180 conselheiros decidiram que os conchavos políticos vão continuar

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, aconteceu o que eu esperava: a proposta de eleição direta para presidente do São Paulo foi derrotada no Conselho Deliberativo e, portanto, arquivada pelo presidente do CD, Olten Ayres de Abreu. 180 conselheiros decidiram que os conchavos políticos vão continuar. Os acordos, muitas vezes não republicanos, continuarão prevalecendo sobre a vontade do sócio são-paulino de eleger seu presidente.

É bem verdade que a mudança seria pequena. Afinal, ainda caberia ao Conselho Deliberativo indicar entre seus membros dois candidatos que iriam para votação na Assembleia Geral. Ou seja: democracia até a página 2. Mas de qualquer forma, os sócios teriam mais direito de cobrar seu candidato caso ele não cumprisse promessas feitas na eleição.

Vejam como a situação é hoje: Olten Ayres de Abreu prometeu que transmitiria todas as sessões do Conselho, para que conselheiros dessem satisfação aos sócios de atos e votos emitidos. Durou uma sessão e meia, se muito. Júlio Casares prometeu cumprir um mandato de três anos e teve um discurso veemente, como é normal em sua postura “marketeira”, e a primeira coisa que fez foi dar um golpe, passando a reeleição para si próprio (isso sem contar a praça com seu nome que foi inaugurada no clube) e foi firme e forte na defesa do voto antidemocrático, para derrubar a ideia de eleição direta, ainda que fosse para 2026. Isso, é lógico, porque novo golpe está sendo preparado, com texto de Carlos Miguel Aidar, para mostrar que ele pode se reeleger daqui a três anos, porque estará na vigência de um novo estatuto.

Os sócios não conseguem cobrar nada. Por mais que Olten e Júlio sejam frequentadores assíduos do clube, pouco tem contato com os sócios. Prendem-se às rodas políticas para aliciar, com falsos argumentos, conselheiros mais fracos de opinião.

Não me causou espanto ver que, além dos dois, Leco, José Eduardo Mesquita Pimenta, Leonardo Serafin, Osvaldo Abreu, Douglas Shwartzmann (a turma dos Jacks), Dorival Decousseau e Dario Speranzoni (ambos com problemas com a Justiça, e que já visitaram uma cela), Carlos Belmonte (mais uma gigantesca decepção) tenham votado pela manutenção do status quo. Mas os recém egressos da oposição (Fábio Mariz, Maurício Canassa, Itagiba Francês, Rodrigo Gaspar), isso já é demais. Acho que ali dentro a coisa é boa demais.

Vanglorio pessoas como Fernando Casal de Rey, José Douglas Dallora, Edson Lapolla, Carlos Sadi, Erovan Tadeu, Marco Aurélio Cunha, José Carlos Ferreira Alves, Alexandre Médicis, e mais alguns responsáveis e defensores da democracia, pelo voto Sim.

E chamo a atenção para mais dois nomes: José Sorrentino Dias e Sylvio de Barros. O primeiro, líder da oposição. Única abstenção na votação. O segundo, ex-provável candidato a presidente pela oposição. Votou NÃO. Depois se explicou ao grupo e disse ter errado. Ou seja: fosse candidato ficaríamos entre o marketeiro e o burro.

O São Paulo, após a votação do Conselho Deliberativo, deu milhares de passos atrás. Mostrou que continuará a ser um clube de conchavos, de igrejinhas, dominado pelos amigos do rei e que vai ficar cada vez mais distante de clubes, que outrora tinham que olhar para cima para nos enxergar. Hoje eles olham para baixo. E riem da nossa patética situação.

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