Novo grupo do São Paulo obtém sucesso e pode quebrar jejum de títulos

Três anos depois de disputar ponto a ponto o Campeonato Brasileiro de 2009, o São Paulo volta a ficar perto de uma conquista. Nesse intervalo, a equipe fracassou em todas as competições que disputou e a diretoria chegou a uma conclusão: o problema não eram os técnicos, e sim os jogadores do clube.

Deste atual elenco, que começará a jogar a final da Sul-Americana na próxima semana, só Rogério Ceni, Lucas e Wellington – dos principais atletas – estavam no grupo em janeiro de 2011. Todos os demais chegaram desde então para formar um ambiente de trabalho que tem agradado ao capitão Rogério Ceni.

– Esse grupo é muito bom de se viver. Pode ter algumas deficiências na sua formação, em algumas posições, mas tem uma coisa que é qualidade de convívio. É um grupo que se dá muito bem. Todos os jogadores se dão muito bem, não houve até agora nenhuma confusão, empurrão em treinamento… É um grupo que trabalha muito unido. E eu espero, sinceramente, que esse grupo possa colocar mais um quadro na parede do CT – declarou o dono da camisa 01.

O elenco de 2011 era visto como acomodado pela cúpula de futebol. Para formar o atual, os dirigentes foram atrás de atletas com perfis diferentes dos anteriores. A temporada foi repleta de altos e baixos, mas, além da vaga garantida na Libertadores, pode terminar com um título inédito, o que seria combustível para um 2013 mais estável.

No São Paulo desde 1990, Ceni evita comparações com grupos anteriores, mas torce para o atual ter sucesso semelhante aos vencedores:

– Trabalhei com muitos grupos bons que ganharam e que também perderam. O de 2005 foi fantástico, 2006 fantástico, 2007 muito bom, 2008 nos agarramos no fim e conseguimos o título… Acho que esses caras merecem. Se estamos pronto, vamos ter de provar na prática, na final.

A cansativa viagem de quase 20 horas para enfrentar a LDU de Loja, no Equador, serviu para unir ainda mais os jogadores. Eles ficaram, praticamente, uma semana juntos e destacaram a harmonia do grupo. Em campo, o entrosamento também tem sido bom e, para ficarem eternizados na história do clube, faltam apenas dois jogos.

A reformulação do São Paulo

Outubro de 2011
Após a demissão de Adilson Batista, a diretoria demorou dois jogos para contratar um substituto. Com um perfil autoritário, diferente dos antecessores, Emerson Leão foi o escolhido. Um dia antes da estreia do treinador, contra o Libertad, no Paraguai, pela Sul-Americana do ano passado, Juvenal Juvêncio declarou: “Trocamos o primeiro técnico (Carpegiani), o segundo (Adilson), Milton esteve em duas partidas, venceu esse time (Libertad) do Paraguai, que não foi nada importante, e depois empatou com o Coritiba. Estou dizendo aos meus pares é que, se não ganhar agora, não é o técnico, mas o próprio time. Daí o time todo que terá de ser trocado.”

Dezembro de 2011
A chegada de Leão não surtiu efeito. Logo no primeiro jogo, derrota e eliminação no Paraguai. No Brasileirão, a equipe chegou a ter chances de se classificar para a Libertadores, mas não teve uma sequência de bons resultados e começou a cair. O fim de ano chegou e a diretoria contratou um pacotão de reforços, além de se desfazer de diversos atletas do antigo elenco. Rivaldo e Dagoberto foram alguns dos que saíram no fim da temporada. Cortez, Fabrício, Maicon, Paulo Miranda, Edson Silva foram os primeiros a chegar e se apresentaram em Cotia.

Início de 2012
A atual temporada começou e a reformulação não parou. Muitos que não saíram em dezembro, deixaram o clube em janeiro, casos de Carlinhos, Marlos e Juan. Nos primeiros dias do ano, o clube também abriu o caixa para trazer Osvaldo e tirar Jadson do futebol ucraniano, em duas longas negociações.

Junho de 2012
Os resultados no primeiro semestre não foram bons e o clima se desgastou com Emerson Leão. Tanto os jogadores como a diretoria não se entendiam mais com o treinador. A eliminação na Copa do Brasil e a derrota para a Portuguesa, em jogo marcado por muitos protestos da torcida, foram a gota d’água para a troca.

Julho de 2012
A diretoria definiu Ney Franco como o substituto e conseguiu tirá-lo da CBF. O treinador chegou com tempo para trabalhar e contrato até o fim do ano que vem. No início, alguns resultados negativos atrapalharam, mas ele conseguiu dar padrão ao time e contou ainda com a volta de Rogério Ceni.

Reta final
No último dia da janela, Paulo Henrique Ganso ainda foi contratado para ajudar neste ano e ser o craque do time em 2013. Rafael Toloi chegou um pouco antes e arrumou a defesa. O time passou a jogar um futebol confiável, arrancou no Brasileirão e garantiu a vaga para a próxima Libertadores. Agora, está na decisão da Sul-Americana e pode voltar  a ser campeão depois de quatro anos.

Quem estava no início de 2011 e saiu:

– Jean
– Juan
– Junior Cesar
– Edson Ramos
– Alex Silva
– Xandão
– Renato Silva
– Rodrigo Souto
– Cleber Santana
– Carlinhos Paraíba
– Ilsinho
– Marlos
– Marcelinho
– Rivaldo
– Dagoberto
– Fernandinho
– Fernandão

Quem chegou

– Douglas
– Cortez
– Paulo Miranda
– Rafael Toloi
– Edson Silva
– Maicon
– Jadson
– Osvaldo
– Luis Fabiano
– Ganso
– Cícero
– Denilson
– Paulo Assunção
– Fabrício
– Cañete
– João Filipe

Fonte: Lance

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