Tri do SP na Libertadores teve envio de currículo e contratação às pressas

Um encontro em Lima, capital peruana, em fevereiro de 2004, seguida de uma indicação precisa. Um telefonema às vésperas de um jogo decisivo, válido por uma semifinal, já em 2005, após uma ideia perfeita.  Esses fatos têm ligação: contaram com o mesmo mentor e ajudaram o São Paulo a conquistar o tricampeonato da Libertadores há exatos dez anos.

Foi por meio de Milton Cruz que o treinador Paulo Autuori e atacante Amoroso, peças-chave do título continental, acertaram com o São Paulo já no meio da campanha vitoriosa. O técnico assumiu o time no último jogo da fase de grupos, enquanto o jogador entrou na equipe no confronto com o River Plate, válido pela semifinal da competição.

Segundo Milton Cruz, ele conheceu Autuori pessoalmente um ano antes do tricampeonato, quando o São Paulo desembarcou na capital peruana para enfrentar o Alianza Lima na Libertadores 2004. O auxiliar técnico, na véspera do jogo, foi assistir à partida entre Sporting Cristal e Coritiba, também pelo torneio.

Em um dos camarotes do Estádio Nacional de Lima estava Autuori, então treinador da seleção peruana. Eles acompanharam o jogo juntos e mantiveram o contato até o ano seguinte. Quando o técnico Leão deixou o São Paulo, após quatro jogos da Libertadores e o título paulista, Milton lembrou de Autuori.

“Eu comentei com o Juvenal depois de um jogo no Chile, que eu fui treinador. Ele pediu o currículo e o Autuori me mandou. Entreguei ao Juvenal, que decidiu trazê-lo para o São Paulo”, relembra Milton em entrevista ao UOL Esporte.

A vinda de Amoroso foi parecida. Após a contusão de Grafite, atacante titular do time, a diretoria passou a procurar um jogador à altura para substitui-lo. O tempo, porém, era escasso, pois  São Paulo já estava garantido na semifinal depois de eliminar o Tigres.

Milton, então, cogitou a contratação de Amoroso, amigo desde os tempos de Guarani. Oscar, ex-zagueiro do time tricolor, ajudou na força-tarefa. “Pedi o telefone do Amoroso e liguei, mas ele estava embarcando para a Espanha. Perguntei se ele não queria vir para o São paulo ser campeão da Libertadores”, disse o auxiliar técnico.

Segundo Milton, Amoroso, que defendia o Málaga, demorou 1h30 para dar a resposta. “Ele me ligou de volta depois de conversar com a família e perguntou se a ideia ainda estava em pé. Ele veio conversar no mesmo dia e acertou com o São Paulo”, afirmou.

O entendimento se deu em uma quinta-feira, dia 16 de junho. O São Paulo enfrentaria o River no Morumbi na quarta seguinte, dia 22. Amoroso entrou em campo como titular e ajudou o time a vencer por 2 a 0. Na partida de volta, em Buenos Aires, marcou seu primeiro gol pelo clube — o time paulista fez 3 a 2 e garantiu uma vaga na final, contra o Atlético-PR.

Velhos amigos

No São Paulo, Amoroso reencontrou Luizão, parceiro de ataque do Guarani, time semifinalista do Brasileirão de 1994. Passados 11 anos, os dois mostraram o mesmo entrosamento nas quatro partidas que atuaram juntos pelo São Paulo na Libertadores 2005. “”A gente se conhecia muito. Quando um dominava, o outro já sabia o que fazer”, frisou Amoroso.

Na grande final, disputada no dia 14 de julho, os atacantes provaram isso aos mais de 71 mil torcedores presentes ao Morumbi, No primeiro gol, Amoroso fez de cabeça aos 17 minutos do primeiro tempo após uma tabela entre Danilo e Luizão. Depois, na etapa final, o recém-contratado cruzou na medida para o companheiro fazer 3 a 0.

 

Fonte: Uol

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