A primeira semana de Bauza e a Copinha

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, fechamos a primeira semana de janeiro, quando durante cinco dias Edgardo Bauza teve contato com o elenco e, além do condicionamento físico, até já fez um trabalho tático. Neste primeiro momento ele ainda não contou com Mena e Lugano. Mas esboçou um time que está em sua cabeça, e seria este: Denis; Bruno, Rodrigo Caio, Breno e Carlinhos; Hudson, Thiago Mendes, Michel Bastos e Ganso; Centurion e Kardec.

Entendo que ele tem uma proposta mais defensiva do que tinha Osorio. Mas eu colocaria Breno mais adiantado, como volante, no lugar de Hudson – aliás esta foi a grande sacada de Juan Carlos Osorio – e Rogerio no lugar de Centurion. De resto esta seria minha escalação, lembrando que não temos ainda treinando Mena e Lugano.

Aliás, vamos entender que Lugano será muito importante para o clube. Trará alma, raça e vai chacoalhar no vestiário quem estiver fazendo corpo mole durante o jogo. Mas não será ele quem vai resolver nossos problemas. O elenco permanece o mesmo e não poderemos jogar em seus ombros qualquer fracasso nos torneios que iremos disputar.

Voltando ao nosso novo técnico, Bauza é tido na Argentina como um grande organizador tático. Foi por isso que conseguiu o mérito de levar ao título da Libertadores o San Lorenzo, que tinha um elenco muito fraco e mesmo assim conquistou o campeonato. Por isso estou depositando muita confiança nele.

Continuo preocupado com a falta de contratações e de movimento de nossa diretoria. Como estou dando a trégua necessária à administração Leco, quero crer que tudo está feito na surdina, como deve ser, e que, de repente, teremos bons reforços. Há quem diga, nos bastidores do Morumbi, que até quinta-feira um grande  nome poderá ser anunciado. Eu, particularmente, não tive qualquer confirmação dessa possibilidade.

Enquanto isso tem me agradado muito o time sub-20 do São Paulo, que está disputando a Copinha. Já tinha visto este time jogar na Copa do Brasil e na Copa Ipiranga, ambos os títulos conquistados pelo Tricolor. E agora, na Copinha, o time está sobrando. Verdade que quase foi pego pelo acaso neste domingo, precisando das penalidades para eliminar o fraco Taboão da Serra. Mas foi bom ter acontecido agora, para evitar que a soberba suba à cabeça e o time mantenha os pés no chão.

Desse time que está aí, vejo em condição de subir para o profissional e passar a treinar na Barra Funda o volante Banguele, que tem um estilo de jogar muito parecido com o grande  Chicão; o meia Lucas Fernandes, com uma técnica invejável e que chuta bem de média e longa distância, com ambos os pés; o atante pelos lados David Neres, veloz e agudo, com boa finalização, também, de média distância; e o centro-avante Johanderson, que tem bom posicionamento na área e sabe fazer o pivô para quem vem de trás chutar para o gol.

Também tem me impressionado bastante o trabalho do técnico André Jardine. Esquema tático bem definido, muita rapidez nos contra-ataques, marcação adiantada, viradas de jogo constantes, dando opção para abertura de defesas fechadas. Enfim, é um nome a ser observado e, numa emergência, quando do desligamento do técnico do time principal, ocupar interinamente o cargo, ao invés de Milton Cruz.

Faz tempo que Cotia não dá à Barra Funda algum jogador para ocupar uma vaga no time titular. Mas eu gostaria muito de ver estes quatro jogadores subindo e formando o time principal em alkguns jogos do Campeonato Paulista.

 

2015 poderia ter sido pior. Que 2016 seja bem melhor!

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo provou, neste ano que acaba, que realmente é gigante. Um clube que passou pela maior turbulência administrativa de sua história, com a renúncia do presidente após dezenas de denúncias de desvios de parte de sua diretoria, comissões de vices-presidentes, namorada do presidente, quatro técnicos diferentes, um time remendado, com os jogadores sem ter a quem obedecer, script pronto para um rebaixamento e acabamos o ano classificados para a Libertadores. Não é para poucos.

O que espero é que sirva de lição para não ser repetido em 2016. Que a eternização de poder protagonizada por Juvenal Juvêncio e a utilização do clube como balcão de negócios, por conta de Carlos Miguel Aidar, fiquem no passado, colocados sob um túmulo e de lá nunca mais saiam.

Meu otimismo para 2016 está no fato desta diretoria quer assumiu o poder estar demonstrando até agora, no mínimo, a transparência que todos esperávamos. Me lembro que conversei com vários membros da atual diretoria e lhes disse que, depois da tragédia que se abateu sobre nós, com Aidar e sua trupe, os novos mandatários, mais do que serem honestos, precisariam demonstrar que são honestos. Por isso essa transparência é tão necessária.

Não concordo, por exemplo, com a forma de contrato feita com Gustavo Oliveira. Um gerente que ganhava R$ 40 mil por mês voltar ganhando R$ 80 mil, para, em pouco tempo, passar a R$ 120 mil e ainda 3% de comissão sobre venda de jogadores, me parece muito para um clube que vive as dificuldades financeiras que o São Paulo atravessa. Mas não fosse a tão clamada “transparência”, não ficaríamos sabendo disso.

Espero que conselheiros como Opice Blum e Marcelo Pupo não fiquem do lado de lá do muro, que honrem o cargo que ocupam e que levem a sério e a fundo as investigações, e não ao arquivamento como, me parece, as coisas estão caminhando.

Que Edgardo Bauza seja o técnico competente que esperamos ser, que nos devolva o gigantismo ao conquistar títulos, que consiga controlar o elenco. Que as indicações que ele fizer sejam para o bem do São Paulo, e não para ajudar amigos de times por onde passou.

Que Lugano, El Dios, venha e traga, consigo, toda a garra e amor pelo São Paulo e seja exemplo para aqueles em cujas cabeças a ficha ainda não caiu do significado e o peso do nosso manto sagrado.

Enfim, que em 2016 possamos voltar a gritar com toda a força do mundo: É CAMPEÃO!!!

Que o ano novo seja repleto de vitórias e conquistas.

Novo técnico, a gravação e Ataíde: o dia de notícias no São Paulo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, para quem acha que dezembro é mês chato, com férias dos jogadores, falta de notícias, no caso específico do São Paulo demora na contratação do técnico e falta de transparência nas investigações contra Carlos Miguel Aidar, a quinta-feira foi um prato cheio: juntou tudo isso e mais um pouco.

Comecemos pelo novo técnico. Tudo o que sei de Edgardo Bauza é que é bicampeão da Libertadores da América, com o modestíssimo LDU e o não tão potente San Lorenzo, o time do Papa. Seria um currículo genial para uma pessoa dirigir um time de uma torcida apaixonada pelo torneio sul-americano. Mas seria muita pretensão minha falar que conheço seu trabalho, pois não acompanho o campeonato argentino e o muito que vi foi a  participação do San Lorenzo na Libertadores que ganhou, sem me fixar no esquema tático montado.

Pelo que li, em vários sites e jornais, pelo que ouvi de vários analistas, ele seria o oposto de Juan Carlos Osorio. Enquanto o colombiano priorizava o ataque, com marcação alta, ou seja, na saída de bola do adversário, Bauza monta time com forte marcação, diminuindo o campo e fazendo com que a batalha pela posse de bola se trave no meio de campo, com saída rápida e com volume quando retomada a bola. Seria, digamos, um estilo Tite.

De qualquer maneira apoio integralmente sua contratação, pois sairemos da mesmice. Claro que meu nome seria Cuca. Mas em não sendo possível, nenhum nome no Brasil me agrada. E ele será uma novidade, assim como foi Osorio.

Mas a quinta-feira também foi dia de ouvirmos a gravação feita por Ataíde Gil Guerreiro da conversa com Carlos Miguel Aidar. Ficou claro a corrupção de Aidar e Douglas Schwartzmann, nas palavras do próprio ex-presidente. E não adianta vir com cartinha de apoio, desdizendo o que disse, pois isso é típico dos políticos que estão envolvidos em sujeira até o pescoço e buscam apoiar seus comparsas publicamente para não ver sua situação mais deteriorada.

Com esta divulgação pública, já, agora, de domínio de toda a coletividade Tricolor, com sua degravação e registro em cartório, a Comissão de Ética, presidida por Opice Blum, não tem mais como negar o óbvio e o presidente do Conselho Deliberativo tem obrigação de cobrar uma posição firme da Comissão de Ética e ser firme, também, nas punições. Na minha opinião, Carlos Miguel Aidar e Douglas Shwartzmann não tem mais a menor condição ética e moral de pertencerem ao quadro social do São Paulo. E ainda devem ser processados criminalmente.

Percebi, aqui mesmo no Tricolornaweb, críticas vorazes contra Ataide Gil Guerreiro, colocado como cúmplice de tudo ou, na melhor das hipóteses, omisso. Minha visão não é esta. Por mais que eu também esteja cético em relação a algumas coisas no departamento de futebol, não sou daqueles críticos que pedem a saída de Ataíde. Conversando com ele como o fiz ontem, pude perceber muita sinceridade em suas palavras. Ele poderia ter simplesmente saído do cargo ao não concordar com tudo o que estava acontecendo. Não poderia nunca provar a corrupção. Ao invés disso ficou, foi coletando provas, conseguiu a gravação e forçou a saída de Aidar. Garanto que para a instituição seria muito mais maléfica a saída de Ataide sem provar nada do que ter ficado e derrubado Aidar.

Acho que estamos começando a virar o jogo. A diretoria, taxada de lenta até por mim – com ressalvas -, deu a resposta e, a princípio, entendo que acertou. Agora é esperar para ver o ritmo das contratações, pois até onde sei ele vai pedir três ou quatro reforços, e torcer para que as coisas voltem para o seu devido lugar. É a esperança de um bom 2016.

80 anos de fundação: uma data para comemorar, mas temos muito a lamentar

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, hoje o São Paulo completa 80 anos de existência. Foram anos de glórias, de títulos, de gigantismo que marcaram nosso nome no cenário mundial do futebol. Um clube que viveu na vanguarda do esporte brasileiro por muitos anos, que conseguiu seis títulos brasileiros, três de Libertadores, três mundiais, outros títulos internacionais e mais de duas dezenas de paulistas.

Fora do futebol tivemos Ademar Ferreira da Silva e Eder Jofre, que sempre honraram nossas cores e conquistaram títulos de extrema importância  no mundo do atletismo e do boxe.

Tivemos presidentes que serviram ao São Paulo, e não se serviram do São Paulo. Nomes ilustres que nos encheram de orgulho. Em nome de todos estes abnegados são-paulinos quero citar Laudo Natel, o maior e melhor de todos, a quem devemos, por exemplo, a construção do Morumbi, nosso Templo Soberano e Monárquico do Futebol.

Todavia, num dia em que eu gostaria apenas de comemorar nossa linda história sou obrigado a analisar o desempenho do nosso Conselho Deliberativo. Outrora digno de respeito e orgulho de todos os são-paulinos, hoje se transformou num “fazedor de pizzas”. A reunião desta terça-feira, a última de 2015, que retratei na matéria “Conselho Deliberativo tem reunião e prepara absolvição de Aidar” foi lastimável. Conselheiros ligados à oposição, ou mesmo a atual diretoria, jovens e idosos, com os quais conversei no final da reunião demonstravam decepção em suas fisionomias.

Saíram da reunião com a certeza de que nada será apurado. Mais do que isso, assustados com a postura de José Roberto Opice Blum, ameaçando os acusadores, que se não apresentarem as provas serão processados, perderam a esperança de que algo será apurado.

Alguns andam espalhando por aí que Marcelo Pupo, o presidente do Conselho Deliberativo, bradou que nada ficará sem apuração. Mas se é assim, por que mudou toda a Comissão Disciplinar, que estava avançando nas apurações? Por que nomeou para a comissão pessoas com histórico e ligação com Carlos Miguel Aidar? Outros dizem que estou mal informado, que as investigações continuam e estão mentindo para mim. Então qual a versão verdadeira? Não me dão. Portanto…

Triste conclusão: nosso Conselho Deliberativo, repito, outrora órgão de orgulho de todo são-paulino, hoje está agindo com similaridade ao Congresso Nacional. Sei perfeitamente que existem muitos conselheiros que continuam servindo ao São Paulo, independente da idade cronológica, e que querem tudo apurado, mas são vencidos por aqueles que tem o comando das ações e que querem salvar aqueles que se serviram do São Paulo. E aqui isento o presidente Leco de qualquer responsabilidade no tema, pois como presidente da diretoria, nada pode fazer no Conselho Deliberativo.

Vou continuar cobrando. Que Ataíde faça a tal transcrição juramentada em cartório e que os que querem abafar o caso se calem. Que o contrato com o tal Jack, o caso Iago Maidana, as comissões da Under Armour, as vendas de Denilson e Souza e a não venda de Rodrigo Caio sejam apuradas. Vou criar no site a página dos conselheiros. Haverá uma  com os nomes dos que querem passar o São Paulo a limpo, uma com os que querem abafar tudo e uma com aqueles que não estão nem lá, nem cá, para que a coletividade são-paulina se familiarize com tudo isso.

Eu, como não faço política e não tenho o menor receio de ficar ou mal com este ou aquele, vou continuar cobrando e denunciando quem quer manchar a imagem do nosso clube. Afinal, quero comemorar outros aniversários do São Paulo, enquanto alguns querem que ele acabe logo.

Reunião do Conselho e novo técnico: o vazio é o mesmo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, tudo indica que Conselho Deliberativo e diretoria do São Paulo andam juntos, de mãos dadas, com os mesmos passos de tartaruga. Enquanto o presidente do Conselho, Marcelo Pupo,  continua empurrando com a barriga s investigações da gestão Carlos Miguel Aidar e a audição da tal fita gravada pelo vice-presidente de Futebol, Ataíde Gil Guerreiro, denunciando Aidar, Carlos Augusto de Barros e Silva também anda a passos de cágado na contratação do novo técnico e o início do planejamento para 2016, já excessivamente atrasado.

Neste terça-feira teremos a última reunião do Conselho Deliberativo em 2015. E me parece que vão discutir sobre as borboletas e o lindo canto dos pássaros. Vejam a pauta: exposição dos atos administrativos da atual gestão no último bimestre;  exposição do relatório do Conselho Fiscal, referente ao mesmo período;  pedido de suplementação do orçamento em vigor;  votação da proposta orçamentária para 2016;  e detalhes sobre a adesão ao PROFUT.

Existe o ítem “Assuntos Gerais”, número 9 da pauta, que pode ser usado para a audição da gravação ou discussão das denúncias. Mas, convenhamos, como meu falaram alguns conselheiros imbuídos da missão de apurar tudo, isso é muito pouco para tratar assunto de tanta relevância.

A Comissão Disciplinar até agora não apresentou qualquer resultado. Alguns me pedem para ter paciência porque o próprio estatuto do clube prevê essa morosidade e tudo é feito com muita calma. Mas, às vezes, essa calma pode dar a impressão de impunidade e a torcida não aceitará isso. Ademais, o presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Pupo, pessoa bastante ligada ao ex-presidente José Augusto Bastos Neto, até agora não deu uma mostra sequer, por menor que seja, de que não vai jogar tudo para baixo do tapete. Aliás, José Augusto Bastos Neto deixou de ser o pior presidente de nossa história, em minha opinião, graças a desastrosa e nefasta gestão de Carlos Miguel Aidar, insuperável nessa classificação.

Já o presidente Leco e o vice de Futebol, Ataíde Gil Guerreiro, derraparam nas palavras  e promessas e agora são cobrados justamente. Ataíde, lá atrás, disse que deixaria a função caso não conquistasse um título este ano. A não ser que ele considere que a classificação na Libertadores seja um título, não cumpriu a palavra. Além do mais, a gravação deveria ser entregue ao público, através da imprensa, e não a um grupo fechado que pode simplesmente camuflar tudo o que consta ali.

Leco, por sua vez, pediu, após a humilhante derrota para o Corinthians,  para ser cobrado de suas atitudes em 15 dias. Já se passaram 23 dias e até agora nada. Perdemos jogadores, até de certa importância, e não contratamos ninguém para repor as perdas. Pior: não temos até agora um técnico e sequer um indicativo de quem pode ser. Ou a diretoria está trabalhando em absoluto silêncio – como deve ser – e receberá meu pedido público de desculpas aqui se anunciar nos próximos dias um nome revolucionário, ou será criticado por ter perdido o bonde da história e ter atrasado nosso planejamento mais uma vez, podendo causar danos irreparáveis para nossa preparação para a Libertadores, que começa em 40 dias. Mas percebam: não me venham com Abel ou coisa que o valha como grande bomba. Só admito esse hipotético trabalho em silêncio para alguém no nível Sampaoli.

Para finalizar, ainda há tempo dos presidentes da diretoria e do Conselho Deliberativo nos darem um bom final de ano, com atitudes concretas e rápidas. Ou então, como disse o Sombra, do programa Estádio 97 da Energia FM, “sexta feira tivemos a despedida “mítica” de Rogerio. Se depender da direção de futebol, será que teremos a “despedida do torcedor” em 2016?”

 

 

 

Ponto final na história de Rogério Ceni. Obrigado, M1TO!

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, acaba aqui a história de Rogério Ceni como jogador do São Paulo. Era um dia que eu não gostaria de ver chegar. Mas a vida passa, os anos passam, e um dia chega a hora de parar. E Rogério Ceni, após alguns adiamentos, decidiu encerrar sua carreira.

Foi uma história digna de um atleta correto, beirando a perfeição, plenamente vitoriosa, de amor dedicado a um clube, a uma torcida, como ninguém mais fez.

Rogério Ceni foi gigante debaixo do gol; foi brilhante nas cobranças de falta; foi maestro nas reposições de bola; foi líder nos momentos bons e ruins.

Quem não se comoveu com as preleções que ele fazia no vestiário, antes dos jogos, mostrando ao grupo o peso e a importância do nosso manto? Quem se conteve de explodir com o centésimo gol marcado sobre nosso grande rival dentro do Estado? Quem não se arrepiou ao ver a defesa monumental, gigantesca que ele fez na cobrança de falta de Gerard, do Liverpool, na final do Mundial de 2005?

Rogério Ceni foi recordista em tudo: foram 1237 jogos com a mesma camisa, 131 gols. Conquistou campeonatos Paulista, Brasileiro, Libertadores, Mundial, Conmebol, Sul-Americana, Recopa, enfim, possui títulos de todos os torneios dos quais participou. Foram 23 anos de dedicação integral ao Soberano.

Não sei como serão os jogos daqui para a frente. Acostumado a publicar a escalação do São Paulo, o único nome que eu tinha certeza que jogaria era o primeiro que vinha na lista: Rogério Ceni. Agora esse nome não vai mais aparecer. E no Templo Soberano e Monárquico do Futebol não mais o verei no gol, com a camisa do Soberano.

Rogério Ceni para e passa a fazer parte da história do São Paulo. Lá no topo, como o maior ídolo desta imensa torcida, como o verdadeiro M1TO que nos conduziu a caminhos de glória.

A nós, só cabe aceitarmos a sua decisão, reverenciá-lo como o nosso M1TO e agradecer para sempre tudo o que fez pelo clube que tanto amamos.

Obrigado, muito obrigado mesmo, Rogério Ceni! Para sempre estará em nossa memória e nosso coração.

 

Juvenal Juvêncio: uma história de amor e ódio

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, estou realmente chateado. Morreu Juvenal Juvêncio, pessoa que eu, como milhões de são-paulinos, amamos e odiamos em algum momento de sua história no Tricolor. Mas inegavelmente, um são-paulino de coração e que fez tudo, de acordo com sua consciência, que era melhor para nosso clube.

Juvenal foi o melhor diretor de futebol que conheci em minha vida. Fez parte, em 1986, da diretoria do então presidente Carlos Miguel Aidar. Não foi ele quem criou, mas foi por ele que passou a geração dos Menudos do Morumbi. Depois, como presidente, uma catástrofe, pois montamos aquele que foi, talvez, o pior time da nossa história. Mas trouxe Telê Santana e a partir dali teríamos anos de glória.  (PS: quero fazer uma retificação neste texto, alertado que fui, que o responsável pela contratação de Telê Santana foi Fernando Casal De Rey, como diretor de futebol e Eduardo Mesquita Pimenta, como presidente).

Voltou à cena como diretor e vice-presidente de Futebol na gestão de Marcelo Portugal Gouvêa. Foi ele quem trouxe Cuca e uma penca de jogadores desconhecidos, baratos, quase de graça, mas que dariam um Paulista, uma Libertadores, um Mundial e três títulos brasileiros. Pelas suas mãos chegaram Danilo, Junior, Mineiro, Josué, Fabão, Rodrigo, André Dias, Grafite, Amoroso, Luizão, Lugano.

Tivesse Juvenal Juvêncio cumprido o que o estatuto do clube previa, e não rasgado esse regimento, sairia como o melhor presidente de nossa história, pois ao final dos dois mandatos de dois anos, ele teria sido, consecutivamente, campeão da Libertadores e Mundial como vice-presidente, tricampeão brasileiro como presidente e vice-campeão brasileiro no ano seguinte. Sairia e voltaria depois de dois anos, aclamados por toda a coletividade.

Mas foi exatamente na perpetuação do poder – ao invés de ficar quatro, ficou oito anos – que ele se perdeu. Seu egocentrismo e vaidade exacerbadas deixaram-no cego. No seu campo de visão apenas ele, e mais ninguém, teria condição de gerir o São Paulo. Seu fanatismo pelo Tricolor ultrapassou a razão e ele perdeu a noção da importância da alternância de poder.

Com as críticas que começaram a surgir e denúncias de corrupção, Juvenal foi se isolando e para manter-se forte, começou a distribuir cargos e presentes, como viagens com o time por conta do clube, contratos suspeitos, que agora serão auditados pela empresa contratada para analisar tudo que foi feito no clube nos últimos cinco anos, e um domínio absoluto e supremo sobre o CT de Cotia, tendo Geraldo como seu braço direito. Aliás, as denúncias que fiz sobre o CT de Cotia me custaram um processo, do Geraldo mas subsidiado por JJ. Ganhei e, até pelo tempo que o processo durou, fiquei cerca de três anos sem conversar com ele.

Um dia, já no meio das denúncias contra Carlos Miguel Aidar, um interlocutor dele me procurou e pediu que eu ligasse para ele, pois ele precisava falar comigo. Liguei e perguntei se ele ainda estava bravo comigo. Juvenal respondeu que não, pois fez duas – perdoem, leitor, mas usarei as palavras dele – cagadas na vida: uma brigar comigo; outra indicar esse fdp para a presidência do São Paulo. E a partir daí voltamos a conversar.

Não apoiaria sua volta à presidência do clube, se hoje ele tivesse plena saúde, pois acho que seu tempo passou. Mas tenho em conta que ninguém, nenhum outro presidente, fez pelo social o que Juvenal fez. O clube era exemplo, era digno, dava gosto de andar. As reformas, as obras, tudo impecável. O sócio do São Paulo poucas vezes foi tão respeitado quanto em sua gestão.

Juvenal Juvêncio ficará na história. O amei e o odiei como tantos outros milhões de são-paulinos. Mas nunca deixarei de reconhecer o que ele fez pelo São Paulo. E como gosto de ver sempre o lado positivo e acho que esse lado tem que superar o lado negativo – quando ambos existem -, estou com o coração enlutado pelo seu passamento.

Golaço de Rogério, o “novo M1TO” e estamos na Libertadores

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu o Goiás por 1 a 0, golaço de Rogério, no Serra Dourada, e está na Libertadores.

Escrevendo assim, para quem lê, parece que foi uma vitória sensacional, de um time aguerrido, com raça, disputando minuto a minuto a posse de bola até chegar ao gol que premiou a atuação do Tricolor. Quem dera!

Mas também não vou dizer que foi uma vergonha. O time entrou com o regulamento embaixo do braço, certamente orientado parte por Milton Cruz, parte pelos jogadores mais experientes que estavam em campo. Apesar das críticas vorazes do Casagrande, comentando o jogo na Globo, foi a opção tática. Tanto que, de surpresa, MC tirou Pato e escalou Carlinhos. Com isso povoou mais o meio de campo, deixando Ganso como centro-avante, já que ele não tem recomposição rápida para marcação e fez Kardec voltar. Michel Bastos já faz essa função rotineiramente.

Foi, portanto, um time muito defensivo, mas com requinte técnico. Afinal, há que se considerar que Ganso, Thiago Mendes, Carlinhos e Kardec, tinha potencial para segurar a bola. Por isso o jogo foi chato, patético, com o São Paulo dando a impressão que não queria nada, mas sabendo muito bem o que estava fazendo, pois não correu risco algum em todo o primeiro tempo.

No segundo, como era de se esperar, o Goiás subiu a marcação e dificultou a posse de bola são-paulina. Ganso passou a atuar mais no meio de campo e Kardec foi mais para a frente. Vendo a pressão goiana aumentar Milton Cru reforçou ainda mais o meio de campo e o sistema defensivo, colocando Wesley no lugar de Bruno, com Hudson indo para a direita e Lyanco no lugar de Thiago Mendes, que saiu machucado.

Incrível foi a prova que boa parte do esquema tático foi definido pelos próprios jogadores. Quando Milton ia colocar Rogerio no lugar de Kardec, Ganso fez sinal que não, Kardec também, indicaram a saída de Michel Bastos e isso se processou. E Rogério marcou o gol – um golaço – que carimbaria nosso passaporte para a Libertadores.

Torci muito, mas muito mesmo. Mas entendo que foi uma grande “sacanagem” essa classificação. Um time modorrento, lento, vagabundo, com quatro técnicos ao longo do ano e um presidente que renunciou. Claro que mostra a força que tem este clube, pois outro, numa crise destas, estaria sendo rebaixado. Mas é fato que por tudo isso não merecíamos a Libertadores. E já que estamos – graças a Deus – que pensemos como um time grande, como sempre fomos, e que 2016 chegue cheio de glórias.

As garras de Aidar atuando no Conselho Deliberativo

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, como tenho dito reiteradamente, não vou descansar enquanto não vir apurados todos os ilícitos envolvendo a quadrilha que se apossou do clube nos últimos 16 meses e a punição dos culpados. Alertei, semana passada, que uma enorme pizza começa a ser assada na Comissão Disciplinar do clube, comandada pelo conselheiro Wilton Brandão Parreira, mas que tem comando maior de Marcelo Abranches Pupo Barbosa, presidente do Conselho Deliberativo.

Quem é Wilton Brandão Parreira?

Inegavelmente foi um dos que lutaram muito pela queda de Carlos Miguel Aidar. Faz parte do grupo político liderado pelo vice-presidente Roberto Natel. Quando assumiu a Comissão de Ética me fez acreditar, pela luta que o próprio Natel desenvolveu no clube, que iria colocar tudo em pratos limpos.

Mas curiosamente passou a atuar exatamente de forma contrária ao que vinha falando. Defende abertamente – desculpem a infâmia – que a apuração seja secreta e que tudo fique entre quatro paredes. Que sócios e torcedores não fiquem sabendo do que foi apurado e das medidas que serão tomadas. Passou a perseguir, com intimações, os sócios que assinaram o “moção de desconfiança” contra o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e ameaçar com a expulsão aqueles que não comprovarem que ele cometeu crimes contra o clube. Está prestes a arquivar a representação que pede apuração e punição a Aidar e Ataíde Gil Guerreiro e joga para baixo do tapete o regimento que diz, em outras palavras, que a Comissão de Ética pode até não ter poder para juntar provas, mas tem o dever de remeter os fatos ao Conselho Deliberativo, órgão supremo do clube, para que o julgamento seja feito.

Quem é Marcelo Abranches Pupo Barbosa?

Em nenhum momento deixou clara sua posição favorável ou não a saída de Carlos Miguel Aidar. Ao contrário, manteve apoio ao ex-presidente até o último minuto. É vinculado ao grupo do ex-presidente do São Paulo, José Augusto Bastos Neto e do ex-diretor jurídico José Serafim dos Anjos. Apenas para lembrar, Bastos Neto foi, até a gestão de Carlos Miguel Aidar, o pior presidente da história do São Paulo. Entre outras coisas, chegou ao ridículo de tentar “ensinar” Márcio Santos, zagueiro campeão do mundo, cabecear.

Ele, Bastos Neto, é quem “ilumina” a mente de Marcelo Pupo. Recentemente escrevi uma nota dizendo do compromisso de Pupo com Aidar. Fui “bombardeado” por alguns conselheiros que refutaram essa rotulação de Pupo. Acho que eu estava certo. E ele faz o discurso repetido por Parreira: tudo o que for investigado tem que ser sob sigilo e os sócios e torcedores não devem saber de nada do que for apurado e as punições que forem aplicadas.

Então, amigos são-paulinos e leitores do Tricolornaweb, a chance de ficar tudo do jeito que está é enorme. Minha esperança está na força de vontade dos demais conselheiros, que realmente tem o São Paulo no coração,  que não tem vínculo ético e moral com Aidar, impedir que isso aconteça. Não é possível que um grupo de conselheiros não comprometidos com a verdade prevaleça e jogue ainda mais na lama a imagem do São Paulo.

Queremos saber, e o Conselho Deliberativo tem obrigação de dar explicações, do Jack, da comissão de R$ 18 milhões da Under Armour, das comissões da Cinira Maturana, do Iago Maidana, do Jorginho Paulista, do Denilson, do Rodrigo Caio e de tudo o que de podre envolveu nosso clube. Ou os conselheiros imergirão no lodo com o nome de nossa instituição. E mostrarão que os tentáculos aidarianos estão presentes no Conselho.

 

Sufoco, mas estamos a apenas um ponto da Libertadores. Inacreditável!

Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo venceu de virada, com gols aos 45 e 49 minutos do segundo tempo, o frágil Figueirense, e está a apenas um ponto de sua classificação para a Libertadores. É inacreditável.

Como me manifestei pelas redes sociais durante o jogo, em pleno Morumbi, torci como nunca, mas seria uma sacanagem muito grande este time ir para o torneio continental. Time sem alma, sem vontade, alheio a tudo e a todos, capaz de tomar de 6 como tomou, semana passada, e o sangue continuar correndo pelas veias como se nada tivesse acontecido. Não entendem o peso que tem essa camisa do Tricolor, manto sagrado.

Essa indiferença pode ser vista desde o início. O time começou jogando como se não tivesse obrigação de ganhar para aspirar a classificação para a Libertadores. Jogadores tensos, sim, mas pela receptividade negativa que tiveram, não pela vergonha que passaram em Itaquera.

O gol de Luis Fabiano foi emocionante. Como eu esperava, ele confirmou: se marcasse, iria ao símbolo. Temos que respeitar, É o terceiro maior artilheiro de nossa história. Está sem fim de carreira, sem condição de continuar jogando, mas não podemos desmerecer tudo o que ele fez pelo nosso clube.

Mas o marasmo continuava. Aliás, um futebol de quinta categoria. Até Ganso, um acima da média com a bola nos pés, apanhou da redonda. Culpa do gramado. E da ruindade generalizada. Não dá nem para fazer uma leitura tática, pois o festival de bobagens superou tudo. E no meio de tantos erros, o gol do Figueirense.

Imaginei que o time voltaria diferente para o segundo tempo. Ledo engano. Tudo igual. Descaso, falta de vontade. E tomamos a virada. E quase tomamos o terceiro gol. Estava fácil… para o Figueirense.

Nunca deixei de acreditar na vitória, apesar de tudo. Sou torcedor do Clube da Fé. Eles não dignificam nossa camisa, mas ela é forte, é pesada, é valente.

O São Paulo jogou com força e vontade, como deve ser, por dez minutos. E em cinco virou o jogo. Aos 45 e aos 49. E voltamos a respirar. Melhor: o Fluminense arrancou  um empate com o Inter. O que quer dizer que se empatarmos com o Goiás, em Goiânia, o Inter precisará fazer 7 a 0 no Cruzeiro para nos tirar da Libertadores. Convenhamos, chance quase zero de acontecer. Então, por mais incrível que possa parecer, por tudo que aquele infeliz de Carlos Miguel Aidar fez contra nós, por tudo que aconteceu, ainda deveremos terminar o ano com um sorrriso na boca. E que 2016 nos seja mais leve e feliz!