Dirigentes usam relacionamento para esvaziar boicote à base do São Paulo

A articulação de times de futebol do Brasil contra o São Paulo, que pode culminar em um boicote às categorias de base da equipe tricolor, foi esvaziada por relacionamentos pessoais de dirigentes. Pelo menos dois times desistiram de aderir ao movimento por essa razão.

O Grêmio é um deles. O time gaúcho pretendia participar do protesto, mas foi demovido por uma decisão do presidente Fabio Koff.

O cartola foi o último presidente do Clube dos 13, entidade criada em 1987 para representar as principais equipes do futebol brasileiro. A instituição ruiu em 2011, quando os times nacionais passaram a negociar individualmente os direitos de mídia de seus jogos.

O processo que implodiu o Clube dos 13 aproximou Koff ainda mais de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, que já era aliado político do mandatário gremista. Foi uma conversa entre os dois que fez o time gaúcho desistir do boicote.

Outro que rechaçou a ideia de um movimento contra as categorias de base do São Paulo foi o Palmeiras. O time alviverde desistiu após apelo de Marco Polo del Nero, que preside a FPF (Federação Paulista de Futebol) e é torcedor declarado da equipe.

A ideia de boicote ao São Paulo é uma reação dos clubes brasileiros a denúncias de que o time do Morumbi faria aliciamento de jogadores nas categorias de base. O estopim para a organização contra o clube foi a transferência do goleiro Lucão, 15, que trocou a Ponte Preta pela equipe tricolor.

Como Lucão ainda não tem 16 anos, não podia assinar um contrato profissional com a Ponte Preta. Portanto, a equipe de Campinas não recebeu nada pela transferência do goleiro.

Quando o técnico Ney Franco, que atualmente trabalha no Vitória, trabalhou nas categorias de base da seleção brasileira, ele organizou fóruns periódicos para discutir o futebol amador no país. Os executivos responsáveis por essas áreas têm se encontrado desde março do ano passado.

Na manhã da última segunda-feira, os dirigentes de categorias de base tiveram reunião no Rio de Janeiro. À tarde, o boicote ao São Paulo voltou a ser debatido em encontro na sede da FPF.

Os clubes que participam do protesto ameaçam não disputar competições de base em que o São Paulo esteja. Para a temporada 2014, esse boicote já abrange ao menos a Copa São Paulo de juniores e as versões sub-17 e sub-20 da Copa do Brasil.

Com a investida de dirigentes para tentar esvaziar o boicote, os times têm reagido. A Ponte Preta, por exemplo, teve um jogo contra o Botafogo-SP no último fim de semana. A diretoria da equipe de Campinas aproveitou para consultar o time de Ribeirão Preto, que se mostrou favorável ao movimento contra o São Paulo.

“O São Paulo não tem problema apenas com a Ponte Preta, o Coritiba e o Vasco. Ainda não demos oportunidade para os clubes do interior se manifestarem porque priorizamos os times das primeiras divisões em um primeiro momento, mas sabemos por comentários que há clubes do interior de São Paulo que também têm problema com o São Paulo”, disse Francisco Marques, diretor das categorias de base da equipe de Campinas. “O São Paulo não é um clube revelador. Eles revelam jogadores de outros times”, completou.

Depois da reunião na última segunda-feira, o São Paulo pediu aos clubes um prazo até a próxima sexta-feira. Além disso, o time do Morumbi emitiu uma nota oficial desmentindo condutas ilegais em contratações de atletas das categorias de base.

 

Fonte: Uol

Um comentário em “Dirigentes usam relacionamento para esvaziar boicote à base do São Paulo

  1. E aí? Cadê as provas? Mais importante que isso, cadê a comprovação que esses times estão fazendo tudo direitinho com os moleques?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*