Desde o início de 2017, as categorias de base do São Paulo já levantaram 22 taças, incluindo a recente conquista da Copa São Paulo. O sucesso coincide com a chegada do coordenador Pedro Smania à Cotia. Em falta no time profissional, os títulos são reflexos do esforço do clube em padronizar um estilo de jogo ofensivo aliado a uma cultura esportiva vencedora para os jovens atletas.
Em entrevista à Gazeta Esportiva, Smania ressaltou a administração profissional e cuidadosa feita no Centro de Formação de Atletas. “No tempo que estou aqui, posso dizer que o planejamento é muito cuidadoso, estudado e preparado para que o máximo de atletas consigam chegar ao profissional. De modo geral, isso tem sido alcançado; é notório que os meninos estão chegando ao profissional e em número cada vez maior”, afirmou.
Independente da categoria, os time da base do Tricolor estão se destacando por apresentar um futebol ofensivo, que faz questão de reter a bola e controlar as partidas. “Nada é por acaso, estamos debatendo isso o tempo todo e tem sido um sucesso, não só esportivo, mas em relação à forma de jogar, a cultura, e a educação que têm sido demonstradas pelos atletas jogo a jogo”, contou Smania.
“Para que isso aconteça, os profissionais que trabalham em Cotia são reciclados, passam por palestras, e são municiados para que consigam manter a cultura promovida pelo clube”, explicou o coordenador.
À parte do sucesso da base, a diretoria do São Paulo é alvo recorrente de críticas nos últimos anos pelo grande número de vendas de atletas formados em Cotia. Questionado se os jovens craques já se deslumbram com uma venda ao exterior logo cedo, Smania fez questão de pontuar outro trabalho realizado pelo clube nas categorias de base.
“Todo atleta de Cotia culturalmente aprende a amar o São Paulo e tem o sonho de jogar no profissional”, disse o coordenador. “Independente do que falam para eles, os atletas tem esse sonho, nós alimentamos isso aqui dentro. É claro que todo o staff por volta influencia o jogador, mas a grande maioria também trabalha com a ideia de levar o atleta para o profissional, de torná-lo um ídolo”, completou.
Apoio ao antigo companheiro
Treinador do sub-20 do Tricolor entre 2015 e 2018, André Jardine pode estreitar ainda mais as relações entre o time profissional e os jovens de Cotia. “Tendo em base o que ele vem falando em suas entrevistas, o Jardine vai buscar esse modelo de jogo (da base)”, conta Smania. Mas o coordenador ponderou: “no profissional as coisas são diferentes, principalmente em relação ao tempo de implementação, porque ele depende de uma série de fatores”.
Apesar da ressalva, o antigo companheiro acredita no sucesso do novo treinador são-paulino. “Tenho convicção de que ele vai conseguir fazer um bom trabalho, e, se isso acontecer, irá facilitar ainda mais a integração do CFA de Cotia com o elenco principal”, contou.
Quem vai subir?
Após o sucesso da equipe campeão da Copinha, Smania preferiu não citar os nomes dos atletas que podem ser promovidos ao profissional na temporada, mas citou as constantes reuniões entre a base e a diretoria de futebol.
“Não queremos queimar etapas, porque isso pode jogar esse trabalho fora. Prefiro não citar nomes específicos porque os jogadores da base mudam muito de mês a mês. Estamos avaliando com muito carinho, promovendo mesas redondas entre a base e o profissional”, contou.
Um dos destaques do Tricolor no torneio, Antony já foi reintegrado ao elenco profissional e faz parte dos planos de Jardine para a temporada.
Fonte: Gazeta Esportiva