Felipão revela que o próprio Neymar afastou o clima de tristeza da Seleção

Um dia após a perder Neymar para a parte final da Copa do Mundo, Felipão falou sobre o que sentiu no momento da lesão do craque contra a Colômbia, no Castelão, em Fortaleza. Em entrevista ao Jornal Nacional na noite deste sábado, o técnico da seleção brasileira revelou ter ficado muito abalado com a situação do camisa 10, mas que o próprio Neymar tratou de melhorar o astral dele e de todo o grupo após a confirmação da gravidade da lesão na vértebra.

– Ontem a gente ficou bastante abalado, triste com tudo que a gente viu, e com algumas situações que ocorreram antes da gente tomar conhecimento. Se vocês notarem o Marcelo está ajoelhado ao lado do Neymar e pergunta o que ele está sentindo. E ele diz: “Não sinto as pernas”. Assustado ele chama o doutor, que não entra porque não é permitido. Aquela confusão. Depois no final, conversamos. Isso chocou bastante. A imagem do Neymar de maca sendo transportado para o avião, a dificuldade, o choro. E depois a mudança do Neymar durante a viagem. Porque ele é jovem, tem um espírito maravilhoso. Ele foi mudando todo aquele sentimento que nós tínhamos, principalmente seus companheiros – contou o treinador.

Segundo Felipão, mais do que um jogador, a Seleção perde sua referência técnica para o restante da competição sem Neymar. No entanto, o técnico segue confiante de que o grupo de jogadores conseguirá dar uma resposta positiva contra a Alemanha, na próxima terça-feira, às 17h (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte.

– O Neymar era uma das nossas referências. Porque ele é um diferencial em qualquer equipe, mesmo no Barcelona. Fez com que o grupo perdesse algo que não queria perder, principalmente para uma semifinal e final. Mas também já começou o trabalho de conscientização de que mesmo em qualquer catástrofe surge uma oportunidade de fazer alguma coisa diferente. E é isso que vamos fazer – cravou.

Felipão jogo Brasil x Colômbia (Foto: Reuters)Mesmo sem Neymar, Felipão segue confiante no título da seleção brasileira (Foto: Reuters)

 

Sobre qual o esquema vai utilizar sem o craque, Felipão adotou um tom misterioso. Com um sorriso no rosto, o treinador mostrou confiança nas opções que têm, mas deu a entender que não deve adotar uma formação com três zagueiros.

– Difícil (utilizar três zagueiros). Nós temos bons jogadores pelo setor que o Neymar jogava: Willian, Ramires. Pode ser o Bernard aberto com o Oscar por dentro. Hoje temos um meio que trabalha mais a bola. Sigo muito confiante. Está tranquilo – afirmou.

Confira outros trechos da entrevista de Felipão:

ANULAÇÃO DO CARTÃO DE THIAGO SILVA

– Não consigo entender esse cartão. Pode ser que a lei, a regra, diga alguma coisa sobre isso, mas quando vejo uma bola alçada para o alto pelo goleiro ela está em jogo. O Thiago passa e bate na bola. Não bate por querer. É o goleiro que lança e bate no Thiago. Não aconteceu o que o juiz entendeu como falta. Nós estamos pedindo a anulação do cartão porque o lance mostra perfeitamente que o Thiago não tira a bola do goleiro. Não fica na frente, vem passando na jogada. Não tem como ter cartão amarelo naquela jogada. Se a gente não entende de regra, entendem eles. Absurdo o cartão, entendo eu.

CONFIANÇA NOS ZAGUEIROS 

– Acabei de conversar com o meu grupo, e explicar a eles da luta para ter o Thiago. Não é porque não tenho confiança no Dante ou no Henrique, até porque eu lutaria por qualquer um que fosse, mesmo que não estivesse jogando. Acho que temos que continuar insistindo e lutando pelo lance, porque se a Fifa assistir vai entender e mudar o que o árbitro fez, na minha opinião, erradamente.

ELOGIOS A FRED

– Nós somos uma equipe. Uma equipe não conta só com um atacante. Conta com vários. Quando o grupo vence, vence todo mundo, independente de quem faz o gol. Ontem entendi que o jeito que o Fred foi muito participativo para a equipe e fez com que a gente tivesse um suporte defensivo em algumas jogadas aéreas, no escanteio. Ele tem que participar do jogo e a gente sair vencedor. Nós treinamos bastante as jogadas, o David sempre treina chutes. Quando surge a oportunidade pode ser que a, b ou c faça o gol e a gente vença. Não é só o Fred. Todos são encarregados de atacar e defender para a gente vencer.

TRABALHO PSICOLÓGICO

– A gente está conversando com o pessoal, sabemos como reagem. Eles reagiram bem a visita da Regina (Brandão, psicóloga da Seleção) no início da semana. Ela vai vir novamente amanhã e vai trabalhar com esse assunto do Neymar. Perdemos um dos maiores jogadores, mas continuamos com chance de ser campeão. Estou confiante, tenho peças, esses são os meus escolhidos e eles sabem disso. Olhando para as quatro seleções que ainda estão, é o peso da camisa.

TORCIDA COMO CAMISA 10

– Nosso camisa 10 vai estar conosco, se ele puder no banco ou arquibancada. Foi pedido a ele. Depende do estado dele nos próximos dias. Por ele, tenho certeza que iria. Peço ao torcedor, nosso camisa 10 estará representado por 5, 10, 200 milhões de pessoas.

 

Fonte: Globo Esporte

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