Dois anos depois de vender Lucas ao PSG, da França, o São Paulo pode ter seus cofres atingidos pela transação. Em ação movida pela Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP), o clube foi condenado em primeira instância a pagar cerca de R$ 1,1 milhão à entidade pela transferência do jogador.
A FAAP é uma entidade de classe que representa os atletas, presidida pelo ex-jogador Piazza, que conquistou a Copa de 70 pela seleção brasileira. Pela Lei Pelé, ela tem direito a 0,8% de todas as transferências nacionais e internacionais no futebol brasileiro – o dinheiro, segundo a lei, deve ser destinado a um sistema de assistência a atletas, ex-atletas e atletas em formação.
No processo, o São Paulo questionou a legitimidade da entidade para receber os valores. A juíza Mariana de Souza Salinas, da 31ª primeira Vara Cível de São Paulo, não acolheu os argumentos e condenou o clube ao pagamento de R$ 1,1 milhão – o valor corresponde a 0,8% dos 43 milhões de euros recebidos por Lucas, convertidos pela cotação da época da venda e acrescidos de juros e atualização monetária.
Além de cobrar o valor correspondente a Lucas, a FAAP também pediu na ação 0,8% dos R$ 15 milhões recebidos como indenização pela ida de Oscar para o Internacional, também em 2012. Neste caso, porém, a juíza rejeitou o pedido, afirmando que a saída do meia não foi uma transferência, e sim uma rescisão após uma longa briga pela justiça.
Ainda cabe recurso da decisão. Procurado pela reportagem, o departamento jurídico do São Paulo afirmou que irá recorrer – a entidade também entrou com recurso, para reverter a decisão que negou a parte referente a Oscar.
“Estamos questionando a legitimidade da cobrança, essa não é uma entidade sindical. Vamos discutir isso na justiça e aguardar a decisão do Poder Judiciário. Vamos recorrer dessa decisão, não é definitiva” disse o diretor jurídico do São Paulo, Leonardo Serafim.
A transferência de Lucas para o PSG foi a mais cara da história do futebol brasileiro, oficialmente. Isso sem considerar a ida de Neymar para o Barcelona – depois da transferência, foram revelados valores pagos de forma extra-oficial ao pai do jogador, que, somados à quantia original, colocariam a operação envolvendo o ex-santista como a maior da história do país.
Fonte: Uol