É Milton Cruz quem dá as caras em entrevistas e quem comandará o São Paulo à beira do campo nas últimas quatro rodadas do Brasileirão. Mas a interinidade do coordenador técnico é dividida com o preparador físico José Mario Campeiz, integrante da comissão técnica fixa do departamento de futebol são-paulino. É Campeiz quem define e comanda boa parte dos treinos, na reedição de uma parceria que teve avaliação positiva entre a saída de Muricy Ramalho e a chegada de Juan Carlos Osorio. E, em três dias, eles já mostram mudanças.
O São Paulo perdeu para o Cruzeiro no último domingo e anunciou a demissão de Doriva na segunda-feira. O elenco teve dois dias de folga depois do último jogo e só se reapresentou na quarta-feira, quando encontrou um programa de treinos diferentes daquele que tinha com a comissão técnica anterior. Por ter uma semana livre até a partida contra o Atlético-MG, a preparação começou com treino físico intenso, em novo modelo.
José Mario Campeiz separou o elenco em grupos pequenos de atletas e distribuiu um circuito de exercícios pelo campo. Em cada estação, uma atividade – com e sem bola. Na maioria dos treinos físicos com Doriva, comandados pelo então preparador Anselmo Sbragia, o elenco inteiro fazia a mesma atividade, e normalmente sem bola. No mesmo dia, Milton Cruz comandou uma atividade técnica em campo reduzido.
Nos dois dias que se seguiram Milton Cruz e José Mario Campeiz fizeram atividades técnicas com todo o elenco. A dupla interina colocou um fim aos treinos com time titular definido, que aconteciam diariamente com Doriva – o antecessor sempre treinava com os mesmos jogadores em um time porque defendia que o entrosamento viria da repetição em atividades coletivas.
Nos dois meses em que ficaram responsáveis pelo time em 2015, Milton Cruz e José Mario Campeiz conseguiram resultados importantes, como a vitória sobre o Corinthians, pela Copa Libertadores, e sobre o Santos, pelo Brasileirão – foram os únicos clássicos vencidos pelo São Paulo em 2015. Além disso, obtiveram vitória sobre o Cruzeiro no primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores, e acabaram derrotados nos pênaltis, no Mineirão.
Na última passagem como técnico interino, Milton Cruz adotou dois esquemas táticos que variou de acordo com os adversários: começou com um 4-1-4-1, diferente do que vinha aplicando Muricy Ramalho, e terminou com um 4-4-1-1, em esquema que tinha Paulo Henrique Ganso como segundo atacante. Milton já afirmou que gostaria de ter dado seguimento ao trabalho de Juan Carlos Osorio, com a mesma filosofia de futebol do colombiano de quem se tornou amigo, mas admite que adotará estilo próprio nas últimas quatro rodadas porque entende que o mais importante neste momento é pensar a curtíssimo prazo e conseguir resultados que credenciem o São Paulo a brigar pela vaga para a Libertadores.
Fonte: Uol