A distribuição de carteirinhas continua farta no São Paulo. Lembrando o que aconteceu na era Juvenal Juvêncio, quando o primeiro golpe no estatuto foi dado, Júlio Casares promove o mesmo ato, copiando exatamente o modus operandi de Juvenal Juvêncio. E com os mesmos atores.

Nos anos 2000, quando Juvenal planejou o primeiro golpe no estatuto, que lhe permitiu mudar o mandato de dois para três anos para depois, um parecer jurídico elaborado por Carlos Miguel Aidar e Leonardo Serafim (réus no Ministério Público) lhe propiciarem um terceiro mandado (por se eleger por dois anos num estatuto, por três anos no novo regimento e, portanto, poder ser reeleito), o presidente colocou Antonio Donizete Gonçalves, o Dedé, como diretor social.

Dedé fez uma ampla distribuição de carteirinhas, criando diretores em todos os cantos do clube. Com isso ele conquistou simpatia entre os sócios, que por sua vez tinham ligação com conselheiros, que votaram pela aprovação do novo estatuto.

Isso foi questionado pela oposição na Justiça, já que não passou pelo crivo da assembleia geral. Depois de longos dez anos a Justiça, em última instância, reconheceu a nulidade daquele golpe.

Só que nesse meio tempo, como forma de anular a decisão da Justiça, o ex-presidente Leco lançou a ideia do novo estatuto. Fruto de debates intensos e muitas propostas, foi aprovado o que de melhor poderia ser. Os principais ítens era o fim da reeleição, mandato de três anos para presidente e conselheiros. Com apoio integral e irrestrito do atual presidente, Júlio Casares.

Agora, usando as mesmas armas de outrora, Júlio Casares, unido a Olten Aires de Abreu Filho, presidente do Conselho Deliberativo, tenta dar o mesmo golpe. E usa o mesmo modus operandi. Desde o início de seu mandato colocou Dedé como diretor Social, mesmo cargo que ocupava na era Juvenal Juvêncio.

E como fora feito lá atrás, começou a distribuição de carteirinhas. Hoje existem mais de 60 diretores e assessores no clube. Posso até estar exagerando, mas deve ter até diretor de papel higiênico ou de privadas. Às custas de dois ingressos para os jogos. Podres. Imundos.

Com esse rolo compressor, será impossível à oposição conseguir barrar a tentativa de golpe. Os ditadores Júlio Casares e Olten Aires de Abreu Filho vão conseguiu o propósito de se perpetuarem no comando do clube.

Nestes últimos dois dias conversei com alguns conselheiros da situação, que na condição de anonimato me disseram da vergonha que estão tendo ao serem obrigados a participar, com seus votos, deste golpe.

Tudo isso pode até ser legal, um jogo da política, mas é altamente imoral. Só mostra que os homens que hoje comandam o São Paulo pensam apenas e tão somente neles, querendo que a instituição se dane. Mas nós, do Tricolornaweb, vamos gritar até ficar roucos, para impedir mais um golpe em nosso clube.

Paulo Pontes