Jogo dos Sete Erros: as falhas que colocaram o São Paulo em crise

Em apenas quatro meses de temporada, o São Paulo trocou a empolgação do título da Copa Sul-Americana pela crise. A goleada por 4 a 1 para o Atlético-MG foi o resumo de um semestre perdido, dentro e fora de campo. Quem vai pagar pelas eliminações no Paulistão e na Libertadores? De quem é a culpa? Argumentos não faltam para dividi-la entre a diretoria, o técnico Ney Franco e o elenco.

info erros são paulo (Foto: arte esporte)

Os erros começaram pela montagem do grupo. O Tricolor perdeu nada menos do que seu principal jogador, Lucas, vendido ao Paris Saint-Germain. A reposição não aconteceu à altura. Montillo e Vargas não passaram de sonhos. Ney teve de acordar com Negueba, Aloísio e Wallyson. Nenhum deles se firmou, e a dependência de Osvaldo, em grande fase, e Luis Fabiano, em baixa, se multiplicou.

O Fabuloso também foi o pivô de outra falha administrativa da cúpula do futebol. Expulso após o apito final contra o Arsenal e suspenso por quatro partidas, o centroavante sequer recebeu uma multa pela indisciplina. Lúcio, Ganso e Fabrício, que mostraram publicamente a insatisfação com o treinador durante algumas partidas, também não receberam nenhuma advertência.

Ney Franco Adalberto Baptista São Paulo treino (Foto: Cleber Akamine)Ney Franco conversa com o diretor de futebol
Adalberto Baptista em treino (Foto: Cleber Akamine)

Apesar da falta de reforços de peso, Ney Franco também cometeu erros que custaram caro. Sem Lucas, insistiu em demasia no esquema 4-2-3-1, que funcionou em poucos jogos. Quando decidiu mudar, escolheu o 3-5-2, e o Tricolor teve uma desastrosa atuação na derrota por 2 a 1 para os argentinos, pela fase de grupos da Libertadores.

Faltou coerência ao técnico em alguns momentos. Douglas, lateral de origem, foi usado no meio de campo, no ataque, pela direita, pela esquerda, e não rendeu bem em nenhuma função. Por outro lado, Ney demorou a dar a mesma chance a Ganso. O meio-campista só virou titular quando a pressão sobre o comandante já era enorme. Era tarde também para fazer o time encaixar e eliminar o Galo.

O controle sobre o elenco colaborou para a instabilidade no Morumbi. O excesso de mudanças no time aumentou a desconfiança do grupo. O atrito deixou de ser interno. Ganso, Lúcio e Fabrício tornaram pública a insatisfação com alterações durante os jogos. Ney tentou manter o pulso firme, disse que não toleraria atitudes semelhantes novamente, barrou o pentacampeão por alguns jogos, mas claramente perdeu força.

O fracasso são-paulino passa também pelas atuações ruins de boa parte dos jogadores, principalmente os mais badalados. Osvaldo e Jadson foram os únicos que conseguiram ser regulares desde o início do ano. Muito pouco para quem sonhou com o quarto título da Libertadores. Ceni errou, Lúcio e Ganso oscilaram e Luis Fabiano sumiu.

Poderia ser ainda pior. E foi. Quem esteve bem em 2012, começou 2013 em baixa. Rafael Toloi, Cortez, Wellington e Denilson despencaram de rendimento em comparação com a Sul-Americana e abriram espaço para jogadores sempre considerados reservas, como Maicon, Edson Silva e Carleto. Nenhum deles agradou.

Depois da queda no Paulistão e na Libertadores, a diretoria promete mudanças. Poucas, é bem verdade. Ney Franco, por enquanto, está garantido no cargo até o fim do ano. O presidente Juvenal Juvêncio quer trocar parte do elenco, sem espírito vencedor, na visão dele. O Campeonato Brasileiro, com início marcado para 26 de maio, é a chance de o São Paulo voltar para os trilhos.

 

Fonte: Globo Esporte

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