Caramelo, titular da Chapecoense e futuro promissor no São Paulo

Mateus Lucena dos Santos, o Caramelo, tinha 22 anos. O lateral-direito era titular da Chapecoense, finalista da Copa Sul-Americana e uma das vítimas do trágico acidente aéreo que matou 75 pessoas na madrugada desta terça-feira. Seu pai reluta em acreditar na tragédia envolvendo o filho, nascido em Araçatuba, no interior de São Paulo, e criado em Clementina, onde a família mora.

Caramelo Chapecoense (Foto: Cleberson Silva/Chapecoense)Caramelo, lateral emprestado pelo São Paulo para a Chape (Foto: Cleberson Silva/Chapecoense)

– Um dos caras mais alegres que conheci na minha vida. Não tinha como deixar ninguém para baixo. Pode perguntar no Mogi Mirim, Atlético-GO, Chapecoense, São Paulo (clubes onde ele atuou), não tinha alguém igual a ele: sempre de bem com a vida e rindo de tudo. Ele brilhava – disse Marcelo Petinatti, empresário do jogador que ajuda a família, em meio à tragédia.

Formado e revelado pelo Mogi Mirim, clube que defendeu de 2009 a 2013, Caramelo chamou a atenção do São Paulo pelo bom desempenho no Paulistão no último ano pela equipe do interior e foi contratado, à época com 18 anos.

No Morumbi, era visto como uma promessa. Alguém em quem o clube confiava para o futuro. Um jogador de muita força, profissional, sereno e bom de grupo. As duas temporadas por empréstimo na Chapecoense (2015 e 2016) serviriam como amadurecimento para retornar e ser aproveitado.

Segundo antigos companheiros do São Paulo, Caramelo tornava pequenas as suas limitações, diante da força e da vontade dentro de campo. O respeito e admiração pelo lateral ficaram escancarados em inúmeras homenagens de atletas são-paulinos nas redes sociais.

Caramelo foi emprestado ao Atlético-GO, em 2014, e fez seu único gol da carreira: contra o América-MG, em empate por 1 a 1 no dia 3 de outubro, pela Série B do Campeonato Brasileiro

Em  2015, o lateral foi novamente emprestado, dessa vez do São Paulo para a Chapecoense, e terminou o ano na equipe catarinense. Nessa temporada, retornou ao Tricolor e estava perto de sair novamente, mas ficou a pedido do então técnico Edgardo Bauza e até participou da campanha semifinalista na Taça Libertadores.

O técnico da seleção argentina foi uma das muitas personalidades do futebol a lamentar a tragédia. Calleri, seu compatriota, também se manifestou especialmente pelo lateral. Foi de Caramelo a assistência para o atacante marcar contra o Água Santa um dos 16 gols pelo São Paulo , número que lhe rende até hoje, mesmo como jogador do West Ham, o posto de artilheiro da temporada.

Caramelo deixa a noiva Ageisa e dois irmãos: Bruno, mais velho, e Vinicius, mais novo, seu xodó e para quem custeava a faculdade. Seu contrato com a Chapecoense terminaria no fim do ano.
Fonte: Globo Esporte

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