Partilha de culpa de Ney Franco com elenco aumenta pressão por demissão

Ney Franco pode ter feito na quarta seu último jogo pelo São Paulo. Para a diretoria, pior do que a derrota contra o Corinthians no primeiro jogo da Recopa Sul-Americana foi a frase dita pelo técnico na entrevista coletiva após o jogo. O treinador provocou a ira de dirigentes que já pediam sua saída ao dizer que não poderia “entrar em campo para dar um passe”. Nesta quinta-feira, a frase foi levada pela diretoria ao presidente Juvenal Juvêncio, junto do pedido pela demissão imediata. À tarde, houve uma reunião para definir o futuro do técnico à frente da equipe, que pode ter a definição revelada nesta sexta-feira.

Na visão dos dirigentes que já pressionavam Juvenal pela troca de técnico, Ney Franco encerrou qualquer possibilidade de recuperar o bom futebol do time ao partilhar, na entrevista coletiva, a culpa pela derrota com os atletas. O argumento é que as indisposições entre comissão técnica e jogadores só vão piorar após a declaração.

 

Quem levou a frase a Juvenal Juvêncio, que não assistiu à coletiva após a partida, indicou também um nome para substituir Ney Franco.

Juvenal Juvêncio e o diretor de futebol Adalberto Baptista se reuniram a portas fechadas, ainda durante a tarde, para conversarem sobre o futuro de Ney Franco. Por volta das 19h, o diretor foi ao CT da Barra Funda, para se reunir com Wellington e seu empresário sobre o futuro do volante. Logo após o jogador deixar o clube, o vice-presidente de futebol João Paulo de Jesus Lopes chegou. Ele se encontrou com Adalberto e um dos advogados do clube por cerca de 20 minutos e todos deixaram o CT sem falar com a imprensa.

A frase da discórdia ainda contradiz o modo de trabalho do próprio Ney Franco. Ao mesmo tempo que diz que não poderia ajudar nos passes, em campo, não comanda os treinos técnicos no dia a dia com o elenco. Deixa a cargo de seu auxiliar, Éder Bastos, a tarefa de dar atividades como treinos técnicos de passe, finalização e coletivos em campo reduzido. Fica apenas com a tarefa de comandar as atividades táticas, no coletivo e de bolas paradas.

Ontem mesmo, Ney Franco e Éder Bastos assistiram ao treino do banco de reservas. Foi o preparador físico Zé Mário quem realizou as atividades física e técnica com os atletas que não jogaram quarta.

Com o elenco, Ney já se indispôs não só por conta do modo de trabalho. Diversos jogadores deste grupo não aprovam o distanciamento. Relatam que ficam mais próximos do auxiliar Éder do que do próprio Ney. Outros conflitos foram com Rogério Ceni, Lúcio e Ganso. O afastamento de Fabrício foi exigência do técnico.

A pressão é maior do que nunca. Nos próximos dias, Ney poderá nem entrar no treino para dar um passe.
Fonte: Lance

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