Em um mês, Kaká faz gol, vê problemas e se prova “diferente”

A segunda passagem de Kaká pelo São Paulo completou um mês na última quinta-feira. Nesse curto período, ele disputou apenas um jogo, mas já balançou a rede, percebeu problemas do futebol brasileiro e só recebeu elogios de todas as partes, principalmente de seu chefe atual, otradicionalmente bronco Muricy Ramalho.

A partida de domingo contra o Vitória será apenas a sua segunda – a primeira foi a derrota por 2 a 1 para o Goiás, em 27 de julho. Poderia ter sido a quarta se não tivesse passado uma semana em recuperação por conta de pancada sofrida na panturrilha direita. Semana que, mesmo sem atuar, aproveitou para olhar para as carências da profissão em seu país.

Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Meia fará seu segundo jogo neste domingo, diante do Vitória, em seu retorno ao Morumbi após 11 anos

“Eu me reuni duas vezes com o Bom SensoFC. Queria saber mais informações do que estão fazendo”, disse o jogador, no dia em que chegou ao primeiro mês exato de clube. “Meu apoio é um pouco mais difuso. Apoio tudo aquilo que for a favor do futebol brasileiro. Planejamento, profissionalismo, tudo o que for voltado para a modernização do futebol brasileiro. Na minha opinião, precisa haver melhor planejamento e organização em uma série de fatores, calendário, gestão…”.

 

“É um momento importante do futebol. São legais esses debates, são importantes. Que sejam feitas críticas construtivas, que as pessoas deem suas opiniões. Não só os atletas, mas os dirigentes, os jornalistas. Que todos possam contribuir com soluções, ideias. Acredito que isso vai ajudar a melhorar nosso futebol”, acrescentou o ex-melhor do mundo, com experiência de 11 anos de Europa.

Por essas e outras, não é difícil notar que Kaká é diferenciado também fora de campo. Dentro dele, mais ainda. Embora tenha atuado uma única vez desde que foi emprestado pelo Orlando City, o novo camisa 8 tricolor só ouviu elogios de Muricy, seja pela atuação na capital goiana, seja pela dedicação diária nos treinamentos.

“Ele vai deixar (legado) principalmente para os nossos meninos. Infelizmente, nossos jogadores têm um pouco de dificuldade no que diz respeito à concentração ou em dar um pouco mais. O Kaká é um cara diferente, que chegou aqui e se dedica muito à sua profissão. Isso é bom principalmente para os mais jovens aprenderem. Às vezes, o jogador se conforma com um bom contrato, com alguns jogos, um passe, uma jogada de calcanhar”, analisa o treinador.

O ex-jogador de Milan e Real Madrid não gosta de ser estrela principal. No entanto, aos 32 anos, preocupa-se em ser exemplo para a geração mais jovem e retribuir o que lhe foi oferecido através do São Paulo, que o lançou profissionalmente. “Meu vínculo vai além do campo, é institucional. Sou um jogador criado nas categorias de base que chegou ao topo do futebol mundial”.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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