Técnico do SP terá que adotar novo modelo e gerar lucro com Cotia

O São Paulo desistiu do argentino Alejandro Sabella, freou o interesse por Vanderlei Luxemburgo enquanto empregado no Flamengo e viu o interino Milton Cruz ganhar fôlego no cargo após quatro vitórias em cinco jogos, especialmente com o triunfo sobre o rival Corinthians, decisivo para a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores. Enquanto isso, a diretoria pensa nas possibilidades no mercado nos próximos meses e já definiu o modelo em que o sucessor de Muricy Ramalho terá de se enquadrar: o próximo técnico do São Paulo terá de trabalhar com metas traçadas para gerar receita com jogadores revelados pelo clube.

Esse não é mais um caso em que a diretoria brada palavras sobre a necessidade de se aproveitar a estrutura das categorias de base em Cotia como fonte de matéria-prima. Dessa vez há um modelo definido após um ano de consultoria interna no clube – trabalho realizado em todos os setores do São Paulo com auxílio do Instituto Áquila – que aponta que o São Paulo precisa gerar receita com o futebol. Isso necessariamente passa por contratar menos jogadores sem potencial de venda e por utilização mais frequente dos jovens que são formados internamente.
O relato é do presidente Carlos Miguel Aidar. Segundo ele, o próximo treinador do São Paulo não poderá traçar planejamento pedindo contratações de jogadores de cerca ou mais de 30 anos de idade. Seja qual for o sucessor de Muricy Ramalho, ele só assinará contrato depois de aceitar o novo modelo de gestão proposto para o departamento de futebol. O novo técnico do São Paulo será avaliado não só pelo desempenho em diferentes competições, mas também pela qualidade em revelar e formar jogadores.
Para que haja sucesso em tal modelo, a atual gestão do São Paulo reformula totalmente também o trabalho feito em Cotia. No fim do ano passado o clube contratou Junior Chávare, do Grêmio, para assumir como executivo de futebol de base. Desde então, foram feitas mudanças principalmente em observação e captação de atletas. Hoje, segundo a diretoria, o trabalho de monitoramento do São Paulo observa mais jovens e por mais tempo antes de decidir entre a vaga e a dispensa de Cotia.
Fazer o futebol gerar receita é uma alternativa encontrada pelo São Paulo para compensar a receita que deixou de entrar nos cofres do clube pelo departamento de marketing. O São Paulo tem cada vez mais dificuldade para fechar grandes acordos de patrocínio – não tem master na camisa desde a saída da Semp Toshiba, que já dava aporte muito inferior ao recebido pelo Corinthians com a Caixa Econômica, por exemplo.
Hoje o São Paulo não vê possibilidade de realizar a contratação de um treinador antes do meio do ano. Os alvos que parecem mais interessantes para o clube neste momento são o argentino Jorge Sampaoli, da seleção chilena, o português André Villas-Boas, do Zenit (RUS) e o velho conhecido Cuca, hoje no Shandong Luneng (CHN). Segundo o presidente Carlos Miguel Aidar, só será contratado um técnico antes disso caso um treinador de peso do mercado interino fique desempregado, como Vanderlei Luxemburgo, Tite, Marcelo Oliveira e Levir Culpi.
Fonte: Uol

10 comentários em “Técnico do SP terá que adotar novo modelo e gerar lucro com Cotia

  1. Gostei da sugestão do Valdelino em outro link, onde ele sugeriu dar uma comissão para o técnico do time principal, quando vender algum jogador da base, para estimulá-lo a usar os garotos.

  2. Gostei desse modelo, tem mesmo que voltar às origens do futebol brasileiro e.colocar as revelações pra jogar. Esses Treineiro de hj só querem jogadores prontos, medalhões pra fazer a parte deles, como o Sr. Muricy, que só queria jogador pronto pra ter menos trabalho.
    Agora.ele não tem mais lugar no SPFC, já que detona os garotos da base.

    • Só uma coisa que esqueci, limitar a idade é um erro, pois os garotos novos precisam de “professores” experientes que joguem ao lado deles. Esse ano por exemplo, fez falta não contratar o Lugano, que demonstra raça com a camisa que joga, coisa que contagia os mais jovens e os acomodados que tem muito no SPFC de hoje.

      Portanto, deve se ter uma mecla de garotos da base e jogadores mais experientes, independente da idade.

  3. Pra mim seria bom a vinda de um técnico estrangeiro.

    Porque esses nossos estão é ultrapassados e pra mim seus trabalhos parecem todos iguais e ainda recebem mais de 500 mil, se fosse mais barato pelo menos.

    Melhor colocar um pouco mais de dinheiro e contratar um que realmente faça a diferença que possa acrecentar em tática e métodos novos.

    E os técnicos estrangeiros não tem a preguiça de trabalhar com jovens como alguns técnicos (tipo Muricy) tem, o shaktar, o barça, etc todos usam jogadores novos, assim o valor investido na contratação seria mais do que recuperado ante uma venda de jogador da base.

  4. Modelo de sucessão que no Santos funciona bem, não em termos financeiro onde boa parte dos jogadores foi totalmente rateada, mas com certeza a torcida do SPFC não teria paciência para esperar revelar jogadores.
    E mais, jogador jovem do SPFC tem muito status, deslumbra.
    Raros são os casos como o do Lucas onde o jogador mantem a cabeça no lugar.

    Mas que precisa ter pelo menos 2-3 jogadores na temporada entre titulares e jogadores que entram na partida em quase todos os jogos, não tem dúvida alguma.

    • Concordo, acho que é a melhor saída para o clube e para o custo benefício de Cotia, lembrando que a maioria dos jovens jogadores tem seu passe preso ao clube. Pelo nível de jogadores de 2º escalão que o SPFC tem contratado ultimamente, e que são reservas quando muito, tenho certeza que os jovens de Cotia com o devido tempo podem substituí-los sem grande dificuldade.

      • Primeiro que a Lei Pelé acabou com o passe há mais de 10 anos. Segundo que um jogador de 16 anos só pode assinar contrato de 3 anos. O SPFC tem no máximo a preferência de assinar o primeiro contrato profissional com os jovens.

  5. Fazendo uma análise rápida me parece interessante essa “nova” postura do SPFC, realmente jogadores acima de 30 anos podem passar experiência para a base que ascende e em tese são mais “baratos”.

    Quanto aos técnicos estrangeiros é realmente lamentável a diretoria continuar insistindo em querer contratar alguns desses nomes, pois todos sabemos que o clube não tem dinheiro para bancar os super salários desse pessoal e nem as contratações que eles indicarem.

    Se conseguirem implantar de fato as orientações que esta consultoria propôs, sem grandes percalços no desempenho, penso que o clube vai melhorar e muito sua gestão.

    • Por que lamentável? Pra mim é claro que os técnicos brasileiros já estão ultrapassados e perderam espaço pra técnicos argentinos por ex e o tricolor não pode seguir como um cordeirinho esse mesmo caminho. Se os clubes pagam 500 mil pros nossos técnicos a diferença pra um estrangeiro não é tanto assim e o Sampaoli e Jorge villas boas já declararam que treinariam um clube brasileiro.

      Sou favorável à contratação de técnico de outro país que poderia trazer a experiência de como trabalha o futebol em outros países e melhorar o time taticamente.

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