Breno: um ano depois de ser preso, regime semi-aberto pode sair em duas semanas

Hoje, exatamente um ano depois de ser condenado à 3 anos e 9 meses de prisão, o advogado do  ex-jogador do São Paulo e do Bayern de Munique garante que em duas semanas o jogador começará a cumprir o regime semi-aberto, sendo liberado para passar os dias em casa e trabalhar

O ex-jogador do São Paulo Breno Borges, 23, deve ser autorizado a deixar sua cela na prisão Stadelheim para passar os dias em casa Neuhausen dentro de duas semanas. Segundo o advogado, Sewarion Kirkitadse que assumiu o caso do jogador no final do ano passado, esse é apenas o primeiro passo, mas um passo importante e quem sabe, definitivo no caminho da liberdade de Breno.

-“Nesse primeiro momento ele estará sendo liberado durante o dia, mas terá que voltar à noite para prisão e continua cumprindo a pena de 3 anos e 9 meses a que foi condenado. Para obter o benefício, exatos 12 meses depois de condenado a uma pena de 3 anos e 9 meses, o jogador precisou se superar e provar que tem uma oferta de trabalho válida, e isso ele já conseguiu, com o apoio do Bayern, que ofereceu uma oportunidade no clube e possui uma ficha exemplar na prisão. E o Breno tem isso também, ele teve apenas uma advertência recente nesse ano que esteve sob custódia, mas conta com o apoio de todos os funcionários e tem o respeito de todos por lá.”

O ex-jogador do Bayern, agora com 23 anos, foi condenado a três anos e nove meses de prisão, por incêndio criminoso na casa que alugava num condomínio de classe média alta em Grunwalder. Há exato um ano, em 4 Julho de 2012, o zagueiro foi considerado culpado no tribunal distrital de Munique e deixou o sala do tribunal direto para a prisão. Todos os pedidos de revisão da pena foram negados e, desde então, em seus esforços para sair da prisão o mais rápido possível Breno mudou várias vezes de advogados.

Desde que Kirkitadse assumiu no final do ano passado, a estratégia de defesa tem sido outra. Influente ex-juiz e especialista em assuntos ligados ao mundo desportivo e corporativo, que cuida, por exemplo, dos interesses de Bernie Ecclestone (o chefão da Fórmula 1) na Alemanha, ele passou a atuar também junto a um influente escritório de relações públicas, incluindo um trabalho com a esposa do atleta, Renata Borges, que esteve sempre ao lado de Breno nesse período.

De acordo com o advogado de defesa esse trabalho foi tão importante quanto o tempo de pena cumprido. Pra quem não lembra, Renata não havia comparecido a nenhum dia de julgamento. Em uma das sessões, a juíza revelou gravações de conversas telefônicas de Renata com um amigo logo após o incêndio, quando a brasileira teria dito que “satanás havia tomado conta do corpo de Breno.”

“- Não adianta questionar uma decisão judicial. Adianta mostrar que você é capaz de se arrepender, aprender e se recuperar. É isso que a Justiça espera e é isso que o Breno tem demostrado nesse período que ficou detido. Agora o fundamental para que o desejo do Breno e da família se realize, é que conquistemos o primeiro passo, aquele que está mais perto de nós. Fazer com que ele seja solto durante o dia, retome seu cotidiano com a família, para que possa ter pelo menos parte de sua liberdade. É isso que vai nos mostrar e mostrar ao juiz quais os próximos passos que podemos dar.”

Enquanto Breno não puder retornar aos gramados e tiver que voltar para passar as noites em Stadelheim, é provável que ele permaneça trabalhando no departamento de merchandising do Bayern, em algum departamento interno ou mesmo na loja de produtos do clube.

Até diretor da prisão é a favor da liberdade de Breno

Segundo Michael Stumpf, diretor da prisão Stadelheim, o único gol contra em sua carreira como presidiário, Breno cometeu há algumas semanas, quando foi pego usando um telefone celular na prisão para ligar para a esposa. O telefone fora contrabandeado por outro interno que ofereceu a Breno para fazer ligações e ele não resistiu e aceitou. Como no Brasil, a posse de telefones celulares é estritamente proibida, mas, também como aqui, não é segredo que centenas de aparelhos circulam no meio carcerário.

“Nos últimos anos, dezenas de policiais tiveram que comparecer em juízo, por cederem aparelhos aos presos e muitos acabaram suspensos, e dependendo do caso, até presos”, afirma Stumpf. “No caso de Breno, no entanto, como ficou demostrado que além de estar arrependido o motivo do uso era humanitário, digamos, era o desejo de um jovem de falar com a família, com sua esposa e filhos, ele foi apenas repreendido. Mas em caso de reincidência, no entanto, as coisas seriam diferentes disse o diretor.”

A autoridade também apoia a reintegração de Breno à sociedade e o considera completamente capaz de retomar sua vida normal. “Isso é importante até mesmo por motivos esportivos: para um jogador de futebol profissional, a janela de tempo é apertada para que ele possa exercer sua profissão. Se realmente a nossa função é recuperar o cidadão para que ele esteja apto a exercer sua função, acho que devemos devolvê-lo à sociedade enquanto ele ainda têm a capacidade para fazer isso,” acredita do diretor do presídio.

Enquanto Breno não puder retornar aos gramados e tiver que voltar para passar as noites em Stadelheim, é provável que ele permaneça trabalhando no departamento de merchandising do Bayern, em algum departamento interno ou mesmo na loja de produtos do clube.

Lembre do caso
Breno foi condenado a três anos e nove meses em regime fechado por incendiar propositalmente a casa alugada onde morava com a mulher e os filhos, no valor aproximado de € 1milhão, no bairro Grünewald, em Munique. A juíza determinou que Breno fosse obrigado a cumprir pelo menos dois anos e meio de prisão na Alemanha, antes que pudesse ser deportado para o Brasil. Pouco antes do veredito Breno quebrou o silêncio. “Eu quero pedir desculpas por aquela noite”, disse. Desculpas ao Bayern, ao proprietário da casa e aos meus filhos. Sei que não tenho sido um bom exemplo para eles.”

Breno chegou à Alemanha em 2008 com apenas 18 anos, depois que o Bayern pagou € 12 milhões para o São Paulo. Nunca se firmou por causa de uma lesão persistente no joelho, acabou emprestado por uma temporada para o Nuremberg. Passou a lutar contra a depressão e problemas com abuso de álcool. O contrato de Breno expirou no final de junho de 2012 e não foi renovado.

O Ministério Público de Munique chegou a investigar o Bayern quanto a possíveis violações da Lei de Medicamentos. Como o promotor disse, o fisioterapeuta do clube chegou a ser interrogado pela polícia para saber se o jogador tomou qualquer medicamento sob prescrição. Os profissionais do Bayern, no entanto, apresentaram todas as fichas médicas do atleta ao tribunal para refutar a informação dos advogados de que Breno estaria tomando regularmente comprimidos para dormir.

 

Fonte: Lance

Um comentário em “Breno: um ano depois de ser preso, regime semi-aberto pode sair em duas semanas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*