Ídolo, capitão e jogador mais experiente do São Paulo, Rogério Ceni foi à sala de imprensa do CT da Barra Funda nesta terça-feira, pela primeira vez no ano. “Vim porque acho que é um momento importante, antes de um jogo decisivo. Melhor que eu venha do que um jogador mais jovem”, justificou o goleiro, a pouco mais de 24 horas do confronto com o Corinthians, pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
A última vez em que ele concedeu entrevista coletiva foi no Morumbi, palco da partida desta quarta-feira. Em dezembro do ano passado, depois de empate que confirmou o vice-campeonato brasileiro, o camisa 1 falou ao lado do então técnico da equipe, Muricy Ramalho, e de Kaká, que havia acabado de fazer sua última partida antes de se apresentar ao Orlando City. Quatro meses depois, a situação é muito menos confortável: o time caiu para o Santos na semifinal do Campeonato Paulista e precisa vencer outro clássico para não correr risco da segunda queda.
“Não terminamos 2014 de forma espetacular, mas em segundo lugar no Brasileiro, o que deu esperança muito grande. Alguns reforços chegaram, mas não conseguimos apresentar futebol convincente. Na grande maioria dos jogos, acho que fomos abaixo da expectativa do torcedor. Não cabe a mim uma avaliação tão profunda, mas não apresentamos o que era esperado por todos. Até aqui, não foi apresentado um grande futebol em 2015”, reconheceu.
A missão no Morumbi, portanto, não é fácil. Em cinco clássicos neste ano, foram quatro derrotas (duas para o Corinthians e uma cada para Santos e Palmeiras), além de um empate sem gol com o Santos. Já o adversário, mesmo tendo sido eliminado do Estadual – pelo Palmeiras, nos pênaltis – ainda não foi derrotado na temporada.
“Precisamos vencer o jogo, encontrar uma maneira de neutralizar o Corinthians e explorar os espaços. O Palmeiras conseguiu empatar por 2 a 2. Temos que ser competitivos, estar mais compactados, mais juntos. Só com a força coletiva é que vamos conseguir. O Corinthians vem há 20 e poucos jogos sem perder. Temos que achar esse resultado”, reconheceu. “O São Paulo terá que encontrar coisas que ainda não encontrou”.
Questionado se sua entrevista visava dar tranquilidade ao torcedor, Ceni brincou, ciente de que apenas isso não é o suficiente. “Tranquilidade, o torcedor não está tendo, não. Acredito que não terá uma noite tranquila, mas espero que vitoriosa. Sem sustos, acredito que não terá”, falou o jogador de 42 anos, não sem acreditar na classificação para as oitavas de final.
“A única coisa que passa na minha cabeça é a vitória, chegar aos 12 pontos e sair classificado. Temos condições reais, nosso time depende só de si. Em 2013, dependíamos de vencer o Atlético-MG e de outro resultado de grupo, e nos classificamos”, recordou.
Até o fim da tarde, aproximadamente 15 mil ingressos haviam sido vendidos. Cada torcedor pode levar um acompanha, em promoção que leva a diretoria a esperar bom público. Já o público, na opinião do principal ídolo, pode esperar uma noite de sustos. A partida começa às 22 horas (de Brasília) desta quarta-feira, mesmo horário do duelo entre o argentino San Lorenzo (que soma dois pontos a menos) e o lanterna uruguaio Danubio, em Buenos Aires.