Nove dias depois de demitir Doriva, a diretoria do São Paulo já muda o discurso interno de paciência e começa a falar em definir logo o nome do treinador que irá assumir o time em 2016. Mesmo com a definição de manter o coordenador técnico Milton Cruz como interino até o fim do Brasileirão, a preocupação, segundo apurou o UOL Esporte, é contratar o técnico logo, de preferência nos próximos dias, para que o clube possa atuar no mercado de fim de ano com possíveis contratações apontadas pelo novo comandante.

O único nome de consenso na diretoria é Cuca, que, segundo quem participa do processo de escolha do novo treinador, já poderia estar contratado se estivesse desempregado. Os problemas para o São Paulo são os obstáculos na China que parecem intransponíveis para tirar Cuca do Shandong Luneng e a ausência de outro nome que agrade a todos – participam da decisão o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, o diretor de futebol executivo Gustavo Vieira de Oliveira e o diretor de futebol Rubens Moreno.

A diretoria do São Paulo esperava ter definição mais clara nessa semana sobre as possibilidades para assumir a equipe. As dificuldades para ter Cuca fizeram a cúpula do futebol discutir outros nomes nos últimos dias – entre eles o do uruguaio Diego Aguirre, ex-jogador do clube e demitido do Internacional no início de agosto, depois de ser eliminado na semifinal da Copa Libertadores. A avaliação interna é que as carências do elenco atual poderiam dificultar o início de um trabalho com um técnico estrangeiro, mas também não há veto. O clube admite que poderá contratar um estrangeiro se analisar que o candidato tem qualidades que compensam a suposta dificuldade.

Elogiado pelo zagueiro Rodrigo Caio em entrevista coletiva nesta terça-feira (17), o técnico Paulo Autuori, que pediu demissão do Cerezo Osaka, do Japão, não está entre os cotados para assumir o São Paulo em 2016, segundo apurou a reportagem. Apesar da admiração de dirigentes e dos jogadores que trabalharam com ele na curta passagem de 2013, há outros nomes tidos como prioridade.

O obstáculo para contratar Cuca, que já disse que quer ficar na China, é o milionário contrato com o Shandong Luneng, válido até o fim de 2016. O técnico já disse que quer ficar na China e não pensa em pedir demissão e abrir mão dos valores que tem a receber. A única possibilidade seria se fosse demitido, hipótese considerada por Cuca devido à troca de diretoria do clube que acontecerá neste fim de ano, ainda que considerada remota.

Membros brasileiros da comissão técnica do Shandong Luneng também duvidam da demissão de Cuca porque o clube decidiu manter o técnico no comando mesmo depois de uma suspensão de sete meses recebida em junho deste ano. Na ocasião, Cuca se envolveu numa briga com um árbitro assistente, em jogo válido pelo Campeonato Chinês, e acabou recebendo gancho pesado da federação local. Para quem trabalha com ele na China, o clube não irá demiti-lo neste fim de ano se não o fez em junho, quando anunciada a suspensão.

Fonte: Uol