De soberano a sofredor, São Paulo não para de colecionar vexames históricos

Os dirigentes do São Paulo tentam o tempo todo manter a crista de “soberano”, rótulo criado pelo próprio clube, se negam a falar em crise e forçam uma pose de que tudo está sob controle. Mas a verdade é que o Tricolor do Morumbi não vive bons momentos há longos anos e, não bastasse o jejum de títulos, tem colecionado vexames históricos dentro de campo. A eliminação da Copa do Brasil na quinta-feira foi apenas mais um caso para a lista de frustrações. A equipe são-paulina nunca havia caído diante de um adversário que disputa apenas a Série C do nacional.

E se o torcedor anda impaciente não é para menos. Antes da desclassificação ainda nas oitavas de final do torneio nunca vencido pelo São Paulo, o time deu motivos para seus seguidores se indignarem já no primeiro semestre. No Campeonato Paulista, depois de uma primeira fase sofrível, a equipe foi despachada pelo Osasco Audax, clube do quadro da Série D, por um sonoro 4 a 1.

Na Copa Libertadores, aos trancos e barrancos o São Paulo chegou à semifinal. Antes, perdeu para o The Strongest no Pacaembu por 1 a 0. A equipe boliviana não vencia uma partida fora de casa na competição continental há nada menos do que 34 anos. E o ‘privilégio’ acabou sendo dos tricolores.

O presidente Leco trouxe Marco Aurélio Cunha de volta, mas os resultados em campo seguem deixando o clima tenso no clube (Foto: Sérgio Barzaghi/Gazeta Press)
O presidente Leco trouxe Marco Aurélio Cunha de volta, mas os resultados em campo seguem deixando o clima tenso no clube (Foto: Sérgio Barzaghi/Gazeta Press)

A temporada anda mesmo difícil para o São Paulo, que agora só tem o Campeonato Brasileiro para jogar e com a única missão de garantir a permanência na Série A, pois a zona de rebaixamento está a apenas seis pontos de distância, enquanto o líder Palmeiras já soma 17 pontos a mais com 12 rodadas para o fim.

Isso significa mais um ano sem gritar “é campeão”. É o quarto seguido já. Não fosse o título da Copa Sul-americana em 2012, que nunca gozou de muito prestígio em território nacional, a fila partiria desde 2009. Talvez nem o mais pessimista são-paulino imaginasse um cenário desse logo após o Tri-Brasileiro de 2006, 2007 e 2008.

Em 2015, a maior crise aconteceu fora de campo, com escândalos na diretoria e renúncia do então presidente Carlos Miguel Aidar. O time, mesmo com o clima conturbado, conseguiu se manter no G4, mas a goleada para o arquirrival Corinthians por 6 a 1, em Itaquera, no clássico que marcou a entrega da taça para os alvinegros, doeu.

Mais cedo, a equipe teve de amargar duas eliminações seguidas para o Santos, ambas nas semifinais. Uma no Campeonato Paulista e outra na Copa do Brasil. O time da Baixada, aliás, se tornou um grande carrasco nos últimos anos. Diante do Peixe, o São Paulo caiu em três semifinais de Estadual seguidas (2010, 2011 e 2012) e virou motivo de chacota entre os santistas.

Lugano, contratado quase a pedido da torcida, não evitou o vexame no Paulista e pouco tem jogado no Brasileiro (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Lugano, contratado quase a pedido da torcida, não evitou o vexame no Paulista e pouco tem jogado no Brasileiro (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)

Os clubes pequenos também não deixaram passar em branco a maré ruim e tiraram suas casquinhas dos são-paulinos. Tão impactante quando a classificação do Juventude nesta quinta, a Ponte Preta conseguiu eliminar os “soberanos” da Copa Sul-americana em 2013, o Bragantino chegou a uma virada histórica no Morumbi para avançar na Copa do Brasil de 2014 e, no mesmo ano, o Penapolense foi quem fez a festa no estádio Cícero Pompeu de Toledo nas quartas de final do Paulistão.

Outro ponto agravante é o sucesso dos rivais. Afinal, em meio a tudo isso, Corinthians, Palmeiras e Santos são os atuais campeões, respectivamente, do Brasileiro, da Copa do Brasil e do Paulista. E seguem vivos na briga por mais conquistas ainda nessa temporada, enquanto o Tricolor, a pouco mais de três meses para o fim do ano, já não tem mais como ambicionar.

Pouco a pouco, o São Paulo perdeu sua posição de destaque e tem deixado sua tão gloriosa imagem arranhar bruscamente a cada fim de campeonato. Torcedores têm sofrido como nunca diante desse momento, que para muitos já representa uma eternidade. Terminar a temporada com dignidade, sem sustos e planejar um 2017 promissor é tudo que o são-paulino espera e pode entender até como obrigação, diante da história da camisa tricolor.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

5 comentários em “De soberano a sofredor, São Paulo não para de colecionar vexames históricos

  1. Soberano acabou, tem que cair na real, viramos um Curintias de anos atras de time de torcedor sofredor, agora somos nos sofrendo com um time que nao presta, treinadores ridiculos, e diretoria pior ainda, agora para ficar igual só falta o rebaixamento, apesar de estarmos mais perto do Z-4 do que G-4 temos 12 jogos para o fim se ganharmos pelo menos 6 desses da para ficar entre os 10 pelo menos e para 2017 fazer uma limpa nesse elenco.

  2. O futebol brasileiro está nivelado por baixo. Clubes precisam de dirigentes mais competentes para encontrar os melhores atletas e equipe técnica, com orçamento maior deveria ser missão mais fácil, mas os dirigentes do São Paulo vêm fazendo muitas apostas erradas e quando acertam negociam o atleta ou até se desfazem dele por besteiras como desentendimento com as organizadas.
    Olha o caso do Rogério, por exemplo, seria ótimo tê-lo chino reserva agora, mas os cartolas não conseguem fazer elenco. Ficam na reserva apenas os acomodados. O que dizer da saída de Rodholfo, titular na última conquista, foi emprestado ao Grêmio deixando o São Paulo com apenas 3 zagueiros para o brasileirão. No meio do campeonato, contrataram o reserva do…Botafogo .

  3. O Fernandes disse tudo, quem destruiu o clube de todas as maneiras implantando um modelo de gestão podre que ainda permanece no clube, foi o seu maior inimigo, o Sr. Jumencio cachaceiro safado.
    E parece que a coisa pouco mudou, o modelo nefasto ficou e parece não ter fim, os que estão lá em sua maioria, só querem se aproveitar do clube.
    Gente incompetente, muitas vezes pilantras que nem devem torcer para o SPFC, estão lá se beneficiando do “toma lá, dá cá” que virou o clube.
    Vamos amargar muitos vexames ainda até que se limpe o clube desses sanguessugas que permanecem com sua arrogância e incompetência.

  4. O título da matéria é forte, como tem que ser. A verdade é que tirávamos sarro do Palmeiras pela derrota para o Águia de Marabá, mas já estamos ha anos sendo eliminados por equipes semelhantes que nem ficam marcadas mais, de tão frequente e natural que se tornou. Que época ruim para ser tricolor.

  5. “Crista de soberano”, bom termo para demonstrar a arrogância e a prepotência de um grupo de pessoas que se acha melhor do que as outras, quando na verdade são muito piores, pois conseguiram destruir todo um trabalho feito por abnegados São Paulinos.
    E tudo começou com o maior inimigo que a entidade São Paulo já teve – “Juvenal Juvêncio” que com sua auto projeção e verborragia pernóstica criou o pior modelo de gestão, o autocrático, sem qualquer tipo de contestação no quadro associativo, por medo ou por conivência na base do “toma lá dá cá”.
    Agora não adianta chorar, ou se começa a colocar homens de caráter na direção ou o São Paulo será uma saudade para os verdadeiros São Paulinos.

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