Ganso ganha apoio, mas deixa “diferença visível” para companheiro

O volante Souza se sentiu desconfortável para falar sobre a saída do meia Paulo Henrique Ganso dotime titular do São Paulo, após o treinamento desta segunda-feira. Mas não conseguiu esconder que notou a equipe mais rápida sem o companheiro no empate por 0 a 0 com o Santos do dia anterior, no Morumbi.

“A diferença é visível. Com o Ganso, temos um último passe com muita qualidade, até porque não há ninguém no elenco com a técnica apurada dele. Mas, sem ele, a gente ganha velocidade. Não é mentira falar isso. O Ganso é um jogador técnico, porém cadenciado”, comentou.

O cuidado de Souza para não magoar o amigo é bastante justificável. Abatido com a reserva, Ganso não quis conceder entrevistas após a decisão do técnico Muricy Ramalho de sacá-lo do time titular para promover a entrada do polivalente Douglas. O jogador treinou com os suplentes nesta tarde. Deu algumas assistências na atividade em campo reduzido, no CT da Barra Funda, mas se movimentou pouco.

Achando “complicado” falar sobre a situação, Souza ainda tentou amenizar o seu comentário sobre o benefício que a ausência de Ganso (substituído por Douglas) trouxe ao São Paulo diante do Santos. “Pode ter sido uma coincidência. O fator principal não foi ele, mas a postura da equipe como um todo. Eu ainda não estava aqui, mas sei que o time foi apático no clássico contra o Palmeiras. Isso mudou”, enalteceu.

Ganso também quer mudar. O meia que apareceu com pompa no Santos, antes apontado como um nome certo na Copa do Mundo deste ano, continua sem encantar no Morumbi. “Ele ainda é um jogador excepcional, mas existem contusões, dificuldades. Uma hora ou outra, voltará a ser aquele Ganso do Santos. Quem joga futebol sabe que certas coisas não se esquecem. Se tiver algum problema físico, o Ganso vai superar no momento certo. Confiança também é importante. O jogador pode ser o melhor do mundo, mas não consegue jogar sem confiança”, argumentou Souza.

O volante ainda observou que qualquer atleta do elenco do São Paulo está sujeito a ter o mesmo destino de Paulo Henrique Ganso. “É uma decisão do professor. Pode ser o Ganso, eu, o Luis Fabiano, o Rogério…”, sorriu, apressando-se em um último apoio ao cadenciado colega. “O Ganso é diferenciado, o termômetro do time, então dependemos muito dele. Dá prazer correr por ele, pois pode decidir o jogo a qualquer momento.”

Fonte: Gazeta Esportiva

Um comentário em “Ganso ganha apoio, mas deixa “diferença visível” para companheiro

  1. Paulo Pontes:
    Na entrevista do Souza: “É uma decisão do professor. Pode ser o Ganso, eu, o Luis Fabiano, o Rogério. . .”, sorriu,
    Sobre esse sorriso gostaria de comentar.
    Por que será que ele sorriu, ao declinar o nome do Rogério como possibilidade de perder a posição, como os demais?
    Já defendi aqui a possibilidade de que o “excesso” de liderança do RC pode estar sendo desmotivadora para o restante da equipe. Já comentei a “obrigatoriedade” de todos os atletas, independentemente de como o RC tenha jogado, de elogiar o mito ou diminuir suas responsabilidades nos momentos em que ele foi o responsável pela perda dos pontos, por causa do patrulhamento do próprio e de sua força junto à imprensa esportiva.
    Acho que esse sorriso diz muito do que pensa o elenco: “Tudo de bom que fizermos vai ter sempre maior reflexo na carreira do Ceni do que na do grupo”.
    Acho que isso pode ser uma pista do porquê bons jogadores chegam ao SPaulo e parecem ter deixado seu futebol no time anterior. Jovens jogadores se inibem com o “tamanho” da importância do Ceni e, antes de tudo, procuram agrada-lo, se preocupando muito com isso, a ponto de deixar influenciar seu desempenho. Acredito que todos sentiram o desconforto do Pato em ter de se justificar se ele já tinha “agradado” o M1to.
    Alguém acredita que futebol se pode jogar sem estar 100% relaxado ( no bom sentido), à vontade para tentar? Não pode.
    Imagine o Garrincha, novinho, chegando hoje ao SP e, no seu primeiro jogo, após sofrer um pênalti, pegar o bola debaixo do braço e colocá-la na marca para bater.
    Pode? No SP não.
    Mas é preciso poder. Assim como, uma falta próxima à área, alguém ter o desejo e a inspiração para cobra-la, sem ter a pressão do que o RC está querendo.
    É lógico que o Rogério gosta dessa liderança; não sei se ele percebe o tamanho dela e como ela pode, também, ser improducente. O M1to não se formou por acaso: é fruto de sua grande qualidade técnica, dos títulos que conquistou no SP, de sua dedicação na profissão, de sua boa articulação e inteligência e do interesse do clube em te-lo como tal.
    Acredito que seria preciso saber, com segurança e anonimamente, se o grupo tem alguma restrição na forma como ela é exercida e explorada.
    Por isso, e como não sou dono da verdade, gostaria de ver o assunto discutido. Posso estar propondo uma grande besteira, que seria fruto de observações à distância, mas que pode ser uma das explicações para que o SP tenha se transformado, nos últimos anos, em um cemitério de bons jogadores.
    Abraços . . .

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