Marco Aurélio vai a vestiário e se reaproxima de elenco e diretores

Era quase madrugada de sexta-feira quando Marco Aurélio Cunha abriu a porta do vestiário do São Paulo, no Morumbi, curvou-se para espiar quem estava ali e entrou. O ex-superintendente do clube não passava por aquele local desde o título da Copa Sul-americana de 2012. Por coincidência, voltou a fazê-lo na primeira partida deste ano no torneio continental.

Marco Aurélio se tornou adversário político do presidente Juvenal Juvêncio e seus aliados ao dar início a uma ala oposicionista para a eleição de abril. Antes pré-candidato, ele agora apoia Kalil Rocha Abdalla (ex-diretor jurídico da gestão atual), considerado um nome de maior viabilidade eleitoral e competência administrativa.

A disputa política o deixou mais distante, portanto, do dia a dia do time. Na quinta-feira, porém, acompanhado do filho, João Paulo, ele decidiu visitar Muricy Ramalho e o elenco. Deu um abraço no treinador e foi festejado por grande parte dos jogadores. Dentre eles, o volante Wellington, que já fazia parte do grupo profissional quando ele ainda era funcionário do clube.

Além dos amigos, Marco Aurélio topou também com parte da cúpula de futebol, com a qual já trocou ataques, através de declarações, desde que confirmou oposição à gestão atual. Mas o encontro – do qual fizeram parte João Paulo de Jesus Lopes (vice-presidente de futebol), Rubens Moreno (diretor de futebol) e José Alexandre Médicis (diretor-adjunto) – foi amistoso.

Eles conversaram por mais de uma hora, sem menções ao processo eleitoral. Um bate-papo entre são-paulinos. Da diretoria atual, Jesus Lopes é quem menos comenta sobre o pleito de 2014. Ele entende que essa discussão, se levada ao ambiente da CT da Barra Funda, só tende a atrapalhar o andamento do futebol, já prejudicado pelo risco de rebaixamento à segunda divisão nacional.

O curioso é que Marco Aurélio ameaça os cargos de Jesus Lopes e companhia, já que será o homem forte do futebol caso Kalil se torne presidente. Na quarta-feira, um dia antes de voltar a visitar o vestiário do Morumbi, ele reforçou crítica à maneira centralizadora como o grupo de Juvenal Juvêncio tem conduzido as decisões relativas ao time.

“Essa gestão caiu no erro de se sentir superior ao elemento humano, à ação de gente que trabalha com vontade, dizendo que a direção faz, que o presidente faz. O presidente pode ser, é claro, o comandante desse processo. Mas quem trabalha são os profissionais da área, da preparação física, da medicina, da comissão técnica”, disse o ex-superintendente, durante encontro aberto entre associados e conselheiros de oposição, em uma pizzaria.

Gazeta Esportiva

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