“Cardeais” tentam encontrar saída para decisão do STJ

Os principais nomes do São Paulo, conhecidos como “cardeais”, serão responsáveis por não inviabilizar o clube nos próximos dias. Após a decisão desta terça-feira do Superior Tribunal de Justiça, que acatou ação da oposição tornando nula a mudança do estatuto em 2004, e consequentemente anulando todos os atos posteriores a este ano, o risco de o São Paulo se tornar um clube arrasado aumentou.

O departamento jurídico do Tricolor entrará com o último recurso possível, dentro do mesmo STJ. Mas será apenas uma ação protelatória, pois os ministros que irão julgar serão basicamente os mesmos que proferiram a decisão de ontem. E vale lembrar que esta ação se encerra no STJ, não cabendo apelação ao Supremo Tribunal Federal.

Na teoria, hoje Carlos Miguel Aidar não é mais presidente do São Paulo, os conselheiros que se tornaram vitalícios a partir da indicação de Juvenal Juvêncio, não mais o são e os que foram eleitos em 2014 também deixam o Conselho, até porque a última eleição se torna nula. O STJ tem que indicar um interventor para corrigir o estatuto, voltar a 2004, pois alterações estatutárias só podem ser feitas com a votação dos sócios, e convocar nova eleição. O contrato com a Under Armour, por exemplo, se torna inválido.

Entre as muitas negociações que se encontram em andamento, uma delas propõe  a convocação imediata de uma assembleia extraordinária para convocar novas eleições e, por composição, referendar tudo o que foi feito até agora.

O problema é a nova eleição, pois Carlos Miguel Aidar já disse a pessoas próximas que não abre mão de um dia de seu mandato nem da possibilidade de disputar a reeleição. E joga com o fato de um recurso contra a decisão leve cerca de três anos para ser julgado. Portanto, isso significa dizer que ele não estaria aberto a qualquer acordo que vincule nova eleição nesse momento.

Aidar se manifesta

O presidente Carlos Miguel Aidar enviou mensagem aos conselheiros nesta manhã afirmando que há entendimentos de especialistas no tema de que a decisão ainda é pendente de recursos. De acordo com o presidente, nada muda na atual formação do Conselho e os atos praticados nesta gestão e nas de Juvenal Juvêncio serão mantidos. Ele ainda alerta que um provável recurso pode demorar de cinco a seis anos para ser julgado, ainda apelando a especialistas na matéria. Mas coloca uma ressalva: “Salvo se houver um acordo em benefício de uma solução”.

O Tricolornaweb entende a situação difícil para o clube, mas não aceita que negociatas sejam feitas com a finalidade de referendar os absurdos que foram feitos de 2004 para cá, nas mudanças estatutárias que alteraram duração de mandato de presidentes e conselheiros, e outros pontos. Mas admite que algo tem que ser feito, para o bem do clube, para que o nome do São Paulo não seja ainda mais manchado do que está, com os escândalos que se acumularam nos últimos anos.

 

Paulo Pontes

5 comentários em ““Cardeais” tentam encontrar saída para decisão do STJ

  1. TODO e qualquer recurso não pode ter como único escopo “ganhar tempo”, aliás, pelo contrário, o recurso serve para que a matéria seja revista por magistrados mais experientes e em maior número, de modo que os erros sejam diminuídos. Ademais, os recursos servem para atender o Princípio Constitucional do Duplo Grau de Jurisdição, JAMAIS como ato protelatório.

    Inclusive, todo aquele que recorrer de alguma decisão com o patente intuito protelatório (ganhar tempo), leva na cabeça a multa por ser litigante de má-fé.

  2. Deram um “golpe de estado” mal sucedido… típico de um país de terceiro mundo. Com isso, transformam o nosso glorioso São Paulo FC num time de padaria de qualquer vila operária… sem demérito desses clubes.

  3. Que buraco esse que nosso sao paulo esta se enfiando cada vez mais, e logico isso reflete no time tb, podem ter certeza disso.
    Nao duvido que o jogo de amanha o time nao jogar nada e perder para o poderoso Ceara.

  4. Nobre PP,

    Uma pergunta , quem não apoiou o terceiro mandado de JJ ??? Todos apoiaram a oposição de hoje foi a situação de ontém ou seja todos são “culpados” , já que estamos retrocedendo a 2004 , uma sugestão ao conselho , novas eleições desde que os conselheiros de 2004 e os de hoje não pudessem se candidatar que tal ?? ai sobra quem ???

    Saudações Tricolores

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