Crise política do Tricolor emperra elaboração do planejamento de 2016

A grave crise política do São Paulo já cria impasses para o planejamento do clube para 2016. Acusado na última semana de ter desviado dinheiro de contratações de jogadores, o presidente Carlos Miguel Aidar comunicou, em entrevista ao UOL, que renunciará ao cargo na terça-feira. O mandatário, que já havia demitido toda a diretoria do clube para tentar formar uma nova base institucional, agora joga por terra qualquer estratégia traçada pelo Tricolor para a próxima temporada. Isso porque a presidência possivelmente passará para grupos políticos de oposição que não concordam com os métodos de trabalho da atual gestão

Aidar já deixava transparecer que as questões internas vinham inviabilizado a elaboração do planejamento. Pouco antes de demitir o ex-CEO, Alexandre Bourgeois, o presidente concedeu uma entrevista alertando a torcida de que os investimentos para 2016 serão minguados. “Não contrataremos um novo Alan Kardec. Não conseguiremos fazer um investimento desse porte. Vamos buscar nomes mais baratos. A única certeza que podem ter é que tentaremos o Pato de algum jeito”, afirmou, à época. A contratação de Alexandre Pato, que está emprestado do Corinthians, era a principal alternativa do dirigente para angariar apoio da torcida. Mas em nenhum momento houve uma estratégia concreta para assegurar a permanência do principal goleador são-paulino.

A renúncia de Aidar é o estopim da crise que corrompeu o planejamento tricolor. Prova disso foi dada pelo ex-vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, antes da saída do técnico colombiano Juan Carlos Osorio para a seleção do México. O dirigente, exonerado de seu cargo por ter agredido Aidar com um soco na última segunda-feira, havia dito que confiava na permanência de Osorio no clube por negociar com jogadores indicados por ele para a próxima temporada. Como nem o dirigente e nem o treinador continuam no Tricolor, as sugestões de nada valerão para o que restou da atual diretoria.

Pesa ainda contra a equipe a crise econômica que o Brasil enfrenta. A cotação do dólar em reais disparou nas últimas semanas e, caso não ocorra nenhuma mudança drástica no cenário, as negociações de atletas que atuam fora do país serão raras no Tricolor. “A crise é geral. A gente sabe que o São Paulo é um grande clube, tem os pés no chão, mas quando eu digo que é recente para fazer o planejamento, eu também entendo que precisamos correr contra o tempo para superar a concorrência”, disse o técnico Doriva, contratado às pressas para substituir Osorio, durante sua apresentação à torcida na última quinta-feira.

Com a decisão de Aidar de renunciar ao cargo, o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assumirá o clube e convocará eleições para 30 dias. Leco saiu da crise fortalecido nos bastidores e possivelmente concorrerá à sucessão de Aidar como candidato único. É possível que o planejamento para 2016 só comece a ser discutido após o pleito que definirá a composição da nova diretoria.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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