Muitos analistas do futebol se apoiam em números para justificar um resultado ou explicar uma partida. Mas será que dá para confiar? No duelo de volta pelas semifinais da Copa do Brasil, na quarta-feira, o Santos repetiu os 3 a 1 do jogo de ida e eliminou o São Paulo na Vila Belmiro. No entanto, o Tricolor foi superior ao Peixe em algumas estatísticas, contrariando o papel da matemática no futebol.
Os visitantes foram com um time ofensivo e procuraram ter um maior domínio de bola. E até conseguiram. O time do técnico Doriva terminou o embate com 51,7% de posse, contra 48,3% dos mandantes. Mas é preciso considerar que o Peixe, mais objetivo em campo e aproveitando bem os contra-ataques, abriu 3 a 0 em apenas 23 minutos e depois disso só administrou a imensa vantagem que tinha no placar agregado.
Apesar disso, não é esse o dado que mais chama atenção. Refletindo a maior posse de bola e a estratégia de chegar ao gol santista tocando bem, o Tricolor trocou 477 passes, dos quais 26 foram errados, apenas dois a mais que o Santos, que registrou 329, mostrando uma atitude ofensiva mais vertical.
Por outro lado, o Alvinegro Praiano foi bem mais eficiente quando o assunto é finalização. Das nove tentativas, o Peixe teve sucesso em três (gols), obtendo um aproveitamento de 33%. Já os eliminados são-paulinos deram 13 chutes a gol, dos quais apenas um superou o goleiro Vanderlei.
Com o 6 a 2, placar somadas as duas partidas das semifinais, o Santos se credenciou para enfrentar o Palmeiras na grande decisão do maior mata-mata nacional. Nos dias 25 de novembro e 2 de dezembro, os números voltarão a traduzir ou confundir os analistas do futebol.
Posse de bola 48,3% 51,7%
Passes 329 (24 errados) 477 (26 errados)
Lançamentos 34 (18 certos) 20 (8 certos)
Finalizações 9 13
Escanteios 1 9
Desarmes 19 16
Faltas 15 14 Fonte: Gazeta Esportiva