Amigo de Toloi, herói do Goiás em 2010 crê em nova vitória da Ponte

“Vai ser 2 a 1 para a Ponte.” A previsão para o jogo de volta entre Ponte Preta e São Paulo, nesta quarta-feira, foi feita por alguém com a experiência de surpreender um grande clube paulista em uma semifinal de Copa Sul-americana. Para o volante Ernando, decisivo para o Goiás eliminar o Palmeiras e avançar à decisão em 2010, o time de Campinas será mais um a surpreender no torneio continental.

“É uma coincidência. Naquela época, o Goiás caiu de divisão e, mesmo desacreditado, virou o jogo contra o Palmeiras na semifinal da Sul-americana. A Ponte tem grandes chances de fazer o mesmo diante do São Paulo, apesar de ainda não estar matematicamente rebaixada no Campeonato Brasileiro. Mesmo em uma situação muito difícil, eles conseguiram um bom resultado no jogo de ida. Tomara que vençam de novo”, incentivou Ernando, em conversa por telefone.

A situação do Goiás era ainda mais complicada há três anos. Além de já estar rebaixado, o time do Centro-Oeste havia perdido por 1 a 0 o primeiro jogo para o Palmeiras, no Serra Dourada – a Ponte Preta abriu 3 a 1 sobre o São Paulo, no Morumbi. Veio ao Pacaembu e ainda sofreu um gol do atacante Luan, porém chegou à virada e à classificação através do volante Carlos Alberto e de Ernando.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Autor do gol que eliminou o Palmeiras em 2010, Ernando acredita na classificação da Ponte diante do São Paulo

“Aquele não foi só um dos gols mais importantes da minha carreira. Foi mais importante”, recordou Ernando. “Lembro-me de que o gol do Carlos Alberto, marcado no finalzinho do primeiro tempo, deu uma animada na nossa equipe. A gente viu o Palmeiras desestabilizado dentro de campo e foi para cima com tudo. Tanto é que havia um monte de defensores no ataque na hora do meu gol. Foi uma emoção muito grande, pois ajudei o Goiás a chegar a uma final inédita”, acrescentou.

 

Entre os jogadores que também auxiliaram o Goiás diante do Palmeiras, estavam dois que defenderão o São Paulo contra a Ponte Preta: o versátil Douglas e o zagueiro Rafael Toloi, amigo de longa data de Ernando. “Torço muito pelo sucesso deles, que, assim como eu, começaram na base do Goiás. O Toloi, então, é um grande companheiro. Quando fomos jogar em São Paulo, estive na casa dele e conversamos bastante”, contou o remanescente do trio.

A amizade com Toloi, hoje reserva da equipe dirigida por Muricy Ramalho, não foi capaz de fazer Ernando mudar de ideia em relação à semifinal brasileira de 2013 da Sul-americana. O zagueiro se permitiu até a dar conselhos para a Ponte Preta em uma possível decisão continental – o Lanús, da Argentina, aproximou-se da vaga ao fazer 2 a 1 sobre o paraguaio Libertad no jogo de ida. Em 2010, o Goiás foi superado pelo também argentino Independiente.

“Para a gente, o que pesou foi não ter feito mais gols em casa, o que era possível (O Goiás venceu por 2 a 0). Depois, conhecemos a catimba argentina, com a torcida não deixando o nosso time dormir à noite, soltando fogos na frente da concentração, e os jogadores deles usando todos os artifícios possíveis. A Ponte deve saber lidar com isso. Ainda assim, só perdemos porque o regulamento muda na final, quando o gol marcado fora de casa não serve como desempate (o Independiente fez 3 a 1 e foi campeão nos pênaltis)”, rememorou Ernando.

Apesar do vice-campeonato na Sul-americana e do rebaixamento no Brasileiro, o zagueiro ainda guarda com carinho os episódios marcantes daquela temporada de 2010. Seu heroísmo diante do Palmeiras e as boas atuações nos anos seguintes fizeram com que ele se perpetuasse no Goiás, sendo recentemente homenageado por atingir a marca de 400 partidas pelo clube. Em 2014, no entanto, o provável destino do jogador é o Internacional.

“Não renovei o meu contrato com o Goiás, mas ainda não há nada definido. Vou esperar o Campeonato Brasileiro acabar para pensar nisso e tomar uma decisão sobre o futuro”, desconversou Ernando, mais preocupado com a programação esportiva da noite de quarta-feira. “É claro que vou assistir ao jogo do São Paulo. A Sul-americana foi uma competição interessante para nós, que serviu de aprendizado e para amenizar o rebaixamento. A torcida da Ponte está encarando da mesma forma. Na televisão, devo ficar me dividindo entre essa partida e a final da Copa do Brasil”, avisou o algoz do Palmeiras de 2010.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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