Em dois dias, Muricy aplica choque em elenco para tentar afastar crise

Muricy Ramalho sentiu que era hora de um choque de gestão no São Paulo após a terceira derrota seguida no Brasileirão, para o Santos, por 3 a 0, na última quarta-feira. O técnico, então, tomou algumas atitudes para mostrar a urgência por melhores resultados aos jogadores. Em dois dias, toda a conduta mudou no CT da Barra Funda: pediu pressão da diretoria, mudou horários, cobrou, trocou o treino e fez alterações no time titular.

Na manhã de quinta-feira, após a derrota para o Santos, Muricy Ramalho falou com o presidente Juvenal Juvêncio e pediu que este fosse aos próximos treinos do São Paulo. O técnico quer tom de cobrança e acha que a presença de Juvenal mostrará que o clube será mais rígido com o elenco a partir de agora. O presidente atendeu ao pedido, foi ao CT da Barra Funda na quinta, conversou com líderes do elenco e teve longo diálogo com Rogério Ceni.

Ao próprio Muricy coube a cobrança coletiva. O técnico reuniu todo o elenco a portas fechadas antes do treino de quinta-feira e pontuou algumas questões. A principal reclamação do treinador é por excesso de individualismo, no dia a dia de treinos e nas partidas. Muricy afirmou que será preciso esquecer marcas pessoais e disputas internas para evitar o rebaixamento. Alguns jogadores também se manifestaram a conversa.

No mesmo diálogo, comunicou aos atletas que a concentração para a partida contra o Vitória seria antecipada para a própria quinta. O elenco foi pego de surpresa e soube que teria de sair do treino, voltar para casa para pegar pertences e retornar ao CT até as 22h para passar a noite. Muricy Ramalho nunca havia antecipado a concentração desde que retornou ao São Paulo, há cerca de um mês.

Na sexta-feira, outras mudanças. Muricy levou o time ao campo e fez seis alterações: três titulares foram sacados e outros três trocaram de posição na equipe. Antonio Carlos voltou à zaga após cumprir suspensão, e Jadson e Osvaldo perderam espaço. Rodrigo Caio passou do meio de campo à zaga, Paulo Miranda migrou à lateral direita e Douglas passou à ponta direita. Há uma semana, o treinador admitiu que Jadson e Osvaldo podem ter caído de rendimento por conta das convocações para a seleção brasileira, até o meio do ano. Destaque no primeiro semestre, agora a dupla volta ao banco de reservas.

Outra mudança, mais sutil, foi no funcionamento do treino. É prática quase religiosa para o elenco jogar o rachão nos treinos de véspera de jogo. Normalmente, os atletas se reúnem ao final das atividades de sábado – quando há partida no domingo – e se dividem em duas equipes para brincarem em campo reduzido, no qual cada atleta só pode dar dois toques na bola.  Nesta sexta-feira, porém, o técnico não permitiu a atividade recreativa. Os jogadores fizeram trabalho tático, físico, treinaram finalizações e foram para o vestiário.

Neste sábado, ás 21h, o São Paulo recebe o Vitória em partida pelo Brasileirão. Se vencer, poderá deixar a zona de rebaixamento. Um derrota, no entanto, poderá tornar a situação ainda mais difícil às vésperas do confronto contra o líder Cruzeiro e do clássico contra o Corinthians. A partida marcará o reencontro de Ney Franco com o clube, agora do lado adversário.

Fonte: Uol

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*