Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o presidente Carlos Miguel Aidar completa nesta quinta-feira 100 dias à frente do São Paulo. Eleito em 16 de abril tomou posse e logo mostrou que tinha vindo para melhorar o time. Afinal, com poucos dias no cargo, contratou Alan Kardec.
Mas se isso foi positivo, teve o lado negativo. O fato criou cizânias com o Palmeiras e foi nosso presidente quem acabou baixando o nível, chamando o Verde, com outras palavras, de time pequeno. Isso é coisa que o torcedor tem o direito de fazer, não o presidente de um clube. Deu a triste impressão que a fase de brigão criada por Juvenal Juvêncio, que rompeu com a CBF, com a FPF, com a Conmebol, antes havia rompido com a Globo, iria continuar e o São Paulo, na nova gestão, continuaria isolado. Ponto negativo
Mas Carlos Miguel Aidar investiu firme no propósito de realizar um desejo, que não seria só o seu, mas da maioria massacrante da torcida: a volta de Kaká. Ainda que seja por um período pequeno, já que seria financeiramente impossível fazer qualquer outro tipo de negócio, ele está no elenco e deverá estrear no próximo domingo.
Aidar trouxe, também, o zagueiro Rafael Toloi de volta e colocou no departamento de futebol Ataíde Gil Guerreiro que, por sua vez, chegou no clube dizendo que “quem manda aqui sou eu” e mostrando, com isso, que as interferências externas não serão permitidas. Seria uma espécie de blindagem do departamento de futebol e, consequentemente, do elenco.
Não fez nada pelo programa Sócio Torcedor. O último ano de Juvenal Juvêncio foi bastante agressivo neste setor e Aidar andou falando que iria continuar com essa agressividade na conquista de novos sócios e melhorias no programa. Mas até agora não fez absolutamente nada.
Mesmo assim concluo que nesses 100 dias Carlos Miguel Aidar teve desempenho muito bom no futebol e isso mostra que o futuro poderá ser muito bom para a torcida, com times competitivos e elenco de primeira.
Seu pecado, ainda falando em futebol, está em Cotia. Além de não ter mexido na estrutura questionável que lá existe, alvo de denúncias já feitas há anos pelo Tricolornaweb e que estão sendo discutidas no âmbito judicial, Aidar ainda nomeou para o CFA Juvenal Juvêncio. Ora, se a estrutura questionável de Cotia foi montada por ele, nomeá-lo para esta diretoria é como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro. Ponto muito negativo.
No Social a situação muda. Carlos Miguel Aidar foi muito infeliz ao nomear Antonio Donizete Gonçalves para a vice-presidência Social e do DEA – Departamento de Esportes Amadores, dando força absoluta a uma pessoa que só pensa em fazer política e sabe muito pouco da estrutura dos esportes amadores.
Determinou aumento nas manutenções com um índice acima da inflação e majorou o preço do título associativo dos atuais R$ 10 mil para R$ 40 mil, em vigor a partir de 1º de agosto. Em relação ao título, há muitos anos seu valor está congelado e não vejo, apesar dos valores, exorbitância no aumento. Mas a manutenção não deveria ser alvo de reajuste, ao menos agora.
Por mais que Juvenal Juvêncio tenha deixado um legado importante aos sócios – inegavelmente o clube está em perfeito estado – sempre há o que se fazer. Mas não me parece que Carlos Miguel Aidar tenha alguma preocupação com isso, afinal, para ele, o importante é o futebol.
Reconheço que o São Paulo é FUTEBOL Clube. Mas ambos necessitam de atenção. A torcida quer – e eu também quero – um time forte, competitivo, pronto para ganhar todos os campeonatos. Mas o sócio quer – e eu também quero – um clube digno e preparado para o lazer e para os encontros familiares.
Em resumo, daria uma nota 7 para Carlos Miguel Aidar, na junção Futebol/Social. O que, convenhamos, é uma nota muito boa, pois aí estou aplicando uma análise do que ele fez em 100 dias e projetando como sendo sem modo de agir durante o mandato. Então, parabéns, presidente, reveja alguns conceitos e siga em frente com os demais que fará sucesso com o São Paulo.