Em quase quatro anos no São Paulo, nunca se falou tanto o nome de José Mario Campeiz como agora. José Mario Campeiz é o Zé Mario, preparador físico que desde agosto de 2011 faz parte da comissão técnica do departamento de futebol. Desde a saída de Muricy Ramalho, há três semanas, o preparador passou a dividir com Milton Cruz a função de programar e comandar os treinos do elenco. E, desde então, colhe elogios públicos – principalmente do próprio Milton – por mudanças que surtiram efeito e se aplicaram nas vitórias da equipe.
No dia 6 de abril, segunda-feira em que Muricy Ramalho se demitiu do São Paulo, foi Zé Mario quem comandou o treino do São Paulo. Com boa relação com o interino, os 20 dias que se seguiram desde então mostraram uma rotina de trabalho diferente no CT da Barra Funda. Os exemplos mais latentes aconteceram na semana passada, quando a comissão técnica substituiu o regenerativo padrão para os titulares na segunda-feira, dia seguinte à derrota contra o Santos, por um treino com os titulares, aplicando situações de jogo, e na terça-feira, sem treino tático no campo, como nunca se viu com Muricy Ramalho.
Naquela segunda-feira, o preparador físico comandou um treino de cruzamento, mas em situação específica, com o lateral e o ponta ocupando o mesmo espaço no ataque quando o time chega à linha de fundo. No treino, Reinaldo e Michel Bastos, pelo lado esquerdo, participaram da atividade. Quando um passava aberto, por fora, outro se colocava por dentro, na zona entre o lateral e o zagueiro adversários. Dois dias depois, no Morumbi, o São Paulo abriu o placar contra o Corinthians em jogada exatamente igual, que se iniciou com Michel Bastos, por fora, e passou por Reinaldo, por dentro, antes de terminar nos pés de Luis Fabiano.
“Exatamente. Todos os treinos que são feitos têm o mesmo objetivo. Situações de jogo reproduzidas no treino. As deficiências do adversário, a gente observa, temos nossa análise e procuramos fazer o treino em cima disso. Sabíamos que tínhamos que forçar as jogadas pelas laterais. Coincidiu de termos sucesso no jogo. O treino é justamente pra isso, o Milton está sempre atento a esses detalhes”, falou Zé Mario, ao UOL Esporte.
“O ponto final é sempre o Milton que determina. A gente conversa, como era feito, participava, dava algumas opiniões. Mas agora, como o Milton está praticamente sozinho, a gente define na hora a sequência do trabalho da semana. Mas não tem grandes alterações, talvez um ou outro tipo de jogo. A gente procura trabalhar posse de bola, fator positivo do nosso time, alguns exercícios de profundidade para chegarmos um pouco mais na área, que era um fator que o Muricy já falava. A gente conversa e trabalha para desenvolver esse tipo de qualidade que está faltando para nossa equipe. Todos os detalhes dá para você trabalhar em formas de jogos”, diz.
Desde que assumiu mais uma vez o cargo de treinador interino, Milton Cruz tem dividido méritos com Zé Mario em quase todas as aparições na imprensa. O volante Souza também chamou atenção ao trabalho do preparador nas últimas semanas ao dizer ainda antes da vitória sobre o Danubio (URU), no último dia 15, que os trabalhos feitos com ele no CT têm se reproduzido nas partidas.
Zé Mario, no entanto, tenta não parecer mais do que é. Apesar de hoje comandar parte das atividades nos treinos e colher elogios por isso, afirma que só exerce tal função porque hoje, obviamente, faltam profissionais no clube – além de Muricy, o auxiliar Tata também deixou o São Paulo.
“Sou preparador físico. É que nós estamos em uma sequência de jogos em que a preparação física está embutida no treino técnico. Muitas vezes nesses jogos em campo reduzido estamos trabalhando resistência especial do atleta. São treinos mais motivantes para eles e melhora a condição física. A gente continua fazendo os mesmos trabalhos de recuperação do atleta, preventivos para evitar lesões, bastante treinamento funcional, e no campo a gente faz a transferência em forma de jogo, que ao mesmo tempo auxilia físico, técnico e psicológico”, afirma o preparador.
Ainda antes do jogo contra o Corinthians, a decisão de ter tirado o treino tático do campo foi, segundo Zé Mario, exclusiva de Milton Cruz. Normalmente, o que se via em véspera de jogo no São Paulo era uma atividade fechada de cerca de 30 minutos, em que os 11 jogadores que seriam titulares no dia seguinte fazem breve atividae de posicionamento em um dos campos do CT. Na semana passada, porém, a estratégia foi fazer um treino técnico, de pequenos jogos em quartetos, para fazer o treino tático apenas na quarta-feira e em uma palestra, com vídeos.
“Isso foi opção do Milton. Às vezes ele, como todos nós, tem algumas duvidas. Já que a semana foi toda feita em cima do adversário, ele achou importante deixar mais à vontade o treino e deixar só na parte teórica”, explica.
A parceria entre Milton Cruz e Zé Mario permanece enquanto o São Paulo não define quem será o sucessor de Muricy. Depois do fracasso com o argentino Alejandro Sabella, de quem a diretoria desistiu por não obter resposta, a tendência – caso nenhum grande treinador fique desempregado dentro do Brasil – é esperar o meio do ano para definir o próximo treinador. O também argentino Jorge Sampaoli, da seleção chilena, é o mais aprovado internamente. Outros citados são o português André Villas-Boas, do Zenit (RUS), com quem o São Paulo já negociou duas vezes, e o velho conhecido Cuca, hoje no Shandong Luneng (CHN).
Fonte: Uol
O que querm dizer?
Que o Murici não fazia nada alem de nada?
Ou que esse cara agora é o cara?
Ou que esse cara não fazia nada disso enquanto o Murici lá estava porque não queria?
Não inconformado…. ele disse que pouca coisa mudou….
Claro que foi uma retórica, amigo.