Um ano depois, Muricy reduz atritos e tenta criar família em pré-temporada

Há um ano o São Paulo iniciou a pré-temporada de 2013 em Cotia sob o comando de Ney Franco após conquistar a Copa Sul-Americana e assistiu ao treinador perder o comando que restava em um elenco dividido. Em janeiro do ano passado os atritos entre elenco e comissão técnica se intensificaram no que culminou na ruptura, seis meses depois, com a demissão do treinador. Em 2014, Muricy Ramalho vive o mesmo período de maneira muito mais estável, algo que se deve a uma condução inversa à de Ney Franco e a definições mais firmes.

Muricy Ramalho falou ainda no fim de 2013 que não tentaria armar a equipe com três zagueiros e que manteria o esquema com o qual vem atuando, na formação 4-2-3-1. No primeiro esboço da pré-temporada, mostrou que deve cumprir o que disse: armou equipe com 12 jogadores na linha, em time titular muito parecido com o que terminou o último ano.

Há um ano, Ney Franco deixou alguns jogadores insatisfeitos pela indefinição tática. O técnico chegou a testar três diferentes formações na pré-temporada. O maior entrave foi tentar incluir Paulo Henrique Ganso e Jadson no time titular após a saída de Lucas para o Paris Saint-Germain (FRA). Ney chegou a dizer que havia definido a equipe no 4-4-2, com um losango no meio de campo, e dias depois voltou ao 4-3-3.

O posicionamento mais imponente de Muricy Ramalho não dá margem para questionamentos do elenco, como há um ano, quando parte do plantel viu em Ney Franco um comandante com dúvidas às vésperas da estreia na Copa Libertadores, na qual o time mais tarde sofreria para não ser eliminado ainda na fase de grupos. Muricy não agrada a todos como fez Paulo Autuori, que deixou o clube admirado pelo elenco mesmo com maus resultados e a caminho do rebaixamento. No entanto, o técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo tem a seu lado os resultados positivos, que avalizam suas decisões, como admitem os jogadores.

Outro ato de Muricy – este fora de campo – que demonstrou autoridade ao elenco foi o pedido pelo fim de disputas internas. O treinador pede desde o fim do ano passado para que os atletas se unam e encarem de forma mais natural a briga por vagas no time titular. Muricy reforçou o pedido neste início de ano. Até agora, todos os jogadores que concederam entrevistas coletivas desde o último dia 7 tiveram discurso semelhante para falar sobre a necessidade de união. Rodrigo Caio, Roger Carvalho e Antonio Carlos usaram o termo “família”. O volante Maicon, além da palavra, pediu o fim do “biquinho” aos insatisfeitos, para evitar clima negativo.

Elenco e diretoria não falam quem foram os autores das reclamações internas. Os dirigentes, no entanto, citam os nomes dos jogadores que foram da titularidade ao banco de reservas e dos quais se espera fim da má fase e evolução: o meia Jadson e o atacante Osvaldo, destaques com Ney Franco e que serviram à seleção brasileira em 2013, são os mais exigidos. O volante Wellington, que renovou contrato até outubro de 2018 mesmo em má fase, é outro.

O São Paulo começou nesta segunda-feira as atividades e concentração de pré-temporada no CT de Cotia, após uma semana de trabalho no CT da Barra Funda, que a partir desta terça-feira será usado pela seleção dos EUA. Nesta terça-feira o técnico Muricy Ramalho comandará a equipe em um jogo-treino contra o Marília, na primeira atividade em que o time poderá ser observado. Na quinta-feira o São Paulo enfrenta o EUA em partida no CT da Barra Funda.

 

Fonte: Uol

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