O jornal “La Nacion”, da Argentina, informou nesta semana que o Boca Juniors não comprará Centurión, emprestado pelo São Paulo até o fim de junho. A estratégia do Tricolor é não se manifestar e esperar uma sinalização dos argentinos. Há a impressão de que o clube xeneize poderá fazer um movimento no fim do mês para buscar um acordo. Mas se realmente voltar ao Tricolor, qual cenário o jogador encontrará?
Reintegração?
Diante do sucesso de Centurión no Boca, o São Paulo enxergava a possibilidade de reintegrá-lo ao elenco como a mais remota. A ideia era vendê-lo definitivamente.
A avaliação no clube é de que o atacante de 24 anos é talentoso, mas costuma tomar decisões erradas em campo, tem muita dificuldade para viver longe da Argentina e carrega problemas fora dos gramados.
Ainda que o Tricolor reconheça seu valor como jogador, o “pacote Centurión” é negativo. Há questionamento sobre qual tipo de exemplo ele poderia dar aos mais jovens se retornar. Durante a passagem no Morumbi, o jogador faltou a alguns treinos por problemas pessoais.
Mudanças na comissão e na direção
Centurión chegou ao São Paulo sob o comando de Muricy Ramalho, hoje comentarista do SporTV, em 2015. O dinheiro do investimento de aproximadamente R$ 13 milhões foi emprestado por Vinicius Pinotti, à época diretor de marketing. Hoje, o dirigente credor do clube é também o executivo responsável pelo comando do futebol.
Sob o comando de Edgardo Bauza, Centurión acumulou altos e baixos. A insistência do técnico com o atleta chegou a irritar a torcida, mas ele teve atuações marcantes. A mais destacada foi no 4 a 0 sobre o Toluca, do México, pelas oitavas de final da Libertadores, em 2016. Hoje o comandante é Rogério Ceni, companheiro de time de Centurión em 2015.
Opções do elenco
Nesse ano, Rogério Ceni iniciou a temporada com o desejo de ter quatro pontas no elenco. David Neres, Luiz Araújo, Neilton e Wellington Nem preenchiam essa sua vontade. Mas só o último segue no clube e recebe contestações da torcida. Foram contratados Maicosuel (mais pensado para jogar por dentro), Marcinho e Denilson. Ainda assim, se for reintegrado, Centurión teria chances de brigar de igual para igual por uma vaga.
A cabeça do técnico
Rogério Ceni vê Centurión como um patrimônio do clube e reconhece o potencial do jogador, ainda que lembre dos deslizes fora de campo. O camisa 10 do Boca chamou atenção por brilhar em campo e enfrentar problemas pessoais na Argentina.
– Todos os jogadores são importantes. Pagamos quatro milhões de dólares no Centurión. Se voltar, vamos tentar utilizá-lo da melhor maneira possível. Foi muito bem no Boca dentro de campo, mas teve alguns deslizes. É um patrimônio do clube e temos que cuidar.
Aceitação da torcida
Enquete realizada pelo GloboEsporte.com mostrou que Centurión tem moral com a galera Tricolor. Mais de 90% aprovaram a eventual volta do jogador ao Morumbi após a passagem pelo Boca Juniors.
Esquema tático
O São Paulo de Rogério Ceni tem atuado no sistema 3-4-3 nos últimos jogos. Pelas características dentro de campo, Centurión poderia concorrer por vaga na última linha, aberto pelo lado esquerdo (onde gosta de jogar). Com a camisa 10 do Boca Juniors, o atleta atuou a maior parte do tempo exatamente nesse setor, onde pode driblar para o meio do campo e finalizar de pé direito, ou tentar jogadas na linha de fundo.
Fonte: Globo Esporte
Também acho que pode vir a ser uma boa opção, principalmente ao que o mercado tem a oferecer.
Lembro também que Raí, Lugano, Dario Pereyra levaram algum tempo para conseguir “desencantar” e jogar em alto nível.
Sempre fui muito crítico ao futebol desse jogador. Entretanto, dado ao que temos tido depois de sua saída, é, sem dúvida alguma, muito melhor do que a grande maioria que tem entrado em campo. Ademais, na próxima temporada, se houver, ele vai chegar já adaptado ao ritmo da cidade e com conhecimento de seus colegas e, quem sabe, ele desabrocha de vez. Lembro-me que o Pedro Rocha, enquanto jogou ao lado do Gerson, isto é, em seu início, também não jogou nada. Tão logo passou a jogar na meia esquerda virou o monstro que foi jogando pelo São Paulo. Que isto se repita com o Centurion. O que não pode é os profissionais do S.Paulo ficarem criticando o cara antes de lhe darem uma nova oportunidade, já que seu contrato continua em vigor…