Juvenal promete ‘fazer o que puder’ para trazer Lucas de volta em 2014

Se depender da vontade do presidente Juvenal Juvêncio, o torcedor são-paulino pode começar 2014 com uma boa notícia: o retorno de Lucas, atualmente no PSG, da França. Em entrevista ao UOL Esporte, o dirigente externou todo seu desejo de ter o camisa 7 de volta.

“É claro (que tenho interesse). Eu tenho total prioridade no Lucas. Estive com ele recentemente, foi ao CT, foi até ao vestiário, veja só. Vamos ver se é possível, acho que sim, e vou fazer o que puder. Vou tentar trazer de volta, por empréstimo de um ano e ele prolonga o contrato um ano com o Paris (PSG, da França), ou dou um outro garoto. Vamos ver, sei que não será fácil, mas quero ele aqui. Estou esperando respirar um pouco mais no Nacional para entrar nisso”, declarou Juvenal.

Lucas deixou o São Paulo e chegou à equipe francesa no fim do ano passado, na maior transação do mercado brasileiro até então – R$ 108 milhões. Depois de elogios e boas atuações no começo de sua trajetória na Europa, o jogador teve uma brusca queda de produção e perdeu espaço no PSG, especialmente após a chegada do uruguaio Cavani.

O mau momento refletiu na seleção brasileira, e o meia/atacante também perdeu espaço. Na terça-feira, atuou no amistoso contra Zâmbia, mas foi substituído após 45 minutos e Felipão não escondeu a insatisfação. Até mesmo a presença de Lucas na Copa-2014, antes dada como certa, passou a ser colocada em dúvida.

Na conversa de quase 30 minutos, por telefone, Juvenal ainda mostrou confiança na renovação de contrato de Rogério Ceni, que previa se aposentar no fim desta temporada. Apesar de ainda manter certa cautela, o dirigente propôs uma extensão de mais um ano para o capitão e ídolo do clube, que pediu para conversar sobre o assunto somente após o fim do Brasileirão.

Confira abaixo a íntegra da entrevista com o presidente do São Paulo, que conta como decidiu demitir Paulo Autuori, o acerto rápido com Muricy Ramalho e a permanência do técnico para 2014:

UOL Esporte:  Como o senhor tem visto a situação do Rogério? Acha que ele aposenta no fim da temporada ou quer que ele fique no São Paulo?

Juvenal Juvêncio:  Ele tem um acerto comigo. Ele fica no São Paulo. São dois momentos: como jogador, que ele falou que pararia esse ano, mas eu aguardo e quero que ele estique o prazo. E num segundo momento ele vai trabalhar no São Paulo, quando parar, como coordenador, uma coisa grandiosa.

UOL Esporte:  Conversa frequentemente com ele sobre este assunto?

Juvenal Juvêncio:  Não falamos muito sobre isso pois ele não gosta. Mas falamos recentemente, na Barra Funda, e agendamos uma prosa sobre isso para depois do campeonato nacional. Renovar com o Rogério é muito fácil, sempre resolvemos na hora, em pé, e sem problemas.

UOL Esporte:  Por esta última conversa, qual a sensação que o senhor teve? Acha que ele prolongará mais um ano a carreira?

Juvenal Juvêncio: Ele não gosta de falar no assunto, então é difícil concluir. Perguntei qual é a tendência, para saber se teremos ele na coordenação de futebol. Temos uma relação muito séria, ele tem uma relação com o clube e com a torcida que todos sabem como é. Os jogadores respeitam, basta ver os elogios do Ganso, um jogador renomado. Essas figuras fortes são difíceis de apagar a paixão.

UOL Esporte:  Então o senhor acredita que ele possa ficar mais um ano no clube, até para não parar em um ano atípico para o São Paulo?

Juvenal Juvêncio:  Acho que ele vai repensar,  deve jogar mais um pouco e aí vem trabalhar conosco.  Estou seguro de que isso possa ocorrer. Eu renovei o contrato dele nas últimas três ou quatro vezes. Ele sempre quer por mais um ano. Falamos disso há algum tempo.

UOL Esporte:  Já que você citou o Ganso, o que tem achado do rendimento dele? Acha que ele voltou a ser aquele grande jogador dos tempos de Santos?

Juvenal Juvêncio:  Estes últimos jogos sim. Estava comentando hoje de como é difícil ter uma compreensão racional de um jogador como o Ganso, mudando de time, demora para ajustar. Quando estava no fim no Santos, também não estava ok. Vinha de operações, sérias lesões, em ambiente brigado. Isso não é próprio para o futebol, tem que estar leve, seguro, alegre.

No São Paulo, demorou para chegar, conhecer companheiros, entender a mudança. Mas acho que agora está bem mesmo. Agora vai. Estas três últimas partidas que fez me agradaram muito. Ele está inteiro, à vontade, é muito amigo dos companheiros e tem ambiente formidável. Não se fala em transferência, em porcentagem de passe, quem compra ou não… Isso alivia muito.

UOL Esporte:  Por falar em alívio, o senhor já está aliviado com a situação do São Paulo no Brasileirão?

Juvenal Juvêncio: Estou mais aliviado, mas não estou resolvido. Tive um momento de angústia, naquele momento do Paulo (Autuori).  Eu olhava e aquilo me desesperava. Eu falei: não posso pensar em planejamento, tenho que ter uma explosão imediata. Estava indo para o brejo, não adiantava planejar.  Eu ia morrer. Tive que tomar uma atitude difícil, muito difícil, era praticamente solo, e sabia que receberia muitas críticas. E recebi.  Liguei para o Muricy e falei: “Resolve esse abacaxi. O senhor sabe fazer. Conhece o clube, então vai lá e faz”.

UOL Esporte: Sentiu medo, então, do rebaixamento?

Juvenal Juvêncio:  Eu tive medo no momento em que nós perdíamos e não tínhamos reação. E não é reação no jogo, era o astral. Não andava nada. No final do Paulo Autuori, chamei ele e falei: “O que está havendo. Conta sua história e depois conto a minha?”.  Ele veio com uma história de que precisava reforçar a equipe. ‘Preciso de um zagueiro, um meia e um atacante, nem que seja lá de fora’.  Falei: “de que jeito? A janela está fechada. Está proibido contratar, Paulo. E os que poderíamos, já fizeram sete jogos”. Xi, conheço aquela história de perder jogo e dizer que precisa de jogador de outros carnavais. Falei para reagir com quem estava lá. Ao invés de dar o cerne do problema, ele entrou na periferia, procurando um escape. E assim não funciona.

UOL Esporte:  Como decidiu pela saída dele?

Juvenal Juvêncio: O Paulo é um grande sujeito, gosto demais dele, é um trabalhador. Nos deu um título mundial e devemos muito a ele. Deu disciplina, foi muito determinado. E é bom. Mas precisa de um planejamento melhor. Eu não podia armar o time. Precisava vencer. Precisava de emergência, estava me afogando, estava morrendo, e precisava de um braço amigo. Tive que tomar uma atitude, e ela foi tomada.

UOL Esporte: Você se arrependeu de ter demitido o Muricy em 2009 e de não te-lo contratado quando demitiu o Ney Franco?

Juvenal Juvêncio: Eu nem fui na coletiva na chegada dele, mas perguntaram da saída dele, se havia mágoas comigo…  Não foi traumática. A verdade aparece. Ele falou que estava na hora de sair, que não dava mais, e o fez. Eu tive que ficar quieto esse tempo todo. A verdade é filha do tempo. E quando um técnico sai, não é a melhor coisa voltar em seguida. Não é a melhor coisa, não é a melhor coisa… Se não, não tem explicação. Não que não possa voltar, mas é preciso um ‘time’ para repensar. Agora era o ‘time’ certo para ele voltar. Era o momento bom. E eu precisava dele, e tive sorte de trazer de volta.

UOL Esporte:  O Muricy já disse algumas vezes que não fez um contrato bom para ele neste retorno. Como ficará para 2014? O contrato será revisto? Ele fica?

Juvenal Juvêncio: É verdade, não foi bom. Eu mandei ligarem para ele e falei: “quero que tome conta do jeito que está. Não há tempo para nada. Quero que assuma amanha, não vai discutir contrato. É qualquer contrato, qualquer prazo, qualquer salário. Isso depois eu discuto com você”. Avisei que mandaria o advogado lá para assinar. Falei: “Me passa seu endereço”. É que ele mudou, então pedi. O Gustavo (Vieira de Oliveira, gerente de futebol) foi lá com o papel, trouxe e no dia seguinte, às 7h, estava no CT. Agora, no fim do ano é outro contrato, com salário diferente, prazo diferente. Ele me conhece, sabe como são nossas conversas. Ele fica, é claro que fica.

UOL Esporte:  O São Paulo passará por uma grande reformulação para 2014?

Juvenal Juvêncio:  Eu não sei se (mudará) muito ou pouco, preciso ver o que o Muricy pensa. Mas hoje eu tenho mais nitidez de quem são as figuras maiúsculas do time. O time está bom, evoluiu… Mas temos algumas coisas para acertar. Tão logo termine esse campeonato, vamos fazer isso. Você percebe que têm jovens que cresceram muito. Tem o Rodrigo Caio, Lucas Evangelista, o menino lateral esquerdo. Vejo a zaga acertando, o Ganso subindo muito. Então, temos o norte para conseguir fazer uma composição e ter um time competitivo e respeitado.

UOL Esporte:  E dentro do que você pensa para o ano que vem em termos de reforços, você pensa na volta do Lucas? O retorno dele interessaria?

Juvenal Juvêncio:   É claro. Eu tenho total prioridade no Lucas. Estive com ele recentemente, foi ao CT, foi até ao vestiário, veja só. Vamos ver se é possível, acho que sim, e vou fazer o que puder. Vou tentar trazer de volta, por empréstimo de um ano e ele prolonga o contrato um ano com o Paris (PSG, da França), ou dou um outro garoto. Vamos ver, eu quero ele aqui. Estou esperando respirar um pouco mais no Nacional para entrar nisso.

UOL Esporte:  Para finalizar, presidente: o que o senhor acha do Bom Senso F.C, movimento criado pelos jogadores para melhorarem o futebol brasileiro?

Juvenal Juvêncio: Não fui profundo nisso, pedi ao pessoal nosso para que estudassem isso. É melhor ficar quieto e deixar eles manifestarem suas opiniões, apenas os jogadores. Eu acho que vai ter um efeito positivo.

 

Fonte: Uol

2 comentários em “Juvenal promete ‘fazer o que puder’ para trazer Lucas de volta em 2014

  1. Impressionante!!! Ele conjuga o verbo somente na primeira pessoa do singular, eu quero, eu mandei, estava ME afogando, eu isso, eu aquilo… Depois alguns de seu capachos têm a cara de pau de dizer que ele não ditador.

  2. Nao acredito em mais nenhuma palavra desse fornecedor de auxilio
    desses bandidos organizados e narcizistas, que somente denigrem
    nossa imagem por onde andam e ainda intimidam quem anda com
    o manto sagrado de nosso querido TRIMUNDIAL.
    Diretoria maldita e mentirosa, politiqueira e arrogante,
    chega, o seu final esta chegando, com certeza.
    ???? Ou a maioria dos vitalicios tambem sao coniventes ?????

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