Com chance de superar Telê, Bauza é o quarto argentino a dirigir o Tricolor

A apresentação de Edgardo Bauza, programada para as 12 horas (de Brasília) dessa quarta-feira, tornará o técnico o quarto argentino a assumir o São Paulo na história. Além de defender o legado dos conterrâneos à frente do time, o comandante também terá como motivação a possibilidade de ultrapassar um recorde de Telê Santana na Copa Libertadores. Caso conduza o Tricolor ao título da competição internacional, Bauza chegará ao seu terceiro troféu e superará a marca de duas conquistas do ídolo são-paulino.

Bauza ganhou a Libertadores com a LDU de Quito, em 2008, e com o San Lorenzo, em 2013. Já Telê conquistou o bicampeonato pelo São Paulo em 1992 e 1993. Paulo Autuori é outro técnico com dois troféus do torneio, sendo um pelo Cruzeiro, em 1997, e um pelo Tricolor, em 2005. A relação conta ainda com Roberto Scarone (Peñarol-URU), Luis Alonso Pérez (Santos), Manuel Giudice (Independiente-ARG), Juan Carlos Lorenzo (Boca-ARG), Luis Cubilla (Olimpia-PAR) e Luiz Felipe Scolari (Grêmio e Palmeiras).

O técnico que mais venceu a Libertadores é o argentino Carlos Bianchi, responsável por conduzir o Vélez Sarsfield a uma conquista e o Boca Juniors a outras três. Em seguida vem o também argentino Osvaldo Zubeldia, que faturou o título três vezes pelo Estudiantes. O Tricolor espera que Bauza honre o histórico dos compatriotas e ajude o time a conquistar seu quarto troféu na competição. O sorteio realizado na terça-feira à noite, na capital paraguaia Assunção, determinou que o Tricolor enfrentará o Cesar Vallejo, em 3 de fevereiro, pela pré-Libertadores. O jogo de volta será no Morumbi, no dia 10.

Hermanos no Tricolor – Bauza terá em quem se espelhar para dirigir o São Paulo. O primeiro argentino a assumir o time foi Alejandro Galan, popularmente conhecido como Jim Lopes. O técnico teve duas passagens pela equipe, entre 1953 e 1954 e durante quatro meses da temporada de 1965. Na primeira delas, Galan faturou o troféu do Campeonato Paulista de 1953.

Armando Renganeschi, ídolo do São Paulo na década de 1940, foi o segundo argentino a assumir o time. Ele havia conquistado o tricampeonato paulista pelo Tricolor em 1945, 1946 e 1948, mas não teve tanta sorte na empreitada como treinador. Renganeschi se manteve no emprego entre 1958 e 1959 e sua marca mais expressiva foi o vice do estadual de 1958 – o Santos, de Pelé, foi o campeão.

(Foto: Acervo/Gazeta Press)
O então técnico do São Paulo, Jose Poy (à esq.), conversa com o uruguaio Pablo Forlán (Foto: Acervo/Gazeta Press)

Jose Poy completa o rol dos hermanos tricolores. O argentino atuou como goleiro do São Paulo entre as décadas de 1940 e 1960 e conquistou quatro títulos paulistas, em 1948, 1949, 1953 e 1957. Foram ao todo sete passagens pelo comando técnico da equipe, o que colocou Poy como o terceiro treinador com mais jogos pelo time. Foram 422 partidas, sendo 213 vitórias, 129 empates e 80 derrotas. A maior glória de Poy como comandante do clube veio em 1975, quando ele conduziu o São Paulo ao título paulista.

Dedicação é trunfo de Bauza – Diante da apatia que se instaurou no São Paulo nos últimos jogos do Brasileirão, a diretoria espera que o trato com os jogadores e a dedicação de Bauza ao trabalho façam de 2016 um ano melhor para o clube. Apelidado de ‘Patón’, por conta dos calçados de número 45 que usa, o técnico está com 57 anos e ficou conhecido como um profissional preocupado com as características defensivas dos times que comanda – o setor, coincidentemente, é a maior deficiência do Tricolor. Serão raras, portanto, as invenções que marcaram a passagem do colombiano Juan Carlos Osorio pelo Morumbi.

Como jogador, Bauza atuou como zagueiro e fez história no argentino Rosário Central. Ele foi revelado pela equipe, conquistou dois títulos nacionais (1980 e 1987) e escolheu o clube para se aposentar, em 1992. Também acumulou passagens por Atlético Junior (COL), Independiente (ARG) e Veracruz (MEX). Bauza ainda integrou a seleção argentina vice-campeã da Copa do Mundo de 1990, na Itália.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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