Jadson diz que time do São Paulo está correndo em dobro

Quando chegou ao São Paulo, no início do ano, Jadson mal conseguia ficar em campo durante 90 minutos. Era substituído em praticamente todos os jogos por Emerson Leão e sofria para se readaptar ao futebol brasileiro depois de sete anos na Ucrânia. Até mesmo os jogos à tarde, no forte calor do interior paulista, eram motivo de preocupação.

Quem te viu, quem te vê… Agora, em outubro, ele nem parece o mesmo jogador. Incansável, acumula a impressionante marca de 31 partidas no Campeonato Brasileiro. Participou de todas as rodadas e raramente sai durante os jogos, o que se tornou mais frequente recentemente apenas pelo fato de estar pendurado com dois cartões amarelos. Fruto do trabalho da preparação física e do temperamento “caseiro” do jogador.

Jadson aponta seu lado tranquilo como um dos fatores de peso para conseguir estar sempre em campo. No primeiro semestre, ele sofreu com os métodos puxados de treino de Leão, mas não teve nenhuma lesão. Agora, em ótima condição física, revela um adversário inesperado na luta para se manter inteiro: o filho Mateus, de cinco anos.

Jadson, meia do São Paulo (Foto: Rodrigo Faber/Globoesporte.com)Jadson: exemplo de volta por cima no São Paulo (Foto: Rodrigo Faber/Globoesporte.com)

– Quando eu chego e não estou muito cansado, tenho de brincar com ele. Fico a maior parte do tempo concentrado, então ele sente falta. Tento dar atenção, brincar. Fico em casa com a família e tento me recuperar o máximo, assim como no São Paulo. Por enquanto está tranquilo, duro vai ser quando o pequenininho crescer (risos) – brinca o meia, se referindo ao caçula Miguel, de apenas três meses.

Titular da equipe desde que Ney Franco chegou, Jadson não foi alvo das várias mudanças que acabaram provocando a subida do São Paulo na tabela. Foram os casos das entradas de Paulo Miranda na lateral direita, Wellington no meio e Osvaldo no ataque. Mas o camisa 10 não aponta nenhum jogador, especificamente, como principal razão para a evolução da equipe.

Em sua visão, a mudança de atitude foi fundamental. Discurso que já havia sido pregado por Rogério Ceni e pelo técnico Ney Franco. Jadson, que em breve ganhará a concorrência de Paulo Henrique Ganso na armação do São Paulo, garante que todos estão se doando mais.

– O ataque está funcionando, mas todo mundo está se doando muito mais. A entrega mudou, os jogadores estão correndo em dobro. Conquistamos 19 dos últimos 21 pontos disputados e demos esse grande passo rumo à Libertadores.

Elogiado pela comissão técnica pela função tática que tem cumprido no time, sem a bola, de fechar o espaço no meio-campo, Jadson só tem um incômodo no ótimo momento tricolor: a falta de gols. Ele tem cinco no Campeonato Brasileiro, mas não marca desde o dia 29 de julho, na goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo.

Líder de assistências da equipe no Brasileiro, com nove, ele teve boas chances contra Vasco e no último jogo, diante do Atlético-GO, mas não aproveitou e promete encarar o jejum sem nervosismo.

– Tenho conseguido dar os passes, mas até estava comentando com minha mulher e meus companheiros que não sei o que está acontecendo, mas a bola não quer entrar. Estou sentindo falta, mas se ficar nervoso, pensando a toda hora que tenho de fazer o gol, não adianta. É preciso ter tranquilidade.

Fonte: Globo Esporte

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