fazendo esse velho maldito agora.
    Esses vendidos conselheiros ajudaram a destruir o clube dando poderes pra esses velhos desgraçados fazerem o que querem.
    Não eh a toa que estamos nessa draga e sem perspectivas de títulos, principalmente porque não há quem defenda os interesses do clube e sim os deles.
    Agora, quem se vende eh pior do quem os compra, não passa de um vendido interesseiro.

  4. Esse sistema político arcaico do São Paulo é a razão fundamental da decadência do clube e do time de futebol. Criado para zelar pelos ideais e valores presentes na fundação dessa instituição, o senado de cardeais e conselheiros hoje é a antítese da nobreza. Formado por homens brancos, idosos, à margem do universo político e econômico, ávidos por micropoderes e privilégios inúteis, o conselho é um ambiente doente, degenerado. São todos os membros muito parecidos, não se vê diferença entre situação e oposição. Os usos e costumes rebaixam todos a comportamentos tacanhos, boçais, pequenos, amorais. Construído para ser conservador, o sistema se sedimentou de forma a impedir qualquer modernização. De guardiões dos valores nobres, os conselheiros viraram zeladores do atraso. Incapazes de mudar, resolveram ser testemunhas do fim do clube. Que, hoje, parece inevitável.

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