A boa relação entre Alexandre Pato e Centurión tem ajudado na adaptação do argentino ao São Paulo. Fã declarado do atacante ex-Milan, o gringo o admirava desde os tempos de Racing. Agora, divide vestiário com o atacante, artilheiro do time no ano, com 11 gols.

Os dois foram destaques do time na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, na última quarta-feira, no Morumbi, pelo jogo de ida das oitavas de final da Taça Libertadores. Pato parou nas inspiradas defesas do goleiro Fábio, mas Centurión furou o bloqueio e definiu o resultado de cabeça.

Por isso, a timidez do gringo fora dos gramados não é vista como um empecilho por Pato.

– O Centurión é muito tímido, mas aos poucos vai se soltar. Se ele continuar assim, tímido fora de campo, mas sendo monstro dentro do jogo, isso é o mais importante (risos) – disse Pato.

No auge em comparação com os inícios de temporada no Milan, Internacional e no rival Corinthians, o atacante do São Paulo concedeu entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com. Ele falou sobre a relação com o argentino, a saída de Muricy Ramalho e do futuro incerto no Morumbi. Emprestado até o fim de dezembro, ele não sabe se seguirá no clube em 2016.

Confira os principais trechos da entrevista de Pato: 

Como vê o São Paulo no Brasileirão?

O início é importante para ganhar pontos agora e conquistar. O São Paulo vai entrar para ganhar. Em 2014 batemos na trave e quase levantamos a taça. Nesse ano será diferente. Vamos em busca do título.

É o seu melhor momento pessoal da carreira?

Estou bem, no auge e feliz por ajudar os companheiros. Espero fazer mais gols pelo São Paulo. É um momento bacana e especial. Comecei bem o ano. É um início melhor do que no Inter e no Milan. Tenho feito gols e ajudado. Espero conseguir mais. O que mais quero é um titulo para coroar o trabalho. Precisamos de um grande titulo nesse ano.

Por que acha que teve esse bom início de ano?

É a sequência de jogos que gostaria de ter e estou tendo. No Milan tive um momento muito bom. No Inter e no Corinthians também, mas a sequência é o mais importante para o jogador. Tive com o Muricy e sigo assim com o Milton Cruz. Isso traz uma confiança natural.

Você teve lesões na Europa e agora pouco se machucou. Qual motivo?

Na Europa criaram muitas lesões que não existiram e uma imagem que não era real. Hoje estou bem. Desde que voltei ao Brasil me machuquei duas vezes em dois anos. Melhorei muito fisicamente. Só depende de mim trabalhar para chegar aos objetivos.

Por que o time melhorou tanto desde a saída do Muricy?

O momento da perda do Muricy por motivos de saúde nos tocou muito. Teríamos de buscar um título para ele, porque faz parte desse time e desse grupo. A sequência do Milton ao trabalho dele tem sido importante.

Como é a sua relação com o Centurión?

O Centurión é muito tímido, mas aos poucos vai se soltar. Se ele continuar assim, tímido fora de campo, mas sendo monstro dentro do jogo, isso é o mais importante (risos). Fico feliz com a minha aproximação dele, no jogo e fora de campo. Tem ajudado muito e ele também nos ajuda demais. Espero ter mais chances de jogar com ele para dar alegrias aos torcedores. Nós conversamos muito. É um estrangeiro e passei pelo mesmo na Itália, mas havia outros brasileiros.

O Corinthians lhe deve nove meses de direitos de imagem e você tem contrato até o fim do ano. Você admite uma readequação financeira no São Paulo para ficar?

Não é o momento para explicar o que está devendo ou falar sobre renovação. Meu foco é o futebol. Vamos conversar sobre isso no fim de dezembro.

Após a vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, o Centurión disse que ficou claro qual era o maior time da cidade. Questionado sobre o assunto, Guerrero o ironizou. Na última quarta-feira, o São Paulo venceu o Cruzeiro, e o Corinthians foi derrotado pelo Guaraní (PAR). Afinal, qual é o melhor?

A força de quem é o melhor será mostrada por quem for campeão. Vencer o campeonato mostra quem é o mais forte. Não só para nós, mas também para os torcedores justificarem. Isso será reconhecido para o time que chegar até a final e vencer. Estamos em um bom caminho. Meu foco é o São Paulo. Quero levar meu clube ao topo. O São Paulo foi campeão da Libertadores várias vezes e é multicampeão. Não se contenta com um só título. Vamos em busca disso.

Justamente por viver esse bom momento no São Paulo, você consegue se enxergar vestindo outra camisa de time brasileiro em 2016?

Estou muito feliz no São Paulo, mas não tive nenhuma proposta de renovação. Não conversei com ninguém sobre se vou ficar ou não, mas tenho contrato de empréstimo até o fim de dezembro. Até lá, não sei o que vai acontecer, nem no ano que vem. Sou jogador profissional e tenho de respeitar o meu clube de hoje. Agora é o São Paulo, mas no futuro não sei.

Qual deve ser a postura do São Paulo no jogo de volta das oitavas contra o Cruzeiro?

Temos de ficar muito espertos e respeitar o Cruzeiro, que conquistou dois brasileiros. O jogo lá (em Minas Gerais) será diferente. Eles terão a torcida e o estádio a favor. Temos de jogar como na quarta-feira e mostrar a nossa força para conseguir um bom resultado.

 

Fonte: Globo Esporte