Os últimos jogos da carreira de Rogério Ceni nesta reta final da temporada 2015 têm motivado uma atitude diferente do goleiro: conhecido por ter uma boa análise tática, ele atuou praticamente como um auxiliar do técnico Doriva no último treino da equipe antes de encarar o Santos, nesta quarta-feira, às 22h (horário de Brasília), no estádio do Morumbi, pela semifinal da Copa do Brasil. Torneio que, por sinal, é o seu último como jogador profissional disputado em sistema de mata-mata.

Talvez pela proximidade da despedida (são no máximo 11 jogos até o encerramento de sua trajetória, pouco para quem já atuou em mais de 1.200 partidas), o arqueiro tem “pilhado” os companheiros a encararem a disputa contra o rival como algo importante também para a carreira deles.

“Ele falou bastante, tentou corrigir o posicionamento de todo mundo, ajudou o Doriva a tentar transmitir o que era para os jogadores fazerem dentro de campo, fosse na tática ou na hora de prestar atenção com o que está rolando. Isso mostra o quanto ele valoriza isso”, contou o meia Michel Bastos.

O próprio camisa 1 já havia deixado claro em entrevistas recentes que não quer deixar passar a última chance de conquistar uma taça com a camisa de um dos únicos clubes que defendeu como jogador profissional. “Seria, certamente, uma despedida especial para minha trajetória. Por ser um título e também por ser uma conquista inédita para o São Paulo, inegavelmente é uma vontade minha e de todos os jogadores”, relatou Ceni.

Caso consiga derrotar o Peixe, o Tricolor ainda teria a decisão do torneio contra Palmeiras ou Fluminense. Porém, se não passar por Lucas Lima e companhia, o clube do Morumbi vai tê-lo visto entrar em campo pela última vez, na sua casa, em um torneio eliminatório.

Para Michel, no entanto, isso é apenas mais uma motivação ao grupo, por vezes taxado de desinteressado pela torcida. “Eu gosto de vencer, toda competição que eu entro eu gosto de entrar para vencer. Independentemente de o Rogério parar ou não, o desejo nosso de vencer é igual. É só um a mais para a gente se doar”, esclareceu o camisa 7.

Vale lembrar que, das últimas seis vezes em que os tricolores encararam os santistas em uma mata-mata, o lado praiano saiu vencedor. O tabu foi iniciado em 2002, nas quartas de final do Brasileiro, e resistiu às disputas da Sul-Americana, em 2004, e Paulistão de 2010, 2011, 2012 e 2015, todos na semifinal.