Vantagem física do SP e atenção a Rodriguinho: Bruno Alves analisa clássico

Tem problema na defesa? Chama o Bruno Alves. O zagueiro do São Paulo será titular na primeira semifinal deste domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi, contra o Corinthians.

O motivo: Rodrigo Caio foi convocado pela Seleção e está fora do Majestoso (ele também foi cortado do banco no amistoso contra a Rússia vencido por 3 a 0, na sexta-feira).

Além da ausência de Rodrigo, as lesões de Arboleda (estiramento na pré-temporada logo no começo do ano) e Anderson Martins (dores na região dorsal) abriram espaço para Bruno Alves conquistar espaço na zaga. No total são sete partidas nesta temporada.

Bruno Alves provavelmente vai formar dupla ao lado de Arboleda. O equatoriano não treinou no campo na sexta-feira, pois sofreu uma pancada na perna direita, mas a princípio não preocupa.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, Bruno Alves disse ver o São Paulo em vantagem física sobre o Corinthians por ter descansado mais antes da semifinal (o Tricolor jogou na terça, e o rival na quinta), explicou qual é a postura cobrada por Diego Aguirre e destacou Rodriguinho como um jogador imprevisível.

GloboEsporte.com: O São Paulo não disputa uma final desde 2012 e agora tem um clássico na semifinal. Tudo isso dá mais peso ao jogo?

Bruno Alves: O peso de um clássico é maior. Não é qualquer jogo. Pela decisão pesa um pouco mais, mas é ficar tranquilo. Estamos confiantes pelo jogo que fizemos contra o São Caetano. É um jogo de intensidade: perdia (a bola) e reagia, correr para frente. Pelo menos é o que o Aguirre falou: ganhar ou perder no futebol vai acontecer, só que a postura e a intensidade têm de ser diferentes. Jogando daquele jeito a probabilidade de vencer aumenta. Estamos concentrados, acreditando na técnica e no que o Aguirre tem passado. Temos de melhorar alguns defeitos que apresentamos para poder surpreender o Corinthians e pôr fim a esse tabu.

– Acreditamos muito no trabalho que vem sendo feito aqui. Lógico que o Carille fez um bom trabalho no ano passado e tem as qualidades dele. Mas temos de nos preocupar com o nosso time e ver o que o Aguirre está trabalhando para termos capacidade de fazer um bom jogo e buscar a vitória. Sabemos que precisamos dessa vitória. O torcedor também precisa. O clube em si, o São Paulo, precisa chegar a essa final. Vamos deixar tudo dentro de campo para buscar esse resultado.

Essa postura é o que o Aguirre tem mais cobrado?

– Ele pediu muito. Comentou que a postura tinha de ser diferente. Só assim para a torcida jogar junto. Nós também fomos torcedores. A gente quer um time que briga, que disputa a bola, que dá carrinho, que você vê três em cima de um. Tudo isso contagia. Ele pediu isso, independentemente de ganhar ou não. O jogo contra o São Caetano teria de ser diferente, e fomos premiados com o resultado. Ele tem passado isso também por ser uruguaio. Está no sangue essa cobrança e garra.

Como era o Bruno Alves torcedor?

– Sempre gostei de jogo assim: pegado e de confusão. Uma confusão sadia, né (risos), dentro de campo. É isso o que o torcedor quer: ser representado dessa forma. Você pode perder, mas vende caro. Você fez tudo o que podia fazer e deixou a alma, mas os caras ganharam. Faz parte. Quando isso acontece a torcida aplaude e reconhece. Agora perder por bobeira… A pior coisa para o jogador é quando você vai embora e fala: “Poxa, poderia ter feito isso ou aquilo”. A gente está mudando a chave para, quando acontecer de perder, saber que fez de tudo, mas o adversário foi melhor. Acredito nisso. Jogando dez jogos assim, você ganha oito.

– Sim, isso contagia. Na primeira bola dá uma dividida, tromba com o cara e o time vai no embalo. Eu lembro bem: o Valdívia deu um carrinho na lateral, a bola foi para fora e a torcida veio junto. São coisas que dão liga. Quando começa morno você pensa: “Hoje vai ser difícil”. Quando você vê um companheiro brigando igual ao Valdívia, você diz: “Hoje vai dar”.

O São Paulo jogou na terça, e o Corinthians na quinta. Há uma vantagem? Faz diferença?

– Para nós, sim. Vínhamos em uma sequência de jogos. Ter mais dias para treinar e recuperar quem está com dor… O Valdívia foi exemplo disso (sofreu um estiramento na coxa). Não dá tempo de descansar. A gente tem, sim, essa vantagem do descanso. Só que tem de colocar em prática. Não adianta ter a vantagem do descanso, chegar ao jogo e não correr. O mínimo que temos de fazer é disputar cada bola como se fosse a última e mostrar vibração, determinação e persistência. Assim temos total condição de vencer.

Você tem sido uma espécie de bombeiro da defesa, sempre substituindo quem sai…

Tem alguém do Corinthians que preocupa mais? O time já jogou sem um centroavante de referência. Isso atrapalha para marcar?

– Vamos analisar melhor depois com os vídeos. Eu vi o jogo do Corinthians (contra o Bragantino) e pude analisar. Mas sabemos que por mais que você estude, tem jogadores de improviso, de qualidade. O Rodriguinho é um excelente jogador. Você pode mapear o jogo inteiro: ele chuta com a direita. Mas em um lance pode cortar e finaliza de esquerda. É estar concentrado com os jogadores deles e vice-versa, porque os nossos também podem decidir.

O quanto é importante abrir uma vantagem no Morumbi para depois jogar na Arena Corinthians?

–É um jogo de 180 minutos. Tem a importância de estar em casa, com o torcedor do nosso lado. Temos de fazer valer essa pequena vantagem do primeiro jogo. Acredito que vamos entrar para propor o jogo, buscando o ataque o jogo inteiro para ter uma vantagem. Sabemos também que não será definido no domingo, mas vamos buscar uma vitória para jogar com segurança na quarta.

Fonte: Globo Esporte

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