Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a semana do São Paulo me fez mudar a análise de performance do time e trocá-lo de lugar: ao invés de coadjuvante e campanha para chegar aos 46 pontos, passou a protagonista e campanha para chegar aos 68 pontos (vaga na Libertadores, no G4).
Não. Não estou empolgado assim por ter ganho de 4 a 1 do Santos. Afinal, este, talvez, seja o time mais fraco que vi do Peixe em toda a minha vida. Diria que é um sério candidato a brigar até o fim para tentar fugir do Z4, ainda que não esteja lá.
Mas creio não estar me iludindo com essa mudança de opinião, pois se era obrigação ganhar do Santos, dentro do Morumbi (e cumprimos a obrigação), não era a de ganhar do Palmeiras na Arena, ainda de virada e tenho um árbitro visivelmente contrário a nós.
Dito isso, passo a analisar especificamente o jogo deste domingo. Em nenhum momento o Santos causou nenhum susto ao São Paulo. Porém, mais do que a inoperância do ataque adversário, ressalto a postura do nosso meio de campo, onde Alisson, mais uma vez escalado para marcar o principal jogador deles, deu conta do recado. Nem Mendoza, nem Lucas Lima conseguiram jogar. Méritos, nesse caso, além de Alisson, para Rafinha, que fez outra excelente partida, e Mendez, que esteve muito bem à frente da zaga.
Aliás, Arboleda e Diego Costa, mais uma vez, fizeram uma partida impecável, sem qualquer falha, tanto por cima quanto por baixo. Diego Costa, inclusive, tem mostrado mais eficiência nesses quesitos. Só perdemos um pouco na saída de bola, com a ausência de Beraldo.
Em compensação, ganhamos um jogador no meio de campo. Recuperado plenamente da contusão que o deixou fora quatro jogos, Michel Araújo foi um gigante em campo. Foi segundo volante, foi meia. Aliás, um verdadeiro meia. Puxou contra-ataques, esteve dos dois lados do campo, flutuando com muita naturalidade, apareceu dentro da área, deu assistências, quase fez um gol antológico. Há muito tempo não via uma atuação de um jogador com essas características no São Paulo.
Mérito total a Dorival Jr. Ele enxergou em Alisson um bom segundo volante e em Michel Araújo o potencial para ser o meia. Não é um meia dos nossos sonhos, mas para quem estava se virando com Rodrigo Nestor, Luciano e Wellington Rato, me deixa feliz.
No ataque Calleri também teve uma atuação de gala. Além dos dois gols deu assistência, fez tabelas, saiu da área, ajudou a defesa, caiu pelos cantos, teve uma mobilidade que há muito tempo também não via no argentino.
E para fechar, a tarde era tão valiosa que até Alexandre Pato marcou o dele. Antes deu uma caneta. E o gol saiu em linda tabela entre ele e David, que também já tinha deixado o seu.
Enfim, uma tarde a comemorar, assim como foi a noite de quinta-feira. Estamos no G4, sim, no critério de desempates estamos à frente de Fluminense e Palmeiras. Portanto, temos muito o que nos animar.
Não pensem que esses resultados deixarão a diretoria imune às minhas críticas. Reafirmo que entre erros e acertos, a balança pende demasiadamente para o lado dos erros, e aponto como quase único, mas grande acerto, a contratação de Dorival Jr. O resto continua sendo tenebroso, em termos de administração.
Não poderia estar mais orgulhoso por termos nos classificados em cima do Palmeiras; pela vitória marcante de ontem contra o Santos, na realidade, algo estranho que usava a camisa do Santos.
Pra melhorar minha perspectiva sobre até onde este time pode ir, devo esperar os próximos três jogos do brasileirão.
São jogos que, caso o time realmente tenha mudado de patamar, são ganháveis; são daqueles que podem alçar o time aos primeiros lugares da tabela em definitivo.
Mas o primeiro é fora de casa e tem um fato curioso: o Cuiabá vai mal jogando em casa e o São Paulo ainda não ganhou fora.
Tudo leva a crer que em empate deve ser o resultado com maior chance. Entretanto, caso o time aspire a melhores tempos, tem que ganhar e ganhar bem, embalando com outros dois resultados positivos que vão fazer tremer os grandes adversários…
Fui ao jogo ontem, por isso não participei com os amigos. Estava tudo diferente, fora do estádio o clima parecia o de 20 anos atrás. Torcida feliz, empolgada, por toda a cidade se via torcedores indo pro jogo.
Dentro de campo nem preciso falar, foi realmente um show de bola e era clássico entra entra no quesito jogo grande, parece que o perfil do elenco está mudando, de cagao de jogo grande pra um time que desfruta jogo grande. Derrota pode acontecer, é do jogo, mas é como você joga que muda o patamar do seu elenco.
Dorival está fazendo algo que não víamos desde o Muricy no SPFC, estamos criando diversas opções pra vários setores do campo. O time cresceu tanto que de um mês pra cá estamos sem dúvida praticando o melhor futebol nesse país é não é exagero.
Se manter o trabalho, a confiança é claro uma dose de sorte podemos sim almejar algo maior. Estamos criando uma base sólida, formando um time.
Bem observado, Danilo.
De fato, o momento é de formação de uma base sólida. E isso é o mais importante para o momento, mais importante até que eventual título.
Ter um estilo de jogo e uma base dá tranquilidade e tempo para os jovens de Cotia e os recém contratados se adaptarem. Permite estabilidade financeira ao não ter que ficar desmontando e montando elenco.
Espero que a diretoria honre o compromisso com o Dorival e não venda ninguém por enquanto.
O pessoal precisa calçar as sandálias da humildade e parar de falar em título. Tem muito chão ainda antes disso.
Imagino o Dorival como técnico do Tricolor somado a uma diretoria competente e que ama o clube, voltaríamos, sem dúvida, aos nossos tempos de glória. Infelizmente, essa Diretoria continua sendo uma lástima, uma tenebrosa inaptidão pra tudo que caraterizaria uma gestão moderna e eficiente.