Calleri entra, marca e dá empate ao São Paulo no Peru

“Senhoras e senhores, sejam bem-vindos ao mítico estádio Mansiche, onde nosso Cesar Vallejo fará história ao enfrentar o grande São Paulo, de Brasil”. O anúncio do locutor oficial do campo de jogo em Trujillo (PER) lembrava mais a apresentação de uma peça de teatro, forma tomada pela partida de estreia entre peruanos e paulistas na Copa Libertadores da América. E na trama inesperada da noite desta quarta-feira, o grande protagonista foi Jonathan Calleri, ator debutante e autor de golaço por cobertura que garantiu ao Tricolor um empate no jogo de ida da fase preliminar.

Os comandados de Edgardo Bauza, uma trupe mais encorpada e experiente, fez do irregular gramado de Mansiche seu palco. Com toques rápidos e envolventes, a partida tinha ares de espetáculo, ainda mais com as reaçõe silenciosas de uma torcida pouco participativa – nem mesmo camisas laranjas distribuídas de graça tomaram conta das arquibancadas. O que se ouvia eram lamentos a cada bela jogada brasileira e aplausos a cada intervenção do excelente goleiro Salomón Libman.

Sem falar na equivocada participação do árbitro Roddy Zambrano, que não flagrou gol de Alan Kardec em cabeçada que beijou o travessão e quicou além da linha fatal. O vilão do apito foi cercado no intervalo pelos são-paulinos, que cobravam o erro da arbitragem equatoriano com o peso de dois gols pedidos – Ganso acertou o travessão e Centurión errou cabeçada sem goleiro – e de um golaço de Alejandro Hohberg. A bola que pouco ameaçava Denis no primeiro tempo, morreu em seu ângulo em cena dramática graças a um desvio em Hudson.

Para o segundo ato, a plateia trujillana gargalhava de confiança. Calados, os tricolores desconfiavam da mudança rapidamente feita por Patón, após mais três chances claras desperdiçadas – duas de Hudson e uma de Michel Bastos. Bauza sacou o eficiente Alan Kardec para dexar Calleri estrear. Uma alteração passível de questionamentos diante da necessidade de marcar gols, até Jony desfilar o estrelato na primeira oportunidade que lhe foi oferecida. Ganso, Maestro da orquestra que tentava acelerar o ritmo da peça, entregou com perfeição para Calleri encobrir Libman com capricho ainda maior.

Franco Navarro, desesperado, parecia arrependido de ter retraído tanto seu inexperiente elenco. O Cesar Vallejo deixou de ser tão vulnerável, mas não tinha fôlego e qualidade para incomodar o São Paulo. Ainda assim, o enredo dramático persistia a cada cena. Os tricolores esqueciam-se das melhores conclusões para seus diálogos, enquanto Bauza tentava recolar a trupe em ação com Carlinhos e Wesley nas vagas de Centurión e Thiago Mendes. Com as cortinas fechadas, era preciso aplaudir a grande estreia de Calleri, mas lamentar pela falta de um desfecho. Agora, só na próxima quarta-feira, no teatro do Pacaembu.

FICHA TÉCNICA
CÉSAR VALLEJO (PER) 1 x  1 SÃO PAULO

Local: Estádio Mansiche, em Trujillo (PER)
Data-Hora: 3/2/2016 – 21h45 (horário de Brasília)
Árbitro: Roddy Zambrano (EQU)
Auxiliares: Luís Vera (EQU) e Juan Macias (EQU)
Cartões amarelos: Juan MoralesMillán e Riojas (CES); Calleri (SAO)
Gols: Hohberg 18’1ºT (1-0) e Calleri 20’2ºT (1-1)

CÉSAR VALLEJO (PER): Libman; Requena, Cardoza, Riojas e Guizasola; Ciucci e Quinteros (Morales 17’2ºT); Millán, Chávez, Hohberg; Montes (Perea 25’2ºT).Técnico: Franco Navarro.

SÃO PAULO:
Denis; Bruno, Rodrigo Caio, Breno, Mena; Thiago Mendes (Wesley 35’2ºT), Hudson, Michel Bastos, Ganso, Centurión (Carlinhos 29’2ºT); Alan Kardec (Calleri 12’2ºT). Técnico: Edgardo Bauza.

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