O desfecho da crise política do São Paulo deve acontecer antes do que se imaginava. Internamente é dada como certa a entrega de uma carta de renúncia do presidente Carlos Miguel Aidar na próxima terça-feira, em ato planejado após o presidente se reunir com amigos e familiares na última sexta e ouvir apelos para que deixasse o cargo.
Se consumada a desistência, o atual presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deve aparecer como candidato único à sucessão e ocupará o posto até 2017, quando terminaria o mandato de Aidar. O nome surge como consenso entre os principais grupos políticos do Morumbi, que enxergam a necessidade de um governo de coalizão para “resgatar” o clube da mais grave crise institucional de sua história.
Leco tem longa carreira política no clube. Diretor de futebol na gestão de Marcelo Portugal Gouvêa, ocupou também a vice-presidência do departamento por cinco anos sob o comando de Juvenal Juvêncio antes de virar vice-presidente geral. Esperava ser o nome escolhido pelo ex-presidente para o pleito de abril do ano passado, mas teve que amargar a escolha por Aidar.
A atuação incisiva como presidente do Conselho foi decisiva para que o panorama fosse revertido. Leco, que nunca foi unanimidade por seu perfil às vezes explosivo, foi implacável com Aidar em pontos polêmicos da atual gestão e se cacifou como nome único para a provável disputa. Até mesmo Fernando Casal de Rey, presidente entre 1994 e 1998 e cotado para voltar ao cargo, abriu mão da disputa.
Outros nomes importantes da política são-paulina como Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente na gestão de Juvenal e candidato a vice derrotado nas últimas eleições, e Ataíde Gil Guerreiro, ex-vice de futebol e “homem-bomba” que deve ser fundamental para a renúncia de Aidar, apoiam Leco, que nunca escondeu seu desejo de presidir o Tricolor. Entre a renúncia e a chegada definitiva à presidência, Leco obrigatoriamente comandará o clube por 30 dias até as novas eleições.
– Primeiro vamos esperar se as coisas se desenrolam dessa maneira. A partir do momento de uma eventual renúncia, tenho esse período para organizar as coisas e convocar as novas eleições. Interesse (em ser candidato) eu tenho, é claro, mas essa não é uma decisão só minha. O mais importante é que o São Paulo será conduzido por pessoas que querem o bem e pensam apenas no São Paulo – disse Leco.
Fonte: Lance
Nota do PP: durante todo este sábado, o clima no clube era de que a renúncia era líquida e certa. Aidar retirou suas coisas de sua sala, como afirmamos na coluna “Alguém me disse”, enquanto conselheiros, das mais variadas vertentes, faziam uma espécie de vigília à espera da carta de renúncia. O clima estava bem mais leve que nos últimos meses.
A simples palavras CONSELHEIRO já me embrulha o estômago. Bem que podia ter uma bomba em uma das reuniões e matar todos, certeza que o clube saia do buraco.