Condição física de atletas preocupa São Paulo

A preparação física tornou-se um ponto fraco no São Paulo. O técnico Paulo Autuori se assustou com a falta de resistência do time. Embora os resultados de exames para avaliar a situação dos atletas tenha sido satisfatório do ponto de vista clínico o treinador se espantou pela maneira com que o time perde força física durante as partidas. Além disso, a preparação para a Recopa foi criticada pela nova comissão técnica.

UOL Esporte apurou que, para eles, o amistoso contra o Flamengo no meio do recesso foi um desgaste necessário. Ao contrário de Ney Franco, que era o treinador na ocasião, Autuori sinalizou que não teria aceitado a determinação da diretoria de realizar a partida. Na decisão da Recopa, quando o time foi derrotado por 2 a 0 pelo Corinthians no Pacaembu, a diferença física ficou evidente, principalmente na dificuldade que a equipe teve para concretizar jogadas – foram sete finalizações certas do rival, contra apenas duas do time tricolor.

Desde o recesso da Copa das Confederações – período em que a crise se instalou no clube – o São Paulo tomou 14 gols, sendo 10 deles no segundo tempo, contra Flamengo, Corinthians duas vezes, Santos, Bahia, Vitória e Cruzeiro. O único jogo desde então em que a equipe não sofreu gol na etapa complementar foi na derrota para o Internacional na última quarta-feira, no Morumbi. O gol de Leandro Damião, que deu a vitória aos gaúchos, aconteceu nos primeiros 45 minutos de jogo.

O preparo físico do time tem sido colocado em xeque. O próprio treinador Paulo Autuori chegou a comentar que a equipe estava deixando a desejar nesse quesito, assim como o atacante Luis Fabiano, que reclamou de falta de mobilidade. Rogério Ceni chegou a dizer que o time havia parado no tempo.

Ex-fisiologista do clube, Turíbio Leite concorda com a avaliação de Ceni, no sentido de que o São Paulo parou de investir na pesquisa científica e tecnológica, deixando assim o posto de excelência que mantinha no quesito. Para ele, outros grandes clubes do país ultrapassaram o time do Morumbi.

“Está faltando conhecimento mais aplicado nessa área, que é a retaguarda da preparação física. A gente sempre teve uma equipe multidisciplinar, um trabalho conjunto, fisioterapeuta, médico, preparador físico, fisiologista. A leitura que faço é que ele [Ceni] está enxergando como eu, que está faltando aquela atitude de pioneirismo que o clube sempre teve. A gente não ouve mais falar disso no São Paulo. São números que apontam para que algo diferente está acontecendo”, analisou em contato com o UOL Esporte.

A opinião de Turíbio é corroborada por outros profissionais da área que passaram pelo São Paulo, ouvidos pela reportagem do UOL Esporte e que preferiram não ter seus nomes divulgados.

Alexandre Lopes, preparador tricolor que pertencia à comissão técnica de Ney Franco, rejeita que tenha faltado método em seu trabalho. Segundo ele, nenhum jogador fez corpo mole e o trabalho feito estava correto. Ele também estranhou que justamente na fase de derrotas isso venha à tona como fator determinante, já que, de acordo com ele, não se perde preparo físico de uma hora para outra.

“Não vejo o problema do time como físico. Preparação física é continuidade, ciência, trabalho sério, não existe comprimido que você bota em baixo da língua do atleta e vai fazer com que ele fique bom, e não existe comprimido para que ele piore também. As questões de você não estar vencendo acarreta problema. Você tem que se dedicar mais, isso pesa um pouco mais”, disse ao UOL Esporte.

O ex-preparador tricolor defendeu seu trabalho e disse que, desde julho de 2012, quando assumiu a função, o nível de lesões só vinha diminuindo. “Conseguimos recuperar vários jogadores, quase não tivemos problemas. Foi um trabalho casado com fisiologia, treinador, dentro daquilo proposto estava tudo sob controle. Infelizmente quando as derrotas aparecem começam a se dividir os problemas, e agora chegou a hora da preparação física”, declarou.

Os atuais preparadores físicos do São Paulo, Sérgio Rocha e Gilvan Santos, têm a missão de recuperar o desempenho dos jogadores. Para Turíbio, eles darão conta do recado. “Eu conheço muito bem os dois. São muito bons, de competência inquestionável”, finalizou.

 

Fonte: Uol

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