Muricy Ramalho disse que, se fosse diretor do São Paulo, insistiria para Rogério Ceni não se aposentar ao término deste ano. Mas a cúpula do clube não fará a pressão desejada pelo técnico e deixará a decisão nas mãos do goleiro. E Rogério segue convicto de que irá encerrar a carreira em dezembro.

No CT da Barra Funda, os profissionais há tempos tentam fazer o camisa 01 mudar de ideia e renovar o contrato, mas admitem que o esforço é praticamente em vão. Nem uma vaga na Libertadores é tida como garantia de que Ceni repensaria a decisão de parar de jogar.

Mas a esperança de quem quer vê-lo em ação em 2014 é mantida. Muricy é um deles e a presença do treinador se torna um ingrediente a mais na barganha para o goleiro ficar. Ceni é fã do técnico, assim como é de Paulo Autuori, o último treinador.

Dentro da diretoria são-paulina existe uma pequena ala que já era a favor do ídolo ter parado. O presidente Juvenal Juvêncio, por sua vez, não faz comentários sobre o assunto.

O momento político do São Paulo é agitado e a situação quer ter Rogério a seu lado, seja em campo ou em outra função. Por isso, a ala contrária ao goleiro é minimizada para não criar atritos com o ídolo.

No ano passado, o Tricolor chegou a oferecer um modelo de contrato que não foi aceito por Ceni. O capitão teria o direito de jogar até quando quisesse e, mesmo assim, receberia os salários até o fim do vínculo.

Ciente de que Rogério dificilmente mudará de ideia, o clube já fez consultas a outros goleiros, como Diego Cavalieri (Fluminense) e Júlio César (Queens Park Rangers-ING). O reserva Denis teve boa atuação contra o Cruzeiro, duas rodadas atrás.

As reuniões para debater o planejamento da aposentadoria foram suspensas devido ao momento da equipe no Campeonato Brasileiro. Outro fator que atrapalha é a possibilidade do time perder mandos de jogos pela briga ocorrida no Majestoso do último domingo. Com isso, uma eventual festa e jogo comemorativo podem ficar apenas para o início da próxima temporada.

O bom desempenho técnico de Rogério faz com que haja uma luz no fim do túnel para o goleiro jogar, ao menos, mais seis meses. Mas a decisão final será só de Rogério Ceni.

Confira um Bate-Bola com João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol:

Muricy disse que se fosse diretor do São Paulo insistiria para Rogério Ceni jogar mais um ano. A diretoria fará esse esforço para manter o Rogério por mais uma temporada?
A gente tem sido bem aberto nesse processo. Entendemos que essa decisão é exclusiva do próprio Rogério. O que ele decidir vamos apoiar integralmente. Se ele entender que quer continuar, vamos dar todo o apoio, porque é o nosso grande ídolo. Tecnicamente, ele nos agrada e sempre nos agradou. Entendemos que é uma decisão dele.

Mas mesmo depois dessa declaração do Muricy vocês vão esperar o Rogério e não vão procurá-lo?
É que na verdade o pedido do Muricy é redundante na medida que já colocamos para o Rogério que vamos apoiá-lo. Somos abertos e totalmente favoráveis a sua permanência. Mas eu também não tenho como pressioná-lo a tomar uma decisão que é da vida dele, é pessoal.

Existem pessoas contra a permanência dele, incluindo o Juvenal?
Isso, sinceramente, eu não concordo. O Juvenal nunca se manifestou sobre isso. Desde que o Marcelo Portugal Gouvêa assumiu, nunca tivemos nenhum tipo de problema de relação com o Rogério. Se o Rogério teve algum problema com o São Paulo, foi em outra gestão.

A forte personalidade do Rogério chega a ser um problema?
Isso foi uma bobagem veiculada em virtude da saída do Ney Franco. Todo mundo critica o Juvenal por ele não admitir interferências. Esses comentários são infundados e maldosos.

Fonte: Lance