Dudu vai ganhar no Palmeiras R$ 100 mil a menos que pediu ao São Paulo

Quando Dudu se reuniu com a diretoria de futebol do São Paulo, na sexta-feira à noite, já sabia da possibilidade de jogar no Palmeiras. Os dois clubes têm certeza de que a pedida salarial do atacante ao vice-presidente tricolor foi, inclusive, propositadamente alta, para que o negócio não se concretizasse e o caminho ficasse livre para um acerto com o Palmeiras.

Menos de 24 horas depois de pedir R$ 400 mil por mês ao São Paulo, Dudu fechou com o Palmeiras por R$ 300 mil, além de luvas no valor de R$ 800 mil. O clube acertou a compra de 100% de seus direitos econômicos por 6 milhões de euros (R$ 18,7 milhões).

Dudu chegou à capital paulista com passagem paga pelo São Paulo, que, depois da desistência do Corinthians, ficou em dúvida se valeria a pena investir na contratação. A rejeição da torcida à declaração do atleta, de que preferia o rival alvinegro, e a forte influência dos empresários da OTB Sports sobre o jogador, causaram desconfiança no Tricolor.

Porém, a insistência de Muricy Ramalho num jogador veloz para o ataque levou o vice-presidente Ataíde Gil Guerreiro e o gerente Gustavo Vieira de Oliveira a manterem conversas diárias com Dudu. Segundo relatos de Ataíde, assim que chegou ao aeroporto, na sexta-feira, Dudu ficou reunido por horas com um de seus representantes. Só depois foram ao seu escritório do vice.

Ao receber um ultimato do dirigente, se queria ou não jogar no São Paulo, Dudu e Bruno Paiva se reuniram por mais alguns minutos e voltaram com a resposta: sim, desde que com o salário de R$ 400 mil. O Tricolor, sem saber que o Palmeiras havia entrado no negócio horas antes, negou. Se tivesse aceitado, provavelmente teria ficado com o reforço. Dudu ganharia, em salários, mais do que os principais jogadores do grupo, casos de Rogério Ceni, Ganso e Kardec, entre outros.

A indefinição entre Dudu, a OTB Sports, Corinthians e São Paulo foi o cenário perfeito para que Alexandre Mattos, apresentado pelo Palmeiras com status de craque por ter montado o elenco bicampeão brasileiro do Cruzeiro, apresentasse seu cartão de visitas. Contratar um jogador pretendido pelos maiores rivais e que se encaixa no plano de elenco do técnico Oswaldo de Oliveira recuperaria a autoestima do clube, ameaçado de rebaixamento na temporada passada, e, de quebra, elevaria ainda mais seu moral diante do presidente e da torcida.

Mattos se aproveitou da relação conturbada dos empresários com os outros clubes. No Corinthians, Bruno Paiva negociou com dirigentes próximos, casos de Edu Gaspar, gerente de futebol, e Andrés Sanchez, que voltará a ser forte no futebol se Roberto de Andrade for eleito no próximo dia 7 de fevereiro. Só que Mário Gobbi, atual presidente, em razão de dívidas com jogadores e o ex-técnico Mano Menezes, vetou a contratação.

O Corinthians desembolsaria 3 milhões de euros (R$ 9,3 milhões) em duas parcelas, por 60% dos direitos de Dudu. O restante ficaria com o Dínamo de Kiev. O São Paulo, por sua vez, ofereceu valor proporcional por 50% e se acertou com o clube ucraniano ao sugerir pagamento à vista. O “não” inicial do atacante ao Tricolor foi orientado por Bruno Paiva em razão de uma rixa que surgiu no início da negociação.

O empresário disse ao São Paulo que intermediaria a conversa entre os clubes, e levaria a proposta ao Dínamo. A diretoria recusou sua participação e tratou diretamente com os europeus.

Porém, por mais que Corinthians e São Paulo tivessem “desistido” do jogador, ainda estudavam maneiras de viabilizar a transferência. O Palmeiras surpreendeu a todos.

Com Dudu no Palmeiras, os empresários frustram seus planos de ver o cliente na Libertadores, mas dizem acreditar no projeto encabeçado por Alexandre Mattos e acham que, para o atacante, fazer parte do grupo que pode reerguer a equipe será lucrativo no futuro. Restará agora aparar as arestas com o Corinthians, o que será fácil se Roberto de Andrade for eleito, e o São Paulo.

 

Fonte: Globo Esporte

7 comentários em “Dudu vai ganhar no Palmeiras R$ 100 mil a menos que pediu ao São Paulo

  1. Não teve chapéu , teve é falta de competência para pelo menos desconfiar que sem a participação dos empresários o negócio não sairia.
    Esse salário maior pedido ao tricolor era para compensar a comissão que não seria paga , com certeza eles estão recebendo comissão do Palmeiras.
    Mas , faz parte do negócio , acharam alguém que pagasse , eu acho que o cara é um Maikon Leite e olhe lá , antes de se contundir o Maikon era bem melhor que ele.

  2. O problema na’o e’ ganhar mais ou menos,
    o problema foi os nossa kartolagem insistir num
    jogador que na’o queria vir, declaradamente.
    Com outros jogadores no mercado nacional e internacional,
    insistiram e foram humilhados,
    espero que achem outro tipo Konka, que resolve, mesmo ganhando
    igual ou menos que o medalhao que na’o resolve, e e’ intokavel.
    Esta’ trazendo o weslei, no time da kopinha, temos melhores que essa
    aberraca’o que vira depois da Libertadores e ganhando um monte.

    • Esse é exatamente o ponto que, talvez, não tenha ficado claro em meu editorial. Eu também não queria esse jogador no São Paulo, por ter declarado publicamente não ter vontade de defender o Tricolor. Ganhar menos ou mais ali ou acolá é o que menos interessa. Mas é fato que a diretoria tomou um chapéu, pois mesmo com sua pedida, mesmo com sua desfeita, mesmo com a torcida sendo contra, foi até o fim na negociação com o jogador. Portanto, ponto contra nossa diretoria.

      • Estamos calibrados PP,
        isso quer dizer que mesmo a garota
        na’o querendo, a assediamos em demasia,
        e levamos o que queriamos,
        Kornos.
        Espero que tenham a sensibilidade de fechar com gente competente,
        no ataque e na defesa, mas pelo visto,
        somos nos que atrapalhamos.
        E muito.

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