Luan foi assunto em conversas de Cuca e seus pares após o empate por 1 a 1 com o Palmeiras, no sábado passado. O volante de 20 anos, que travou um acirrado duelo com Dudu durante a partida no Morumbi, foi elogiado nos bastidores do São Paulo por que saiu de campo “inteiro, parecendo que nem jogou”. Cada vez melhor na marcação e agora com papel fundamental na saída de bola, o jovem é titular absoluto do Tricolor e começará jogando mais uma vez na segunda, às 20h, no Morumbi, contra a Chapecoense.
A boa fase foi um dos temas da conversa que o garoto teve com a reportagem do Lance nesta semana. Após terminar a temporada passada como titular, desbancando Jucilei, Luan perdeu os primeiros jogos de 2019 para defender a Seleção Brasileira no Sul-Americano Sub-20, no Chile, algo apontado por muitos torcedores como um dos motivos para a queda precoce na Libertadores. Quando voltou, ficou duas partidas na reserva (a eliminação para o Talleres e a derrota para o Corinthians na primeira fase do Paulista) e depois foi utilizado todas as vezes em que esteve disponível – 16 como titular e uma saindo do banco logo no primeiro tempo, em jogo contra o Bahia, quando voltava de uma lesão sofrida na final estadual.
– Eu tive um período muito bom quando subi e, graças a Deus, hoje estou conseguindo ter sequência de jogos. Fiz praticamente todos os jogos como titular. O que eu quero é ajudar o São Paulo, sempre trabalhando. No começo do ano fiquei dividido (sobre ir para o Sul-Americano). Mas eu não tinha como falar o que queria, foi uma decisão entre diretoria e Seleção Brasileira. Mesmo lá no Chile eu estava acompanhando o São Paulo na Libertadores, torcendo, pensando em voltar e ajudar. Foi muito bom para mim estar lá também, tirei bastante aprendizado – disse Luan.
Ele também falou sobre sua inspiração em Casemiro, sobre os tempos em que era atacante goleador e sobre o maior sonho que tem na carreira. Saiba qual é:
LANCE!: Qual é o maior sonho que você tem na carreira?
Luan: Meu maior sonho é ser campeão no São Paulo. Desde que subi eu falo isso. Estou aqui há nove anos e o que eu mais sonho é ganhar um título com essa camisa.
Acha que ainda pode ser neste ano? Resta só o Brasileiro e vocês estão 11 pontos atrás do líder. Ainda dá?
Nosso foco agora vai ser sempre o próximo jogo. Vamos nos preparar e, passo a passo, buscar algo maior no Brasileiro. O torcedor pode esperar que a gente vai se doar ao máximo em todos os 28 jogos que estão por vir. Vão ser 28 finais para a gente.
Você se inspira em algum jogador em especial?
Um cara em quem eu me espelho é o Casemiro. É atual volante da Seleção, começou aqui na base do São Paulo também, chegou no profissional e agora está na Europa jogando bem. Eu procuro assistir sempre aos jogos dele, ver o que ele faz certo, o que faz errado. Só assim vou conseguir chegar no nível dele, que é de Seleção, e ter feito história aqui também.
O que mais te chama atenção no futebol dele?
Me chama atenção a parte defensiva dele, é um marcador muito bom, e também a técnica dele. Aqui no São Paulo ele saía jogando, era praticamente segundo volante. Chegando lá ele recuou um pouco, mas sempre com qualidade na saída de bola.
O Cuca tem dado muita atenção à saída de bola. E você tem papel importante nisso, não é?
É um trabalho que ele priorizou bastante na inter-temporada. Ele cobra muito de mim para aparecer para o jogo, fazer a primeira saída de bola da equipe. Eu já vinha fazendo isso na base e agora estou conseguindo colocar em prática aqui no profissional.
Na base você chegava bastante ao ataque e marcava gols. No profissional ainda não fez. O que mudou?
Eu trabalhei com o Jardine e ele me dava liberdade. Com o Cuca já é um pouco menos, eu tenho que ficar mais preocupado com a parte defensiva. Depende de cada treinador. Procuro fazer o que ele pede. Ainda não saiu o meu gol, mas eu me preocupo mais em ajudar na parte defensiva. Lá na frente o pessoal dá conta do recado.
É verdade que você começou como atacante?
Na escolinha, quando comecei, eu era atacante. Fazia gol, bastante gol (risos). Eu era um pouco mais forte que os meus companheiros e acabei passando para meia. Jogando como meia, eu conseguia marcar bem. Aí o pessoal me testou como volante e estou nessa posição até hoje.
Com quantos anos foi essa fase goleadora?
Eu comecei na escolinha com cinco anos de idade. Dos cinco até os 11 eu joguei de atacante. A partir daí eu virei meia, depois volante. Eu jogava de ponta, habilidoso (risos). Cheguei com 11 anos no São Paulo, já fiz o teste como meia, e eles me testaram como volante. Joguei pouco como meia, mas também foi muito importante. Quando peguei o Jardine, ele me deu liberdade para sair e eu já estava acostumado, tinha qualidade para fazer o que ele estava pedindo.
Isso te ajudou a ter mais qualidade com a bola no pé?
Contribui, por que o futebol moderno exige isso do volante. Não pode ser aquele volante que só sabe marcar. Tem que saber sair para o jogo. Isso me ajudou bastante.
Acha que um dia um garoto de Cotia vai dizer que se inspirou no Luan, como você hoje se inspira no Casemiro?
Se isso acontecer eu vou ficar feliz, por que terei feito um bom trabalho. Quem sabe, né?
Fonte: Lance