O São Paulo está perto de acertar a contratação do técnico argentino Luis Zubeldía, ex-LDU, para substituir o demitido Thiago Carpini. No passado recente, o clube construiu um histórico de apostar em técnicos estrangeiros.
Em 2021, a torcida do São Paulo viveu lua de mel com o argentino Hernán Crespo, que acabou demitido em outubro, quando o time corria risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Antes disso, porém, a fase era ótima.
Dono da frase “donde no llegan las pernas va a llegar el corazón” (aonde não chegam as pernas, vai chegar o coração), Crespo comandou o São Paulo na conquista do Campeonato Paulista de 2021. Venceu o rival Palmeiras na final e caiu nas graças da torcida. Depois, acabou demitido. Ao todo, foram 53 jogos – 24 vitórias, 19 empates e 10 derrotas.
Três anos antes, Diego Aguirre chegou a flertar com o título do Campeonato Brasileiro. O São Paulo liderou a principal competição nacional no primeiro turno de 2018, mas não teve fôlego na segunda metade. Ao todo, foram 43 jogos – 19 vitórias, 15 empates e nove derrotas.
Em 2016, Edgardo Bauza foi outro gringo a passar pelo São Paulo. Sem títulos, mas com a esperança de uma Libertadores bem jogada. O time parou na semifinal de sua competição preferida e foi eliminado pelo Atlético Nacional. O treinador deixou o clube rumo à seleção argentina depois de 48 jogos – 18 vitórias, 13 empates e 17 derrotas.
O primeiro da “sequência” de treinadores estrangeiros foi Juan Carlos Osório. O colombiano, porém, não teve muito sucesso. Teve, sim, atritos com o presidente Carlos Aidar e foi substituído por Dorival Júnior após 28 jogos – 12 vitórias, sete empates e nove derrotas. Antes dele, o último gringo havia sido Darío Pereyra, em 1998.
O São Paulo, agora, tenta encontrar mais um treinador estrangeiro para trabalhar no clube. O Tricolor iniciou as buscas nos bastidores dias antes da oficialização da demissão de Thiago Carpini, comunicado na manhã desta quinta-feira que teria o seu trabalho interrompido.
Embora a torcida sonhe com José Mourinho, português de 61 anos demitido da Roma em janeiro, o São Paulo busca nomes que não sufoquem o seu orçamento e não deve fazer loucuras.
Os mais jovens precisam saber que já tivemos muitos e excelentes treinadores nascidos no exterior. Inicialmente, lembro do Joreca, um português radicado em São Paulo, que foi o treinador daquela máquina de jogar futebol que foi multi-campeã nos anos 40. Depois vieram Jim Lopez, argentino, campeão paulista em 1953 e, em seguida, o húngaro multicampeão em seu país, Bella Gutman, campeão paulista de 1957, que dentre outros acertos, lembro, adotou o sistema 4/2/4, então moderno, recuando para a posição de volante o Dina Sani, então um meia sem muito brilho. Dino acabou se tornando um volante excepcional, que integrou a seleção brasileira em 1958 e depois ainda brilhou em times do exterior como o Milan e Boca Juniors. Espero que se vier, o Zubeldia consiga obter o mesmo sucesso que esses seus antecessores estangeiros.